Vida às avessas!

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Nunca se viu uma história parecida com a de Pedro e sua vida que parece constantemente de cabeça para baixo. Ele se intitula com pé na lua, pois tudo que faz dá errado.

Mora em um lugar um tanto movimentado, na cidade de Nova York, e vive sempre em constante correria. Quando pára um pouco para descansar, Pedro conversa on line com seu melhor amigo, Arnold, mas sem nem sequer olhar para a tela do computador. Sempre o mesmo assunto: Arrumar um emprego!

Isso é uma grande dificuldade para Pedro, pois tudo que decide fazer não consegue. Não por não tentar, mas por que tudo parece acontecer de acordo com o que ele não prevê.

Se arruma um serviço de confeiteiro, mesmo sendo formado em confeitaria, queima tudo que faz ou a massa desanda sempre. Se consegue trabalhar como atendente em um banco acaba se confundindo com os números e dando dinheiro as pessoas, sempre sobrando para ele cobrir; assim também como caixa de supermercado ou atendente de padaria, sempre faz tudo atrapalhadamente.

Isso não somente em sua vida financeira, mas, também, na sua vida pessoal. Nunca consegue uma namorada por seu jeito de ser. Conhece uma moça, fica feliz e empolgado e logo pensa "Esta é a escolhida! " mas logo percebe que ela, na verdade, era ele e Pedro só percebeu depois de alguns beijos quentes e algumas mãos salientes. Isso quando não encontra uma garota de verdade e, com seu modo estabanado de ser, acaba assustando-a ou espantando-a.

Contando assim não dá para acreditar que uma pessoa assim exista, não é mesmo? Mas, infelizmente, a vida de Pedro é real! Ele já foi a vários médicos para saber se isso tudo era devido há algum problema de saúde, sempre saindo dos consultórios bem bravo por que, na maioria das vezes, os médicos riam das situações contadas por Pedro. Já procurou várias religiões para saber se alguma delas poderiam curá-lo, porém o que mais conseguia eram pessoas rindo dele ou dizendo que isso era normal. Sinceramente, Pedro já não sabia mais o que fazer.

Até que encontrou uma moça, a Bruna que, só de olhar, pareceu tão desajeitada quanto ele. Ele, ao vê-la derramar café em cima de suas próprias pernas duas vezes seguidas, sentiu vontade de rir, mas pensou que aquela mesma situação sempre acontecia com ele, então decidiu ficar quieto, observando. Ao se levantar pegou alguns guardanapos de papel, levando até a moça, e lhe entregando se apresentou. Iniciou, aí, uma amizade entre eles.

Pedro sempre contava as diversas situações atrapalhadas que aconteciam contigo à amiga, que na maioria das vezes não aguentava segurar a risada que vinha com força, fazendo-o franzir a testa.

Com o passar do tempo os dois se tornaram ainda mais unidos, tanto que os próprios familiares começaram a achar que dali nasceria um romance. Essa hipótese estava completamente descartada, pois os dois desenvolveram um carinho fraternal e não carnal.

Mas uma coisa diferente acontecia com Pedro toda vez que eles estavam juntos, nada de atrapalhado ou de ruim acontecia com ele, muito menos com ela. Ao comentar isto com Bruna ela, sem entender o motivo, começou a sorrir, sentindo seu coração se aquecer de maneira estranha. Pedro não entendia o motivo do sorriso da amiga, mas também não quis questionar.

Bruna estava com planos de abrir uma confeitaria, mas o amigo logo a desanimou, lembrando o quão estabanada ela era. Mas ela não queria tirar a ideia da cabeça, pois aquilo era um sonho de infância. Decidiu propor ao amigo que trabalhasse com ela, só assim tudo fluiria melhor e nada de errado aconteceria. Meio temeroso ele aceitou.

O negócio começou e com todo sucesso, tanto que nem Pedro acreditou. Arnold combinou com Pedro de ir visitá-lo e, logo assim que chegou, logo que viu Bruna, ficou encantado com sua beleza. Bruna, por sua vez, não viu graça alguma nas gracinhas e cantadas que ele lançava para seu lado, chegando a reclamar sobre o folgado com seu amigo, que apenas riu. O problema é que desde que Arnold chegou as coisas começaram a dar errado na confeitaria. Tudo saía ao contrário do que era esperado. Com isso parecia que os amigos estavam destinados ao fracasso. Mas Bruna decidiu pedir ao sócio\amigo que pedisse ao "folgado", como ela mesmo o intitulava, para ir embora, alegando que tudo aquilo era culpa dele. Pedro, sem saber o que fazer, decidiu ele mesmo se afastar da confeitaria e de Bruna, por ter achado que era coisa da cabeça dela aquilo tudo.

Bruna, tocando a confeitaria, conseguiu fazer as coisas fluírem e, por incrível que pareça, nada saía mais do controle, pelo contrário, tudo vinha dando muito certo.

Pedro, por sua vez, continuou procurando empregos e, infelizmente, sem sucesso. Só que, agora, com Arnold enfiado em seu apartamento. Com o passar do tempo ele percebeu que o amigo era quem o atrasava na vida e, com isso, decidiu mandá-lo ir embora.

Procurou novamente Bruna, mas ela já não estava mais lá. Havia se tornado uma grande chef confeiteira e ido para uma filial de sua loja, em Paris.

Pedro voltou a ficar sozinho, novamente em busca de empregos e, agora, em busca de sua grande amiga, a quem ele percebeu, muito tarde, que se tratava de seu grande amor!

Mini conto de autoria de: Clarissa C.S

Clube Doce Leitura!

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