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Apollo Vanquishing the Serpent Python                    Gustave Moreau

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Apollo Vanquishing the Serpent Python
Gustave Moreau





Foi como se um raio de sol tivesse cruzado o céu de forma impiedosa, parecendo cortar as nuvens deixando um rastro luminoso em meio ao escuro.

Changbin estava sentado em uma cadeira na varanda de sua casa, entalhando lentamente na madeira que aos poucos ia tomando o formato de um cervo. A luminosidade havia o deixado em alerta. Foi rápido, como um trovão, sendo o tal rastro de luz a única coisa que comprova o que ele havia visto. Largou a madeira e as ferramentas no banco e se levantou exasperado.

Cogitou a hipótese de ter sido uma estrela cadente. Poderia até fechar os olhos e fazer um pedido. Mas uma estrela não cairia no solo perto da plantação do vilarejo.

Pouco mais de duzentas pessoas viviam naquele lugar esquecido pelos homens. Todos viviam bem, de certa forma em harmonia. Plantavam o próprio sustento e de vez em quando alguns mercadores saiam para trocar uma porcentagem das plantações por tecidos e especiarias. Era pacato, seguro, todavia, entediante. E em todos os seus curtos vinte e cinco anos, Seo nunca havia visto nada parecido.

Como a curiosidade era capaz de mover os seus instintos, o rapaz começou a andar em meio às plantações, as quais sabia todos os caminhos com maestria, seguindo aquele rastro luminoso. Porém, decepcionou-se quando ao chegar ao fim da trilha luminosa que cruzava o céu, não encontrou nada. Sequer havia alguma evidência de que alguma coisa havia realmente caído ali.

Frustrado, deu as costas para voltar a varanda e continuar entalhando o cervo de madeira. Mas tinha bons ouvidos, e mesmo que o som tivesse sido extremamente baixo, Seo Changbin havia ouvido claramente alguém pedir:

- Me ajude.

Zeus é um tirano, maníaco e cruel. Porém Felix, ainda em seus milhares e milhares de anos, não havia aprendido a confiar nisso, mesmo após todas as confirmações possíveis existentes, era um tolo que confiava no pai. Mas após matar Asclépio e se zangar por Lee ter se vingado dando fim aos ciclopes forjadores de seus raios, ousou puni-lo o banindo para viver três anos como um mortal.

Aquilo soou imensamente ridículo aos seus ouvidos. Mas após não sentir mais seus poderes e o universo ao seu redor, o desespero havia o tomado por completo. Agora, sentia o corpo inteiro doer de forma esmagadora e sua única alternativa era pateticamente implorar a um mero humano que o ajudasse. Não bastava tê-lo banido, ainda por cima precisava empurrá-lo e esmagar seu ego.

Definitivamente ele tinha problemas paternais.

- Me... ajude.

Changbin ouviu a voz outra vez, agora um tanto mais afetada e arrastada. Tentou manter a calma enquanto procurava por quem quer que o tivesse chamado. Não tinha medo de fantasmas e espíritos, porém não era nenhum cético alheio às crenças mundanas. Ainda havia algumas coisas no mundo capazes de despertar um leve medo em seu ser.

Ílios krasí | ChanglixWhere stories live. Discover now