In another life | 𝗔𝗶𝗱𝗮𝗻 𝗚𝗮𝗹𝗹𝗮𝗴𝗵𝗲𝗿 (Concluída)

✵ isso é INJUSTO

• pode conter gatilho!
• boa leitura 📚

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S/N NARRANDO:

O dia tinha sido cansativo, a tarde e o começo da noite também

Depois que conversei com aquele menino no qual ainda não sei seu nome, fiquei pensando que algumas pessoas realmente são diferentes

Quando fui para a próxima aula, as pessoas ainda me encaravam de forma estranha, cochichando e entre outras coisas

Basicamente uma pessoa sentou ao meu lado e conversou comigo na aula de história

Adam era seu nome, ele parecia ser legal

Ficava zoando e me fez rir algumas vezes mesmo percebendo que as pessoas me encaravam

Juro que não sei o que a Abigail escutou quando eu estava em meu pesadelo, mas as pessoas são assim

Infelizmente a humanidade nunca mudou, nem nosso próprio planeta está aguentando essa gente toda

Quando escutei o sinal da última aula, dei graças a Deus, peguei a meu livro e meu caderno no qual tinha só algumas anotações, logo fui até o corredor em direção ao meu armário para poder pegar minha mochila

Não havia tocado em meu celular hoje, tinha deixado o mesmo desligado caso tocasse

Assim que cheguei em meu armário, vi Abigail se aproximando de mim assim que coloquei a senha do armário

- olha me desculpe - ela fala chamando a minha atenção - eu disse para uma amiga que você estava falando coisas estranhas, do tipo de querer um nome e entre outras coisas - ela fala mexendo as mãos

- não sabia que ela ia falar para outras pessoas, eu também sou nova e me desculpe por ter me afastado de você assim que você voltou para aula - ela dizia as coisas tão rápido que meus neurônios estavam se batendo

- tudo bem Abigail - falo pegando a minha bolsa e tirando o celular da mesma - espero que voce reveja suas amizades, afinal se você contou algo para ela e ela espalhou, significa que não guarda segredo - falo ainda com o celular na mão e esperando o mesmo ligar

- não é que... - ela ia terminar de falar mas eu a interrompo

- eu te entendo, escola nova, boa impressão, mas eu nao sou assim - falo cortando a mesma que abaixa a cabeça - mas não sou de guardar rancor por causa disso, fica tranquila, coisas acontecem - falo olhando para mesma e logo vejo que meu celular havia ligado

- eu preciso ir - falo com um sorriso sem mostrar os dentes e fecho meu armário passando pela mesma

Ainda andando pelo corredor, esse colégio realmente não era pequeno

Pego meu fone de ouvido dentro da mochila e logo em seguida fecho a mesma, dentro dela havia colocado o livro de gramática e meu caderno

Uma pequena estudada não faz mal a ninguém

Assim que cheguei ao pátio que dava a vista para o portão principal, ainda estava desembolando meu fone com o celular na mão

Em alguns segundos saio dali conectando meu fone em meu celular e colocando em uma música qualquer

A caminhada não era longa, o problema mesmo era que já estava de noite e a rua era pouco movimentada

Tento sempre evitar os atalhos que eu faria quando vinha para a escola

Cerca de dez a quinze minutos eu já estava perto da minha casa, coloquei a bolsa na minha frente para que eu pudesse pegar a chaves de casa

Assim que fiz isso meu fone automaticamente caiu, fazendo com que eu escutasse uma leve gritaria

Ainda me aproximando da porta principal a procura da minha chave, escuto meus pais gritando

- ISSO É INJUSTO - minha mãe gritava, eu até estava pensando em abrir a porta mas parei assim que ouvi o nome de Camilla

- JANICE, ELA MATOU A CAMILLA - meu pai gritava e um aperto no meu coração foi o que restou

- E NOS ESTAMOS A MATANDO TAMBEM JOGANDO TODA A CULPA NA NOSSA FILHA, CERCA QUE NOS SOMOS OS PAIS - minha mãe gritou de volta retrucando meu pai, minha vontade era de chorar

Minha família estava destruída, e eu só queria beber para esquecer tudo aquilo

- nos somos os pais - minha mãe fala só que dessa vez abaixando o tom, me aproximei ainda mais da porta para poder escutar

- ela tem pesadelos, ela fala dormindo, ela grita por medo - minha mãe continua falando - ela esta quebrada e nos como pais não estamos ajudando ela - minha mãe fala só que dessa vez sua voz muda, parecia que ela queria chorar

Antes que eu pudesse escutar algo do meu pai, coloco a chave na fechadura e logo abro a porta sentindo o olhar da minha mãe sobre mim

Assim que olho para ela fingindo que não havia escutado nada, ela vira o rosto para limpar as lagrimas que estavam caindo

Já meu pai apenas me olhava de forma neutra, não sabia decifrar o que ele estava sentindo

- vou pro meu quarto - falo fechando a porta e indo até a escada, queria evitar conversas

Subi as escadas na velocidade que eu nem sabia que tinha, eu apenas queria chorar, queria fumar, queria beber e queria Camilla ao meu lado

Assim que entrei em meu quarto, deixei a bolsa no canto, fechei a porta me apoiando na mesma e me sentando no chão

Passo a mão pelo bolso da blusa de frio do colégio e sinto o pequeno isqueiro

E logo as lembranças vem na minha mente

- fiz isso pra você - ela dizia sorridente me entregando um pequeno pacote

- e o que seria? - eu disse com um sorriso no rosto abrindo o pacote

- meu isqueiro - ela fala dando uma pausa - assim você saberá que eu sempre estarei ao seu lado - ela dizia

- você que desenhou? - pergunto olhando para ela e a mesma afirma com a cabeça

Era uma borboleta, Camilla ama borboletas e sempre as desenhas

- obrigada - falo indo abraçá-la

Uma lágrima cai no meu rosto assim que tiro o isqueiro do bolso passando o polegar no desenho

- sinto sua falta - falo baixinho ainda passando o dedo pelo desenho

Pego meu celular na mão vendo que não era nem 20h00 da noite ainda, mas eu apenas queria me deitar e fingir que esse dia nunca aconteceu

Fiquei alguns minutos olhando o pequeno isqueiro e logo sem seguida me levantei do chão e fui direto pro banheiro que ficava em meu quarto

Apenas tiro minha roupa e me jogo embaixo no chuveiro, agua morna caindo pelo meu corpo e lagrimas descendo pelo meu rosto

Eu apenas queria uma coisa e essa coisa não posso ter, sabe a dor? Ela dói muito

As vezes o coração demora mais tempo para aceitar o que a mente já sabe...

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