Agente Duplo | Larry Stylinson

3. Os Arquivos

Oi!

Boa leitura! ❤️

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Os documentos que resgataram do esconderijo de Nikolai Smirnov eram inúteis. Passaram horas, dias, buscando algo referente às bombas de hidrogênio ou qualquer coisa que fosse de interesse do governo americano, mas boa parte do que havia ali eram cartas de familiares, bilhetes de loteria, anotações vagas. Apesar da determinação de ambos, tudo ali era uma grande pilha de papel sem utilidade.

Louis grunhiu ao caminhar pelo corredor modesto do hotel, era cedo e o café da manhã logo seria entregue em seu quarto, o pacote de lua de mel oferecia aquela comodidade. Usava uma calça de moletom preta, um par de chinelos com meias, uma camiseta branca e uma jaqueta quentinha, estava confortável porque não iria sair a serviço naquela hora, na verdade Harry e ele estavam perdidos sem a informação que precisavam e com Smirnov morto. Esperavam receber alguma diretriz de Langley, haviam informado ao secretário e a falta de recursos dos dois os impedia de agir de maneira mais incisiva e buscar pistas por si próprios.

Desceu as escadas para o saguão e alguns hóspedes olharam estranho para ele, de fato não tinha o melhor estilo naquela manhã preguiçosa e sua prioridade não era elegância, mas sim conforto. Seu rosto ainda estava inchado pelo sono, só teve tempo de escovar os dentes antes de Harry acordar, o banheiro era pequeno e todo dia era uma briga na hora de dividi-lo. Não precisava de muito para saber que Louis estava saindo do sério ao ter de compartilhar o quarto com seu colega, em partes porque Styles era chatíssimo e muito exigente em certos assuntos e também porque era insano estar no mesmo cômodo que ele.

Há muito tempo que Louis o desejava, desde que Harry começou a trabalhar na CIA e era torturante vê-lo de toalha duas vezes por dia. O banheiro era pequeno e as paredes sempre ficavam molhadas com o vapor da água quente, o que ocasionava em roupas úmidas quando elas ficavam penduradas no gancho, então a melhor forma era se trocar no quarto e Louis jamais poderia negar que reparava bastante no corpo alheio quando Harry se trocava. O ponto alto da sua semana foi ver um vislumbre daquela bunda farta e gostosa enquanto o outro se vestia e aquilo o fez salivar, louco para apertar e morder aquela carne macia. Sua mão coçava para tê-lo nos braços, sua boca ansiava por um beijo ardente, tudo que queria era abrir as pernas de Harry e comê-lo com força, fazê-lo gritar de prazer e implorar por mais.

Óbvio que Louis não cruzava limites, podia desejá-lo e quase morrer de tesão ao vê-lo enrolado naquela toalha fofa, mas jamais foi desrespeitoso. Nunca seria, nem com Harry e nem com ninguém, sua vontade de sexo era algo que dizia respeito somente a ele e só tentaria algo com Styles caso ele deixasse claro que o caminho estava livre, o que jamais aconteceria porque a maldita aliança de ouro em seu dedo deixava claro que ele já tinha alguém para saciar suas vontades. E esse alguém não era Louis.

Aliás, seu dedo também era adornado com uma aliança semelhante à de Harry devido ao seu disfarce de Trevor Davis e, em sua humilde opinião, era muitíssimo desconfortável. Era um anel largo, de ouro, e parecia pesar toneladas quando a usava. Era incômodo porque não havia um nome gravado ali, um rapaz por quem fosse apaixonado e era ainda pior quando se lembrava que era um solteirão. Era anos 80, o mundo estava mudando, sem dúvidas, mas um homem como ele – bonito, charmoso e com um emprego bom – estar solteiro aos trinta e três anos não era bem um grande feito, se ao menos tivesse um namorado para chamar de seu já não seria mais olhado com estranheza.

Caminhou pelo saguão principal, alguns hóspedes se preparavam para iniciar mais um dia de passeio por Berlim Ocidental e alguns estavam sentados nas poltronas e sofás lendo livros e revistas, outros viam o noticiário matinal e Louis simplesmente foi à recepção, abriu um sorriso galanteador e a recepcionista, usando um tailleur azul muito bem alinhado, retribuiu.