5. Em Casa

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Oi!

Feliz Ano Novo!! ✨🍾

Boa leitura❤️

✉️

Chegar em Washington depois de duas semanas em Berlim Ocidental foi um baque. A bolha dos dois se rompeu, carícias em público não eram mais permitidas, não dormiriam juntos e nem poderiam demonstrar afeição um pelo outro, apenas sorrisos singelos que não seriam vistos de forma torta no ambiente profissional. O momento da ruptura havia chegado: ali, nos Estados Unidos, eram apenas duas pessoas que trabalhavam juntas, sem qualquer envolvimento romântico ou sexual, como havia acontecido na Europa Central. Teriam de fingir que nunca se relacionaram além da esfera da agência e agir como se a melhor semana de suas vidas não tivesse acabado de passar.

Assim que pisaram na base aérea, já que não embarcaram em um avião comercial comum, afinal carregavam consigo informações valiosíssimas, foram levados diretamente para Langley. Harry notou como Louis estava sério e calado durante o trajeto, ambos no banco traseiro de um carro chique, tentou puxar assunto mas seu parceiro não queria papo e aquilo o chateou, mil e uma inseguranças tomando conta de sua mente ao pensar que tudo não havia passado de algo passageiro para Tomlinson. Suspirou, pensando se não havia sido enganado por um homem bonito e elegante, com suas falas que pareciam sinceras, e sua carência o permitiu se entregar a ele cada vez mais, desde seu corpo ao seu coração.

Aquela indiferença e seriedade de Louis o fez se sentir usado. Passaram a noite anterior inteira na cama, mergulhando o quarto modesto do hotel em súplicas e gemidos nada discretos, seu corpo esquentava e se arrepiava só de lembrar de ter Louis sobre si, seu calor e domínio ao redor dele, suas expressões de prazer e êxtase ao atingirem o orgasmo diversas vezes durante a madrugada fria de Berlim. Cada momento que passou com ele foi delicioso e especial, Harry havia se rendido àquela paixão e se sentia jovem, um adolescente rebelde, e era bom. Há muito tempo que não se sentia sexy, querido ou cuidado e Louis preenchia aquelas lacunas que um dia já estiveram cheias, mas haviam sido esvaziadas com comentários aqui e ali e certas atitudes de seu marido.

Era muito bom ter alguém que se preocupava com ele, que queria o seu bem e que estaria sempre ali quando precisasse de um ombro amigo. Porém, começava a se questionar se tudo havia realmente sido sincero ou Louis havia feito tudo aquilo só para levá-lo para a cama e nunca mais olhar em sua cara. Pisar em Washington o deixava inseguro, teria muito com o que lidar, voltava para sua vida caótica com o marido ruim e sua filhinha, não tinha certeza se a encontraria em casa ou se ainda tinha uma casa, já que o imóvel era do traste, e a seriedade e secura de Louis não ajudava em sua insegurança, aquele mal infeliz que o atormentava praticamente todos os dias.

— Louis. — chamou baixinho quando saíram do carro no estacionamento da agência de inteligência, deixaram suas malas ali porque seriam levados para casa em breve. Os dois caminharam juntos, um pouco afastados dos homens engravatados que estavam diante deles os acompanhando e Tomlinson o olhou, seu maxilar estava travado indicando sua tensão e Harry estremeceu com o olhar sério que recebeu. — Você... Você me enganou?

— Oi?! — franziu o cenho, sem ter entendido direito, e suas expressões se suavizaram ao ver como Harry estava aflito e inseguro. Sorriu carinhoso e sua mão coçou para segurar a dele e enchê-la de beijos, mas infelizmente não podia. — Jamais te machucaria, doce. — disse tranquilamente. — Não te enganei, tudo foi real e eu realmente quero te namorar. Só... estou cansado e tenso, não vejo a hora de entregar esses documentos ao secretário e ir para casa.

Sua tensão não tinha nada a ver com os documentos das bombas de hidrogênio que foram brilhantemente barganhados por ele em Berlim, claro que era uma enorme responsabilidade, envolvia milhões de vidas e em mãos erradas seria terrível. Porém, aquilo já havia sido resolvido, estavam em Langley, nos domínios da agência, e não seriam roubados ali. Sua preocupação era com Dimitri Ivanov, o agente soviético que estava preso em algum lugar desconhecido, seu caso longe dos olhares da mídia ou de qualquer um que pudesse meter o bedelho, e Louis sabia que informações poderiam ser obtidas de formas mais dolorosas. Esperava que Dimitri não desse com a língua nos dentes e enfiasse Bryan Clark no meio da história ou as coisas ficariam feias para ele, isso se já não estivessem.

Agente Duplo | Larry Stylinson Where stories live. Discover now