Capítulo Seis

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Um mês havia se passado, todos os trinta dias, contadinhos por Joohyun. Não que ela estivesse ansiosa pra saber sobre a cirurgia, não era isso, Jihyo já tinha lhe avisado que esta havia sido um sucesso. A ansiedade de Joohyun era por outro motivo, ela tinha saudades de Seulgi.

E não a pergunte porque, que para isso ela não tinha resposta. Ou não queria se convencer de que a resposta estava bem a sua frente. Joohyun sentia falta de Seulgi por que a Kang trazia uma alegria para sua vida que ela não tinha antes de lhe conhecer. Seulgi era tão natural. Ela dava aquela risada gostosa que a mais velha gostava tanto de ouvir, e ajudava Joohyun mesmo sem precisar, mesmo nas coisas que a Bae poderia fazer sozinha. Seulgi era tão gentil, e essa gentileza era tão difícil de ser encontrada. Joohyun queria tê-la por perto.

Então fazia um mês desde a viagem e a Bae contava as horas para que sua amiga voltasse, o que seria na noite daquele dia. Sabendo disso Joohyun foi logo cedo para a reabilitação, e ficaria lá até que a Kang chegasse, então se fosse necessário dormiria lá pela primeira vez.

- Ela já chegou na Coreia? - Perguntou a mulher finalmente, depois de ouvir a Doutora encerrar a ligação em que estava com o tal doutor que havia feito a viagem também.

Jihyo sorriu ao perceber a ansiedade da outra. - Sim, e ela vem direto pra cá.

- E a Yeji? - Questionou mais uma vez.

- Ela também veio. - Jihyo riu.

- Ah mas isso eu já sei. Quero saber se ela tá bem. - Respondeu a esquentadinha.

- Dormiu o vôo inteiro, ele disse. Mas segue bem, as dores de cabeça passaram.

- Isso é prefeito. - Suspirou aliviada a Bae.

- Seulgi iria pra casa, mas eu disse que você estaria esperando ela aqui.

As palavras de Jihyo fizeram a menor pensar. Nunca que Joohyun pensou na hipótese de Seulgi ter uma casa. Sua irmã sempre estava lá, então consequentemente, Seulgi sempre estava lá também.

- Ela mora por aqui perto? - Perguntou.

- Sim, umas duas ruas a frente. Ela queria ficar por perto, pra ficar perto da irmã, sabe?

- Entendo, faz sentido. - Concordou com a cabeça ao responder.

- Seulgi ficou muito animada quando soube que você estava aqui. Ela disse que viria mesmo sendo tarde por que não queria que você dormisse aqui sozinha. - A doutora contou e ouviu uma risada da outra mulher.

- Ela é a única pessoa que pensaria uma coisa dessas, provavelmente. - E sem perceber Joohyun estava sorrindo.

- O que quer dizer?

- Pensar nos outros quando deveria pensar em si mesmo. Seulgi deve estar cansada. Eu só vim porque achei que ela morava aqui.

- Isso é verdade. Seulgi deve gostar muito de você. - Tocou nas mãos mãos da garota antes de continuar. - Mas como eu disse, ela mora pertinho, então não vai ser tão difícil vir pra cá ou invés de ir pra casa.

Ficaram um tempo em silêncio, até que Jihyo se lembrou de uma coisa.

- Joohyun?

- Hm? - A Bae murmurou meio desinteressada.

- Eu tenho uma curiosidade, sei que é um assunto sensível pra você, mas se tivesse uma oportunidade você se apresentaria outra vez?

Joohyun já tinha falado sobre isso em uma das reuniões. Era um assunto complicado, porque balé era a única coisa que ela realmente gostava de fazer, ela adorava a sensação que tinha quando estava nos palcos, ou até ensaiando em sua casa.

Jihyo já havia lhe dito que ela poderia dançar novamente, que a deficiência não iria a impedir de voltar a fazer isso se fosse realmente o que ela queria. Mas a Bae não queria que fosse assim.

Na verdade ela tinha medo de voltar a dançar, por que aquilo a lembrava o pior dia de sua vida. A realidade é que o que antes a fazia se sentir viva, agora não passava de uma lembrança dolorosa, uma escolha que ela nunca deveria ter feito. Então não! Definitivamente não, Joohyun não queria voltar a dançar, e não queria nem pensar naquela hipótese.

A Bae até abriu a boca para dizer aquilo em voz alta, mas foi impedida por um grito animado que tomou conta do ambiente.

- UNNIIIIIES! - E toda aquela animação só poderia vir de Yeji, que corria até a recepção do lugar onde morou por um tempo, conhecendo o lugar pela primeira vez.

Seulgi vinha logo atrás, visivelmente cansada. Sorrindo e acenando para Jihyo, que acenava de volta. - Meu amor, essa é a tia Jihyo. - Seulgi aponta para a dita cuja. - E essa é a tia Joohyun.

A criança correu em direção das duas dando um abraço apertado nas duas mais velhas. Ao mesmo tempo, agarrando as pernas de ambas. Joohyun sorriu ao se segurar na doutora, pois quase caiu com a surpresa.

- Está com fome meu amor? Eu fiz um bolo de chocolate do jeitinho que você gosta. - Jihyo pegou a mão da criança, quando a viu acenar com a cabeça em resposta, e a levou para a cozinha. Era dez da noite, mas era uma ocasião especial, então estava liberado comer doce aquele horário.

- Oi. - Seulgi se aproximou, deixou a mala em cima do banco ao lado, e pegou a mão de Joohyun, antes de continuar. - Eu pensei que veria você só amanhã. - Joohyun sentiu as mãos de Seulgi subirem pelos seus braços, antes de ser envolvida em um abraço.

- Você deve estar muito cansada não é? Desculpa. É que eu meio que achei que aqui era sua casa.  - Disse a mais velha sorrindo sem graça enquanto correspondia o abraço.

- Não tem problema, eu também queria te ver, senti sua falta. - Seulgi brincou e ouviu um estalar de lingua em resposta. - Não é errado admitir, Hyun.

- Eu nunca disse isso.

- Para de ser tão orgulhosa, eu já disse que é recíproco. - Brincou a Kang segurando o braço de Joohyun  agora. - Então quer dizer que hoje você vai nos agraciar com sua presença durante a noite também? - Falou enquanto levava a garota para o quarto onde dormiriam.

- Meus pais fizeram uma viagem hoje e também não gostam de me deixar sozinha em casa, então.. - Respondeu.

- E tudo bem se nós dormirmos no mesmo quero? Eu, você e Yeji? - Perguntou, meu receosa, não sabia como eram os gostos da Bae, talvez ela não gostasse de dividir quarto.

- Não tem problema, a menos que uma de vocês ronque. - Rebateu rindo.

- Bom, eu não ronco, mas pode ser que eu me movimente um pouco durante a noite, ou não. Yeji quem disse. Só ficando mesmo pra saber. - A Kang riu e Joohyun riu com ela.

- Contanto que você não me agarre durante a noite tá tudo certo.

- Eu não posso? Poxa mais era essa a intenção.

Seulgi fez um biquinho que Joohyun infelizmente foi incapaz de ver, mas sorriu por imaginar muito bem Seulgi o fazendo pelo tom que saiu a sua voz.

"Seulgi era tão boba."  Ela pensou, mas isso não era um problema, era apenas mais um item a acrescentar a lista de coisas que Joohyun gostava em Seulgi.

Just wanna see you - SeulreneWhere stories live. Discover now