Capítulo 12

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Estendo a mão para pegar meu telefone em cima da cômoda já que ele estava tocando sem parar.
Annie está praticamente jogada em cima do meu corpo e isso dificulta um pouco.

— Alô? — atendo a ligação, toco os cabelos de Annie sentindo sua mão em cima do meu peito. Escuto o som baixo de choro vindo do fundo e franzi a testa, olho para o visor do celular e me sento rapidamente ao ver o nome escrito nele — Melanie?

— Eu te acordei? — pergunta baixinho.

— Sim — respondo e olho para Annie que se mantém dormindo feito uma pedra. — O que aconteceu?

— Eu só... — ela suspira — Eu só queria dizer que eu te amo — fala baixinho — Me desculpa por tudo.

— Melanie você está me assustando — falo e me levanto da cama — Onde você está?

— Eu te amo, você continua sendo meu melhor amigo — sussurra.

— Melanie, onde diabos você se enfiou!?

Ela solta um riso baixo e desliga.

— Merda! — xingo.

Pensa Dawson, onde aquela maluca sempre ia quando estava mal?

— Puta que pariu!

☀︎︎

Estaciono no carro em frente ao local e tranco o carro. Caminho pela calçada, solto o ar quando vejo ela sentada na beirada da ponte encarando a parte debaixo.

— Você deveria estar na sua casa — ela fala soltando a fumaça do cigarro.

— E você também — respondo pegando o cigarro da sua mão e o apagando — O que está acontecendo, Melanie?

— Eu só... — suspira — me sinto exausta. Não quero mais ficar viva, porque estar viva dói.

Me encosto no parapeito e seguro sua mão. Melanie está trêmula, sua mão está gelada como a de um defunto.

— Eu não tenho mais nada — fala — se eu pular não vai causar problema algum. Não tenho mais família, não tenho amigos, não tenho nada...

— E eu? — pergunto apertando sua mão — Eu não sou nada?

— Você era a minha família, meu melhor amigo e eu te perdi.

— Se tivesse me perdido, eu não estaria aqui tentando impedir que minha melhor amiga se jogue de uma ponte e se quebre toda lá embaixo.

Melanie solta uma risada e me olha, os seus olhos verdes perderam o antigo brilho que possuíam. A maquiagem carregada com certeza escondem as marcas que seu irmão deve ter feito.

— Eu tenho uma filha — falo e ela sorriu balançando a cabeça.

— Eu sei — responde — fui eu que matei a mãe dela, lembra?

Solto um riso baixo vendo que consegui desviar o foco da conversa.

— Vem comigo, você pode conhecer ela.

— Não se importa em deixar sua filha perto de uma maluca?

— As babás dela são o Gus e o Will.

Melanie riu e eu ajudo ela a descer da ponte. Ela está com uma calça de couro preta até a cintura e uma blusa curta que deixa sua barriga a mostra, ela cruza os braços se aproximando do meu corpo.

— Você está gelada — comento passando meu braço a sua volta, puxo a chave do carro de dentro do bolso a girando em meu dedo.

— Não vai me dar seu casaco?

Meu Girassol - ARMAND'S (Em Breve)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora