Capítulo 2

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Manhattan, Nova York;

Dias atuais

         E pra variar Mark me chamava pela quarta vez em sua sala naquele dia, e não era nem meio dia ainda.

       - Sim Mark; já estou aqui – disse com as mãos cheias de papeis, enquanto fechava a porta com um dos pés.

    - Savana; preciso que mande um e-mail pra filial em Massachusetts. Eles disseram que não receberam o e-mail de contrato com Adidas.

         - Mas enviei ontem – disse de modo, explicativa.

         - Bem – disse ajeitando os óculos e subindo a vista para mim, que ate o momento estava em seu computador – parece que eles não receberam.

      - Tudo bem. Irei enviar e-mail, fax e ligarei para o responsável de lá. Aqui estão ás três edições que você me pediu; 1990; 1999 e 2003.

         - Ótimo!

         Fiz um sinal de licença com a cabeça, mas ele não viu, estava concentrado demais com o trabalho, saí pela porta de fininho para não incomodá-lo.

      - Ele ama mesmo você hein?! – disse Jerry sarcasticamente, com aquele sorriso insinuante que deixaria qualquer garota aos seus pés; bem quase todas. Ele tentara varias vezes sair comigo, e a única coisa que conseguiu foi que eu aceitasse seu convite para a festa da empresa, o que pra mim estava de bom tamanho.

         - O que posso fazer – disse aproximando-me de seu ouvido e falando baixinho – sou irresistível.

         - E como... – respondeu ele de uma forma nada convidativa, seus olhos diziam algo que não conseguia decifrar.

         - Eu só vos digo uma coisa – disse Kori intrometidamente – queria que ele me chamasse mais vezes na sala dele.

         - Meu Deus, Kori – adverti sentando a cadeira, que por sinal ficava ao lado da mesa dela.

         - O que foi? – indagou de forma incrédula, como se o que tivesse dito, não fosse nada de mais – apesar de ter um pouco mais que minha idade – fiz uma careta para ela, apesar de não ser tão velha, Kori usava um tom loiro que fazia questão de retocar sempre, para deixá-lo brilhante e chamativo, e isso acabava com sua beleza, era branca demais para usar um tom claro daqueles – nem venha – disse recolhendo uma papelada – ele é bem charmoso, aqueles fios grisalhos começando a aparecer, aquele jeito durão, o modo sexy que ele fica quando tira o terno e fica só com o colete – mordeu os lábios e continuou – pago vinte dólares para saber qual seu segredo para passar mais tempo na sala dele, do que na sua mesa.

         - Talvez – disse rodando a cadeira para ficar em frente ao computador – eu só faça meu trabalho e não perca meu tempo, tentando conquistar meu chefe casado.

         Jerry riu baixinho do comentário e levou uma canetada, das mãos hábeis dela.

         - Bem – disse ela ajeitando o decote e puxando a saia que estava um pouco amarrotada – se me derem licença, irei entregar esses formulários para meu querido chefe.

         Kori saiu rebolando e bateu na porta, Mark a respondeu e ao entrar ela virou-se e deu uma piscadela.

         - Olha isso – disse rindo para Jerry, que virou sua cadeira para assistir á mais uma cena de Kori, dando em cima do chefe. Era sexta-feira, e desde o começo da semana, sem contar ás vezes que ela foi á sala de reuniões com algum pretexto para vê-lo, ela se fez presente ao lado dele, exatamente vinte e cinco vezes. Não entendia direito o que ela queria com ele, mas numa coisa ela tinha razão; Mark era mesmo um homem interessante e instigante, tenha lá seus charmes, era rico e muito bem sucedido, mas principalmente, era casado e tinha um lindo casal de gêmeos, que acabara de nascer.

A Fera da Meia NoiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora