Assenti e o esperei sair do quarto, provavelmente tinha alguma coisa para fazer. Eu deitei na cama, respirando fundo e tentando relaxar, ficar sem pensar no que eu passaria ou não. Só de pensar que teria que ver o rosto dele todos os dias me dava vontade de vomitar.
Consegui adormecer graças ao cansaço, mas acordei ao escutar um barulho. Abri os olhos lentamente, morrendo de medo e com razão. Rabastan estava deitado ao meu lado, me encarando sem piscar praticamente. Como ele poderia achar que eu o ia perdoar assim? Principalmente sendo algo imperdoável, ficaria marcado em mim para sempre.
- Por que ainda está com o vestido de noiva? - Perguntou arrumando meu cabelo.
- O que você está fazendo aqui? - Rebati me levantando, mas ele me impediu. - Me solta!
- Queria te observar sem você reclamar. Por que ainda está com o vestido?
- Porque eu quero. Agora pode sair daqui?
- Fale direito comigo, Adhara. - Disse bravo e pegou um vidro, aproximando da minha boca. - Toma um pouco disso.
- Eu não quero. - Virei o rosto, mas segurou, virando-o na minha boca e segurando o nariz para eu não ter escolha.
Eu não conseguia me mexer com ele me prendendo. Para piorar, não sabia o que tinha no líquido e para que servia. Comecei a me sentir um pouco zonza e não tinha nem mais como lutar contra Rabastan.
- Vai ficar tudo bem, confia em mim.
Sussurrou pegando a varinha e apontando para a minha cabeça. O meu corpo tremia de medo novamente e de repente as cenas das coisas horríveis que ele fez comigo. Aquilo me atormentava e doía... O que estava fazendo comigo? Eu não podia passar por tudo de novo, por favor.
Eu me virei ainda de olhos fechados, percebendo o travesseiro se mexer. Acordei lentamente, querendo saber o que era e vi Rabastan. Por que eu estava deitada e apoiada nele? Tudo parecia muito confuso, forçava a minha mente a lembrar o que tinha acontecido, mas nada vinha. Eu me sentei, olhando para os lados, tentando reconhecer onde estava; Olhei para baixo também, eu estava com uma camisola de seda bem gelada, nem lembrava dessa roupa.
- Bom dia, Adhara. - Disse e me deu um beijo na bochecha. - O que aconteceu?
- O que estou fazendo aqui?
- Está no meu quarto, querida, não lembra? - Perguntou meio confuso, mas alguma coisa me dizia que era falso. - Estamos na nossa lua de mel, você está grávida, nos casamos ontem mesmo. Você não conseguia dormir por ser tudo novo e veio até a minha cama.
Franzi o cenho, tentando lembrar. Uma pequena parte acreditava ser mentira, mas quanto mais ele explicava, mais lembranças vinham. Por que então eu sentia medo de estar com o Lestrange? O meu corpo parecia não responder bem nem ao seu toque, mas não entendia o porquê, me deixando cada vez mais confusa.
- Meu amor?
- Eu não lembro de nada...
- Você lembrará aos poucos, deve ser resultado da festa. O seu irmão tentou lançar uma maldição em mim, mas acabou acertando em você.
Regulus? Ele não seria capaz disso... eu acho. Sirius? Não, provavelmente não o deixariam entrar e ele não saberia lançar uma maldição. Alguma coisa está errada e eu não sabia o que era.
Tentei cobrir a parte do meu corpo que estava exposto, parecia que cada olhar dele era uma facada. Enquanto isso, Rabastan apenas sorria de forma estranha, algo estava errado mesmo. Eu me levantei e me senti um pouco tonta, fui segurada por ele.
- Vai com calma, meu amor. - Sempre enfatizando mais o "meu" do que amor. - Melhor se trocar, Milorde necessita de uma reunião de emergência e teve que ser aqui.
- Mas eu não sou comensal...
- É a minha mulher, sabe muito bem como a minha família tem uma posição a preservar.
Concordei e ele me encaminhou para o outro lado, onde estavam as minhas coisas. Enquanto eu me vestia, Lestrange estava ali do meu lado, me observando a cada movimento. Fez questão de entrelaçar os braços para descer, onde estavam alguns dos comensais: Lucius -acompanhado por Narcissa-, meu irmão, Avery, Severo, Karkaroff, Dolohov, Rodolphus, Bellatrix... e Crouch? O que o Bartô estava fazendo ali?
- Boneca! - Regulus veio em minha direção correndo, mas Rabastan o empurrou antes de chegar perto de mim.
- O que foi agora, Lestrange?
- Depois do que você fez ontem, não chegue perto da minha mulher.
- O que eu fiz ontem?
A expressão do meu irmão era de total confusão, sempre fácil de ler, mas algo me fazia querer me afastar dele. Será que é a maldição que Rabastan falou? Não... Regulus não seria capaz de fazer algo assim comigo.
- Depois nos falamos, Reggie. - Permaneci sem expressão, não sabia o que fazer ou falar.
- O que você fez com a minha irmã, Lestrange? - Tentou se aproximar novamente. - Adhara, se ele te fez qualquer coisa, me fale, eu irei arrebentar a cara dele.
- Não, Rabastan não fez nada. - Respondi indo me sentar ao lado dele. - Por que ele faria?
O meu irmão o olhou com tanto ódio, me deixando mais confusa. Rabastan apenas sussurrou para eu não me preocupar e sorria triunfante a Regulus. Todos pareciam entender o que estava acontecendo, mas eu não.
Demorei, mas só pq essa fic consome muitooo o meu psicológico 🥲
SEMPRE BOM LEMBRAR: não estou romantizando relações abusivas, POR FAVOR, só estou mostrando a 'realidade' nada bonitinha das garotas em famílias tradicionais bruxas (também não bruxas, para falar a verdade)
DU LIEST GERADE
Adhara: A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black
FanfictionA elite da sociedade bruxa nunca foi fácil, imagina para uma garota de uma família com duas recentes traições. Adhara é a terceira filha de Walburga e Orion Black, gêmea de Regulus, e vê sua vida sendo mudada drasticamente com a fuga de Sirius. Suas...
Falsas lembranças
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