— Vitória não possui culpa de ter sido concebida por uma vadia escrota. — esclareço com hostilidade, relembrando de seu plano fracassado ridículo.

Uma raiva devastadora do caralho se apossa de cada célula de meu corpo ao pensar que estupidamente quase caí em seu joguinho fodido, e que Vitória está em perigo devido a sua enorme sede de vingança mesquinha, imprudência e burrice.

Grazie por estar ajudando a encontrá-la, sou imensamente grata por isto. — diz e quero que cale a porra da boca, estou farta de seu falatório desnecessário, nestas horas é necessário evitar distrações e manter a concentração. Ester ignora a urgência do silêncio e continua a tagarelar, é uma metralhadora que não para, não consegue parar: — Está considerando-a sua figlia, agradeço-lhe muitíssimo. — expressou toda a sua gratidão e poderia enfiá-la no cu.

Disgrazia! — xingo. — Estamos andando em círculos. — informo ao constatar que já tínhamos passado neste local.

— Vamos retornar e reencontrar os outros. — determinou e eu maneio a cabeça sinalizando concordância.

Justamente quando nos dirigimos em direção a saída, visualizo Henrico apontando a arma para um sujeito, que a princípio embora me pareça familiar, não consigo reconhecer. Ao obter acesso a cena, Ester imediatamente reage negativamente, cheia de pavor, assiste tudo emudecida pelo horror e espanto, em seguida, vomita vários palavrões, surpreendentemente saindo em defesa do desconhecido.

— Mas que porra está fazendo com Maurizio? — esbraveja furiosa.

— Conhece perfeitamente este desgraçado, não é? — bradou Henrico, em um tom duro e mortal, seus olhos estão sombrios e estreitos, exala ódio por cada um dos poros.

Mio Dio! Eu não aguento toda essa delícia, este homem é fodidamente gostoso demais, essa sua cara de mafioso cruel desperta em mim um tesão do cacete. Respirei fundo, tentando arduamente controlar os pensamentos pervertidos que penetram minha mente doente e obscena, sou uma puta muito deslumbrada.

— É evidente que sim, qual é a merda de seu problema? — a vaca duas-caras exige saber.

— Este figlio di puttana é um informante de mia madre, você é a desgraça de uma puta medíocre tão incompetente e inútil, que não possuiu o caralho da decência de perceber o óbvio. — o Capo rosnou transtornado, possesso de ódio, parecia um felino astuto sedento por sangue prestes a atacar Ester e a dilacerar, devorando-a vivo.

Recuso-me a solicitar para ser incluída nesta discussão podre que se iniciava, irritei-me ao extremo presenciando esta palhaçada, Ester se atreve a abrir aquela maldita boca para argumentar disposta a tornar a situação irritante ainda pior, eu me antecipo e interfiro, calando-a:

— Já basta disto! Somos adultos e chefes, este é o exemplo que querem fornecer a seus subordinados?! — indago, mantendo a voz equilibrada e calma, o extremo oposto da raiva que cresce dentro de mim.

Signora Ester, perdonami, não restou-me escolha, Laura está em posse de mia figlia, mi dispiace. — balbucia qualquer defesa sôfrega.

— Diga onde está mia figlia e salvarei a sua e pouparei sua vida. digo o texto ensaiado, que sempre funciona, adotando um tom pacificador, utilizando uma voz mansa, calculando cada palavra, olhando-o diretamente nos olhos, transferindo confiança e verdade, no atual momento sou única capaz de negociar.

— Este verme nos traiu, é inadmissível que permaneça vivo. — Henrico anuncia irredutível, franzindo o nariz em desgosto.

Eu o aniquilo com o olhar raivoso, sua carranca se suaviza um pouco, a máscara poderosíssima de frieza se abala, apresentando rachaduras, Henrico ergue a sobrancelha em interrogação, estabelecemos uma comunicação visual, temos uma eletrizante discussão silenciosa, somos aquele casal com um vocabulário secreto de olhares e tudo mais.

Por fim, como sempre, sou consagrada vencedora, pois sou a alfa, eu mando em Henrico, é chocantemente fácil fazê-lo se dobrar a minha vontade, amo isso para caralho. Ele é um bom garoto e cede sem resistência, efetuando um sinal de paz capaz de ser interpretado única e exclusivamente por mim.

— A figlia dele está em perigo, eu faria o mesmo. — Ester palpita e pela primeira vez relutantemente sou obrigada a concordar.

— Faça o que achar melhor. — meu noivo manifestou-se, posteriormente, retirando-se de cena estando altamente puto.

— Elas estão no corredor secreto, tenham cuidado. — informou tragicamente esperançoso de que conseguirá se salvar, quando é lógico não irá se safar dessa totalmente ileso, é preciso assumir a responsabilidade por seus atos e as consequências. Ele está se esforçando muito. É triste e patético.

A vida insignificante de Maurizio é ceifada no exato segundo em que inúmeros inesperados tiros são efetuados perfurando seu corpo, arremessando-o para trás com força brutal, quase dividindo-o em dois, fazendo quantidades abundantes de sangue jorrarem para todos os lados, banhando determinados pontos.

Inspeciono a área com o olhar e detenho a atenção em Laura, a megera finamente resolveu aparecer e está mirando sua arma na cabeça de uma garota enquanto segura Vitória com outra mão. A garota que suponho que seja a figlia de Maurizio, está sem cor, sem vida nenhuma, quase um zumbi, vários hematomas colorem seu corpo ossudo, seu rosto está desfigurado e ela treme chorando muito em frangalhos.

— Eu já previa que falaria, agora junte-se a sua figlia no inferno! — pronunciou, atirando na cabeça da pobre garota.

Em seguida, vejo todos os homens entrando e Henrico também, todos com os nervos a flor da pele com medo de perder Vitória, um ser indefeso. Mas, não vou permitir isto jamais.









A Secretária Da Máfia (Concluída)Where stories live. Discover now