Engoli em seco observando a vastidão de músculos e o poder masculino que emanava da postura daquele homem. O imperador era belo por fora, mas trazia consigo uma escuridão tão densa que me fazia pensar o que poderia ter acontecido para ele ficar tão... Odioso.

O admirei sem pudor o nariz afilado, a boca desenhada e carnuda a cicatriz em sua têmpora que falhava sua sobrancelha escura lhe conferiam um ar ainda mais rude e masculino.

Ele virou – se para mim arqueando a sobrancelha indagativo. Suspirei e caminhei para perto do Soberano.

— Trouxe um pequeno almoço passou muito tempo em reunião e achei que gostaria de degustar uma refeição calmamente em seus aposentos. Preparei sua refeição favorita. — Ele assentiu e me dirigi a mesa na pequena sala intima.

O imperador seguiu – me sentando – se em seguida, apenas a calça estava em seu corpo, o dorso cicatrizado e desnudo continuava atraindo minha atenção.

— Teremos visitantes em breve, nuri. Visitantes não confiáveis, não quero você passeando nos arredores do palácio enquanto eles estiverem aqui. Ficarão até o torneio que sendo preparado e logo irão embora.

— Não saias sem escolta, não fique na presença de estranhos e não me desobedeça em hipótese alguma, é uma ordem direta do seu Soberano, compreende? — Ele falava e me encarava fixamente os olhos negros expressivos e calculistas me deixaram com uma sensação pesada, o calafrio na minha espinha me deixando em alerta.

— Farei o que mandar meu Soberano, não o desobedecerei.— Ele anuiu satisfeito.

— A comida está do seu agrado? — Perguntei e ele olhou - me sem deixar de apreciar a comida.

— Tudo que fazes para me agradar é perfeito, feiticeira. — Sorri orgulhosa de que meus esforços estavam sendo recompensados.

— Tenho uma surpresa para você Kassandra.— Ele sentenciou assim que terminou sua refeição e e olhei - o abismada. 

Surpresa?

— Não me olhes assim. Me acompanhe. — O Imperador ordenou já vestindo sua túnica. O acompanhei até uma parte do terraço na ala norte do palácio.

Andava um passo atrás dele como fui instruída por Ninsina, amantes e concubinas nunca andam ao lado do seu Senhor.

Depois de um tempo seguindo – o  avistei um homem baixo e robusto com várias mudas de plantas ao redor.

O  imperador parou diante do pobre homem deixando – o desconcertado pela imponência da altura e porte do Soberano da Assíria, não era muito comum ver homens tão grandes quanto Mardok Uard II.

— Nabur apresente a Kassandra as coisas que encomendei. — Encarei – o aturdida.

— Minha jovem, veja. Temos várias mudas de árvores frutíferas, palmeiras, papiros, e essa  é a minha preferida e uma exigência do imperador,  a bela flor de lótus. Trouxe várias das mais variadas cores, mas especialmente a branca era para você, o imperador pretende fazer uma fonte para que as flores de Lótus desabrochem sob ela. —Virei – me encantada para o Soberano que diziam ter um demônio vivendo nas profundezas da alma.

— Assim que esse terraço estiver pronto se assemelhará aos jardins suspensos da sua Babilônia. Gostastes, feiticeira? — Sorrindo amplamente joguei- me em seus braços sendo prontamente envolvida e içada por ele que encostou nossas testas fazendo nossas bocas se roçarem. Ouvimos uma tosse forçada e um pedido de licença do botânico.

Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now