bonus - for her

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— Será mesmo? — ela levantou do trono e veio andando até minha direção. Só parou quando sua boca estava próxima do meu ouvido. — Te espero no quarto. 

Eu definitivamente mataria Tamlin. 

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A mansão da Corte Primaveril estava destruída. Vidros estilhaçados, madeiras quebradas e sangue estava espalhado por toda a casa. Tamlin, Lucien e alguns criados ainda estavam ali, mas elas não. Se foi o aviso que eu dei ou outra coisa, não importava; estavam longe. Longe das garras de Amarantha. Mas era exatamente por isso que a ruiva iria atacar nas terras mortais, queria encontrar as duas humanas que quase livraram Prythian do destino que ela planejava. 

Eu havia ficado encarregado de encontrar Paige Clarke. Mais uma morte inocente na minha costas. Iriam queimar a casa dos Beddor, mas eu teria que destruir a mente dos Clarke. Que bela morte. 

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Os gritos de Clare Beddor ainda ecoavam na minha mente. Havia deixado Paige fugir junto com os pais, não queria mais aquelas mortes, mas talvez o trauma fosse grande.

Deitado na minha cama, observando o teto cinza, procurei aquele laço – ainda extremamente fraco – e tentei sentir algo. Ela não poderia voltar, não mais. Prythian há anos não era mais segura, não com Amarantha no poder. 

O laço estava mais fraco que o normal, e a única emoção que passava por ele era a mais profunda tristeza. Queria fazer tudo para mudar esse sentimento, mas ela não estava dormindo, não daria para mandar alguma imagem do céu da Corte Noturna ou de Velaris. Eu poderia apenas torcer que ela melhorasse.

Lembrar-me de Velaris fez com que imagens de Mor, Cassian, Azriel e Amren adentrassem minha mente. Eu não conseguia me lembrar nitidamente de suas vozes e risadas, nem conseguia lembrar da minha própria risada. Mas eu tinha certeza que Velaris ainda estava segura, senão Amarantha já teria atacado e eles já estariam aqui comigo. Se eu saísse dessa maldita montanha alguma vez, quando eu estivesse livro, a maldita ruiva pagaria. Pagaria por cada lágrima que eu ainda não havia conseguido derrubar, pagaria por toda dor que já senti. São promessas, e eu faria questão de cumprir cada uma delas.

E agora eu havia feito um acordo, marcado por um céu noturno na minha pele. Eu não contaria a verdade e ela fugiria de Prythian, sem data de volta. As duas partes foram cumpridas, mas, por algum motivo, sentia como se aquela história não estivesse terminada. 

As vezes conseguia escutar ela conversando com Lucien e uma mulher, quando ela sem querer gritava coisas pelo laço, prometendo que os salvaria; que os tiraria do pesadelo em que viviam. Nas noites mais difíceis, permitia-me acreditar naquelas palavras, mas, no fundo, eu sabia que não era verdade. Ninguém poderia nos livrar desse pesadelo, e se alguém tentasse morreria no processo. Porque era a mais completa loucura. Estávamos destinados a viver dentro dessa montanha, a viver e morrer aqui. Sem rota de fuga.

Passos no corredor chamam minha atenção, deixo todo meu corpo em alerta. Não eram nada delicados, queriam que eu soubesse que estava ali. 

— Grão-Senhor, Sua Majestade lhe chama na sala do trono — a criatura vai embora em seguida. Attor. 

Coloco a túnica preta e calço as botas, também pretas, que chegam até meu joelho. De baixo da calça, uma montanha com três estrelas estão tatuadas em cada joelho. Não me ajoelharia à ninguém. Essa era uma promessa que eu cumpriria. 

Ando por inúmeros corredor até chega na sala do trono – lugar, também, que Amarantha fazia suas torturas –, a réplica da Cidade Escavada. Evitei olhar para o corpo pregado de Clare, já morto. Segui em direção ao trono, deixando apenas um pouco de escuridão me rodear, como faria na Corte dos Pesadelos. Não virei para encarar ninguém, apenas continuei andando. 

— Sabe, Rhysand, — começou a ruiva — ontem chegou duas pessoas aqui que, como posso dizer, me surpreenderam um pouco. Com força de vontade, uma mais que a outra. Devem estar dormindo agora — ela deu um risinho, mandei para baixo a vontade de vomitar. — Daqui a pouco devem chegar, chamei-as. Gostaria que estivesse aqui.

Apenas concordei com a cabeça e fui na direção do outros feéricos e grão feéricos. Passou um tempo até Attor entrar na sala, duas pessoas foram atiradas no chão. Duas mulheres. Uma delas, mesmo com hematomas pelo corpo, fez questão de não ficar ajoelhada. Lembrei da montanha nos meus joelhos e do que havia dito na Primaveril: você não deveria se ajoelhar à ninguém. 

Não. 

Observei melhor as duas garotas, ambas com orelhas redondas. Completamente humanas. Mas os rostos eram parecidos, o cabelo castanho-dourado, a pele de uma mais clara que a outra. 

Não. 

A que fazia de tudo, usava suas últimas forças, para não se ajoelhar... Layla. 

Era ela, eu tinha certeza. 


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Esse bônus foi menor do que os capítulos porque eu só queria dar uma mostrada no que o Rhys pensava. Além de querer postar logo, para vocês não ficarem sem capítulo por muito tempo. 

Esse foi o último da maratona. Obrigada pelas 1K, agora já 3, de visualizações. Pode não parecer, mas significa bastante. 

Agora as coisas ficam interessantes. Mas só para fazer um pouco de sentido, no capítulo 12 a narrativa volta a ser da Layla e ela vai estar indo para as terras mortais ainda. 

Corte de Amores e Segredos - ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora