✵ Vivendo em um inferno

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• Pode conter gatilho!
• boa leitura 📚

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Duas semanas depois:

Para ser sincera as cosias estavam indo de mau a pior

Em casa não converso com meus pais pois a única coisa que existe são brigas

Desde o momento no qual descobri que seriamos despejados da nossa própria casa daqui a dois meses

Eles colocaram a casa para vender, para pagar as dívidas e colocar nossa vida em ordem desde a morte da Camilla

Mas eles gastaram com bobeiras, acharam que dinheiro caia do céu e que teriam como pagar a casa novamente para vivermos uma vida normal

Agora estou aqui, em meu quarto escutando meu pai gritando do outro lado da porta por estar bêbado

Irônico né?

Eu não aguento mais, sinceramente não aguento mais viver assim

Abro a porta com força dando de cara com o mesmo, apenas ignoro sua existência e desço as escadas indo até a porta principal, saindo de casa no mesmo instante

Estava chovendo naquele momento, mas eu apenas não queria ficar em casa

Olho para trás e vejo minha mãe na janela, seus olhos estavam cheios de lagrimas

Ela tentou, tentou mostrar que conseguiria viver sem uma filha, mas sinceramente ela não conseguia

Logo a mesma fecha a cortina que havia ali e eu apenas me viro para frente olhando o céu que estava cheio de nuvens pela chuva que estava caindo

Não sei que horas eram, não estava com meu celular pois havia deixado dentro da mochila escolar

Eu ainda estava com o uniforme, que já estava encharcado por sinal

Eu não sabia para onde ir, mas eu precisava pensar no que fazer sobre a minha vida

Começo a andar pelo rua com as mãos no bolso da blusa de frio que estava completamente molhada, não sabia aonde ficar já que em casa eu não voltaria

Estava sendo difícil, difícil superar a dor da culpa sem ter culpa

Difícil de entender como deixei isso acontecer, cerca que era para eu protegê-la

Olho para o lado e vejo a praça, memórias foi o que vieram

Paro de andar e encaro a árvore, aquela que fez parte da minha infância

Caminho até a mesma relembrando os momentos de irmã que eu havia tido

- eu não quero ir embora - Camilla dizia assim que havia terminado o seu desenho

- sabe que o papai e a mamãe vão ficar bravos ne? - eu falo me levantando e limpando minha roupa

- mas esse lugar é maravilhoso - ela fala olhando para cima, aonde as folhas caiam sobre a mesma

- voltamos aqui amanhã, Camilla - falo ja sem paciência, era sempre assim

Arrependimento de não ter ficado aquele dia, de não ter aproveitado cada minuto

Não voltamos no dia seguinte, não voltamos nunca mais pois ela estava se afastando

Assim que chego perto coloco a mão sobre a madeira, essa árvore nunca deixou de ser linda

Eu estava com tanta raiva, tanta raiva de mim mesma, dos meus pais, raiva da Camilla ter me deixado

Que sem pensar duas vezes havia dado um soco ali, na hora não senti a dor

Apenas olhei para minha mão, um pequeno machucado havia se formado

Lagrimas já caiam sobre meu rosto, dei outro soco com meu punho direito que na hora veio a dor

Aquela dor não era nada comparado a dor que eu sentia no meu coração

- MERDA - falo gritando assim que vejo o sangue escorrer do meu punho

Me sento na grama molhada e coloco a mão na cabeça, como viver estava sendo difícil

- s/n? - escuto alguém me chamar, olho para cima e vejo Aidan

O que ele esta fazendo aqui?

- o que você esta fazendo aqui? - pergunto sem nem pensar e ele apenas não fala nada, ele se agacha na minha frente passando a mão pelo meu rosto

Ele era a única pessoa no qual eu conversava naquela escola, ele e o Adam que por sinal é uma pessoa legal

- me conta - ele fala ainda passando a mão pelo meu rosto, olhando no fundo dos meus olhos

Ele limpava as lágrimas que caiam junto com a chuva

- não precisa - falo com um meio sorriso colocando minha mão machucada em cima da sua

O mesmo muda o olhar, olhar de tristeza e pena

Como eu odiava esse olhar

- eu posso te ajudar - ele fala baixinho

- ninguém pode Aidan - falo olhando para ele que já havia tirado sua mão do meu rosto, mas ainda estava agachado na minha frente

- vem - ele levanta e me da a sua mão como apoio

Apenas pego na sua mão e novamente borboletas invadem meu estômago, percebo que o mesmo estava tão molhado quanto eu

- o que esta fazendo aqui? - pergunto novamente para ele tentando limpar um pouco da sujeira que havia no meu uniforme

Ele novamente não me responde, apenas segura na minha que que não estava machucada e me guia para algum lugar

Ele era uma pessoa boa, mas eu era uma pessoa confusa e quebrada

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In another life | 𝗔𝗶𝗱𝗮𝗻 𝗚𝗮𝗹𝗹𝗮𝗴𝗵𝗲𝗿 (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora