Princesse! — exclamou em francês, todo falso, abrindo um sorriso enorme, fingindo alegria, visualizei com nitidez seus dentes e me imaginei arrancando cada um brutalmente, ele ergueu-se sobre os pés e veio até mim. — Está linda. — elogiou e beijou minha bochecha, babaca. Disfarço o nojo.

— Você então, — fingi deslumbramento, mordo sensualmente o lábio pintado de vermelho e sorrio sedutora, olhando-o de cima a baixo com lascívia e expressão safada. Tragam o Oscar de melhor atriz para mim. — está de molhar calcinhas. Uau! — revelo sorrindo forçadamente.

— A única que quero é a sua molhadinha. — ele sussurra ridículo, puxando a cadeira para mim, aceitei e agradeci o gesto cavalheiro.

E pelo jeito esta noite será longa e prazerosa. Durante a meia hora inicial, eu quase morri de tédio com aquela conversinha tediosa concentrada em flertes estúpidos, a coisa não fluía de jeito nenhum, fingi interesse e fascínio por suas irreais aventuras mentirosas fictícias.

— Continue. — estímulo Gabriel a continuar tagarelando a respeito de seus micos na época da faculdade.

— Não, é muito vergonhoso. — se recusa a contar, ainda bem.

— Que triste, adoraria saber mais. —  proferi, fingindo interesse, Gabriel retira do bolso um saco de coca, prepara cuidadosamente algumas linhas retas do pó branco em cima da mesa e mergulha de nariz em uma carreira. E eu mereço! É isso que sou obrigada a suportar, um pesadelo, um louco cheio de pó.

Gabriel sorri e me oferece, eu logicamente recuso, ele aspira mais cocaína barata e limpa o nariz de palhaço, o branco de seus olhos começa a ficar vermelho. Pedimos uma tonelada de comida e enquanto esperamos chegar os pratos bebemos vinho, intencionalmente arranjo uma desculpa para sair dali entornando uma pequena quantidade de vinho no vestido caríssimo.

— Merda, sou muito desastrada. —  reclamei e Gabriel, tão gentil, se ofereceu para ajudar. — Não se incomode, posso cuidar disso, vou ao toalete, com licença. — levantei indo em direção ao banheiro.

Eu observava tudo enquanto caminhava em direção ao banheiro. Quando encontro uma posição perfeita para vigiar o babaca, fiquei bem ali, à espreita, esperando o golpe, tenho certeza que o bastardo vai colocar alguma merda em meu vinho. E bingo! Não demorou nada para eu assistir a palhaçada sendo feita.

No momento em que teve a preciosa chance em suas mãos, Gabriel rapidamente retirou um pequeno frasco do bolso, se certificou de que nenhum garçom circulava pelas proximidades e gotejou o líquido em minha taça. O desgraçado queria me dopar, vai se foder bonito, baby.

Sinalizo para um dos meus homens ficarem de olho neste lixo, adentro o banheiro e ligo para Ester.

— Tudo ok, o plano está ocorrendo como o planejado. — informo.

Ótimo, estou indo para o galpão. — avisou e desligou.

Figlia di puttana vive desligando em minha cara, mas, deixe para lá, aguardei um pouco para voltar à mesa, limpo a sujeira mínima no vestido e retoco meu batom, em seguida retorno para aquele jantar maravilhoso justo quando o maître chegava com os pratos.

— Peri ou rouge? — o escroto pergunta, preferiria beber seu sangue, mas limito-me a responder:

— Rouge. — respondo sorrindo.

— Perfeito. — ofereceu-me o vinho com tranquilidade, não havia motivos para desconfiar que eu possuía conhecimento de seu golpe sujo, Gabriel cometia o erro de me subestimar, pensava que eu era uma burra estúpida. Agradeci e propus um brinde, antes que começássemos a comer.

Alla nostra amicizia! — brindei, faço sinal por debaixo da mesa, para meus homens arrumarem uma distração eficiente.

— À nós, princesa. — sorriu e o falso garçom se aproximou.

— Com licença, signore, desculpe interromper. — pronuncia o garçom. — Vim trazer este vinho, cortesia da casa, o gerente ofereceu para o casal.

Grazie. — agradeço. — Acho que não podemos fazer esta desfeita, não é?

— Claro que não. — o galã se levanta para pegar o vinho do garçom, e não me vê trocando as taças. — À nós! — à sua morte!

— À nós. — reproduzo sua fala.

Nossas taças tilintaram novamente, ele consumiu seu vinho e eu o meu, e prosseguimos nosso jantarzinho como se tudo fosse muito natural. Já no fim da refeição, com a garrafa de vinho vazia, comecei fingir estar ficando tonta.

— Oh, estou sentindo uma tontura estranha. — minto o encarando.

— Claro que está. — seu sorriso logo se desmancha, percebi Gabriel perdendo o controle.

— Já fez efeito? — pergunto o observando, e ele me olha com sua expressão de incredulidade. Assustado, encarou o fundo da própria taça, antes de se fixar em mim, havia ódio em seus olhos quando compreendeu que o feitiço se voltou contra o feiticeiro.

— Filha da puta! Vadia descarada! —  sua fala se enrolou e ele não conseguiu retomar o raciocínio. Apesar de totalmente consciente, as palavras não saíam direito. Tentou levantar tropeçando e colocou a mão na calça, onde vejo uma arma.

Non provarci nemmeno, amore. — peguei minha arma antes e todos os outros pegam as suas e apontam para ele.

— Eu te mato! — ele rosnou antes de cair no chão, estava dopado demais para fazer qualquer coisa.

— Não se eu matar você primeiro. —  grunhi abaixando e roubando seu celular. — Hora da brincadeira começar. — falei executando um sinal para que o levem daqui.

Novamente liguei para Ester.

— Ester, traga-me Safira, já estou com seu comparsa. — ordenei, porém ela não me respondeu.

Ciao, buonasera, Marina, mia cara. — essa maldita voz inconfundível pertence a aquela lambisgóia, Laura.

Cazzo, fodeu!

— Por que diabos está com o celular de Ester? O que caralhos você fez?! —  vocifero puta, com certo medo.

Niente, ainda, sua amiguinha só está desacordada, mas, Vitória, no entanto, já é outro assunto. —  debocha demoníaca.

— Se tocar em um fio de cabelo de minha pequena, eu irei matar você com minhas próprias mãos! — ameaço dura, nunca senti tanto medo como agora, Vitória é como se fosse mia figlia.

Você estará ocupada matando Safira, aproveite, beleza? Já me livrei do bastardo para facilitar sua vida, acabe com a vadia, minha amada nora. — ridiculariza desligando.

Laura matou o inocente bebê, ela é um monstro, só que não se compara a mim, eu sou pior e não posso deixar que faça mal a Vitória. Ela pode me ameaçar e fazer o que quiser comigo. Tutto bene. Mas, não pode tocar em minha Vitória. Vou matá-la se machucá-la.

Laura, você está morta, giuro che ti ammazzo!









A Secretária Da Máfia (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora