Elevador, Uma (quase) Comédia Romântica.

113 22 140
                                    

O amor é complicado e quando menos esperamos ele preenche nosso corpo todo e, do jeito que ele veio vai embora, e tudo que tinha de bom vai junto com o amor, assim, esvaindo nosso corpo, ao ponto de sentirmos vazio por dentro.

Assim se sente Raul na frente a porta onde morava com a ex noiva.

Lá acontecia uma festa.

Ao entrar e ser recebido por um jato de vômito em sua camisa, lançado por uma garota bêbada, Raul vê sua ex noiva, mas antes de falar, ele resolve ir para o quarto se limpar.

Depois ele retorna pra sala e é atingido na cabeça por um porta retrato, seu supercílio sangra, mas nem dá tempo de sentir dor pois logo um abajur vem em sua direção, ele se livra.

Raul cai no chão para desviar do objeto, quando enfim percebe que sua sala virou uma zona de guerra, gente brigando por todo lado, uma garota vê Raul no chão indefeso, ela resolve ajudá-lo.

— Venha comigo se quiser viver!

Ele nem pensa duas vezes, pega na mão dela e a segue.

Já a salvos no lado de fora.

— Que merda foi aquela?!

— Foi uma pequena vingança minha.

— Foi você que arrumou aquela confusão?

Ela confirma com um sorriso debochado.

A jovem percebe o sangue na testa de Raul, pega ele pelo braço e o arrasta até chegar no elevador, apertando o botão freneticamente.

O elevador chega e ela puxa ele para dentro; lá aperta o botão novamente frenética.

Raul vê a moça mais calma e pergunta:

— Que foi tudo isso?

— Sua cabeça, tá sangrando. Temos que ver se sofrerá uma convulsão, sei lá! Sou formada pela série Gray's Anatomy.

Raul ri, não por achar engraçado, mas sim por achar aquela mulher doidinha com uma beleza sobrenatural.

— Do que está rindo?!

— Nada nada... Qual o seu nome mesmo?

— Vanderleyá, mas pode me chamar de Leyá .

— Certo Leyá, eu sou Raul.

Um clima fica no ar, algo que nenhum dos dois sabia explicar.

Isso é quebrado quando a porta do elevador se abre e uma família de pessoas obesas entra. Essa família é formada por mãe, pai e filha, cada um pesando acima de cem quilos.

A atenção de Raul vai para uma placa que diz: "Limite de peso quinhentos quilos" e, fazendo uma conta rápida, ver que falta poucos quilos pra completar a meta.

Raul se alivia quando a família sai.

— Você não sabe pelo risco que passamos agora Leyá.

— Percebi sim, faltou pouco para esse elevador cair! — Responde Leyá, rindo da situação.

Eles ficam rindo muito até que as luzes começam a piscar o elevador treme, cai um pouco, mas os freios de emergência consegue parar a máquina.

— Que sorte a nossa, isso foi castigo por rimos da Fat Family — Fala Leyá.

— Verdade. —Concorda Raul.

Eles sabem que hora ou outra a manutenção do hotel iria tirar eles de lá, então resolvem conversar até a ajuda chegar.

Entre conversas eles descobrem que tem muita coisa em comum e o clima só aumenta. Até que Raul percebe tudo e avança para um beijo, Leyá estava aceitando, mas desvia no último instante.

— Ah, me desculpa, devo ter entendido errado! — Fala Raul, constrangido.

— Não é você, sou eu.

— Eu achava que essa frase era para quando terminasse um relacionamento, não quando fosse começar. — Ele ri, envergonhado.

— Não, mas dessa vez realmente, é... que...eu curto mulheres, entende?

— Putz entendi. — Diz Raul, sem graça.

— Então você me perdoa por ter deixado você acreditar em algo que não ia acontecer?

— Não tem nada que pedir desculpas, eu que me deixei enganar, e também hoje eu fui traído, aí estava meio frágil. O engraçado é que quem tomou minha noiva foi uma mulher e na minha própria casa, naquela festa de hoje. Tem coisa pior?

— Que dó! Mas espera aí, uma mulher nessa festa tomou sua mulher?

— Sim, porquê?

— Porquê nessa festa eu encontrei minha namorada grudada na boca de uma piranha. Por isso eu fiz aquela confusão lá em cima.

— Espera aí, é essa? — Raul mostra a foto de sua noiva.

—Sim, é essa vaca mesmo!

— Cara, eu realmente não conheço essa mulher. Além de me trair ainda acaba com outro casal.

— Pois é, isso não vai ficar assim vamos dar o troco.

— Como assim?

— Assim...

Leyá o beija!

O beijo começa rápido e feroz, depois vai se tranquilizando, os dois sentem a química aumentar, alguma coisa começar a preenchê-los e todos sabemos que é o amor.

— Nossa! — Falam ao mesmo tempo.

E voltam a se beijar e não percebem quando o elevador volta a funcionar, a máquina sobe e as portas se abrem.

— Raul!!!— Grita a ex noiva dele.

— Leyá!!!— Grita a ex namorada dela.

Leyá ouve, mas não dá importância, aperta o botão de descer, deixando as ex com caras frustradas.

— Você ouviu alguma coisa?

— Não foi nada, amor. — Responde Leyá, sorrindo.

Raul sorri ao ouvir alguém chamá-lo de amor depois de anos num relacionamento que nunca ouviu isso.

E agora com Leyá ele tem a certeza de que vai estar sempre completo!

Fim.

Mini conto de autoria de: Jefferson Olivera

Clube Doce Leitura!

Clube Doce Leitura!

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Mini contos-Açúcar CandeWhere stories live. Discover now