Hiraeth - The Comeback

Capítulo X - Renegades

Música sugerida: Broken – Isak Danielson
Obs: eu só achei que a música tem ritmo com o capítulo, para quem gosta de ouvir enquanto lê. Mas a letra não tem dicas sobre a história.

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POV JAMES POTTER

Já havia amanhecido em Hiraeth.
Passamos a madrugada inteira discutindo soluções para conter a fúria de Nerthus, e pior ainda, a de Áurea.
 

Pelo menos eu tinha mais medo dela.
 

Estou nesse momento olhando para Lilly, que está deitada em meu colo, enquanto dorme.
No outro sofá Sirius acabou caindo no sono.
Remus está ao seu lado porém mais afastado, ele também está acordado. Com certeza não conseguiu dormir com a suspeita de não ter se livrado de sua maldição.
Fred e Peter estão na cozinha com Regulus.
Snape subiu há horas para descansar. Mas para mim, ele só não queria continuar vendo a interação de Fred e Regulus.
Regulus provavelmente só estava aturando Pettigrew por perto devido ao seu plano de fazer ciúmes em Snape usando o Fred. Que só Severo não havia notado, para ser sincero.
 

Olho para minha esposa enquanto ela dorme. Ontem um pouco antes do jantar ela me contou o porquê de estar estranha desde nossa morte.
E eu a entendo. Se estivesse na situação dela, provavelmente recuaria. Mas ela ainda foi tão forte, mais do que eu jamais pensei em ser. E com certeza jamais fui.
 

Lembro do dia que saímos pela primeira vez.
Ela havia perdido uma aposta com Pettigrew, fazendo com que ela saísse em um encontro às cegas.
Eu também não sabia que era ela que estaria lá. Foi Moony, Pad e Pettigrew que armaram tudo.
 

Apesar de ter uma queda por Lilly desde o 5° ano, tudo que eu menos precisava era de um encontro.
Não queria um amor para tampar as feridas de um coração partido.
Ainda estava superando a recusa do meu amor por outra pessoa, não queria usar ninguém para ajudar no meu processo.
 

Mas eu havia prometido para os meninos que eu ficaria pelo menos 1h no local. E foi o suficiente para eu ver em Lilly meu destino.
 

Não aconteceu nada aquele dia, além de boas risadas e pela primeira vez uma conversa madura entre nós.
Eu lembro de entrar no dormitório e não conseguir parar de sorrir.
Achei que nunca mais conseguiria me apaixonar como antes, mas o que estava surgindo no meu peito aquele dia era mais forte e poderoso quanto o antigo.
 

Saímos juntos durante o sétimo ano letivo inteiro, até resolvermos finalmente reatar algo concreto.
Claro também que Pad estava pressionando muito a coitada, acho que ela aceitou o pedido de namoro porque ela não o aguentava mais.
 

Nos casamos assim que saímos de Hogwarts. Ela não aguentava mais morar com a família. Nos amávamos e era o certo a se fazer.
Dois anos depois o Harry nasceu, e nós nunca experimentamos maior felicidade.
 

Os garotos vieram morar conosco logo após o nascimento de Harry. Pad já morava com a gente.
E estávamos bem.
Até Voldemort achar que tinha o direito de tirar tudo de nós.
 

E agora estamos aqui, sem saber o que houve. Sem saber se meu filho está vivo e bem.
Sem saber se nosso sacrifício resultou em algo bom.
 

Se eu não tivesse aprendido a controlar minha raiva, com certeza faria um estrago pior do que o Weasley fez.
Mas estou tão frustrado por estar às cegas aqui.
 

Passo meu olhar pela sala avistando Moony, perdido em pensamentos.
Ele não para de roer as unhas, de tanto nervoso.
 

– Vai dar tudo certo – digo baixo para não acordar Lilly e Pad, mas em um tom que ele possa ouvir.