CAPÍTULO 19.1

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— Ester, sejamos coerentes, você está sendo burra para cacete, para quê arriscar tanto, porra? Sabemos que aquela figlia di puttana é capaz de tudo para destruir você, é bem provável que envenene sua refeição. — proferi entediada, observando fixamente seus olhos sombrios, liberando faíscas de ódio.

— Não se eu a envenenar primeiro, juro por Dio que ela pagará com sangue por tentar matar minha filha. — rosnou com ódio.

— Safira é o pior dos problemas agora, ela sim é quem deve morrer urgentemente, talvez seja egoísmo de minha parte, mas, pense, dois coelhos com uma cajadada só é bem mais interessante. Se for precipitada e acabar matando a velha, meu esquema irá por água abaixo, e isso deixará Safira preparada, caso seu plano vagabundo dê errado. — expliquei fria.

— Chega de tanta enrolação idiota, inferno, você não está entendendo a gravidade da situação porque não foi a sua única filha que quase virou purê na rua, abre teu olho, Marina, essa desgraçada precisa sofrer por ousar tocar em minha menina! — ela grita revoltada, levantando-se irada da cadeira em que estava acomodada.

— Eu sei, cazzo. — fervilho insensível. — Querida, Laura e Safira se uniram armando para nós duas, te atingiu por último porque é o elo mais fraco da corrente e sabiam que toda a estrutura estaria abalada, ok, se matarmos a cretina anciã agora, a puta loira fugirá, mesmo que não vá muito longe de nosso alcance, comprometendo a si mesma, a doente é um risco para todos que entrarem em seu caminho, eu mais que ninguém quero vê-las mortas, pode ter certeza que essa tentativa falha delas de te matar não sairá impune. — discursei. — Confie em mim, Safira só precisa acreditar que ganhou, seguir o plano idiota que criou, e assim, matamos as duas no final, pronto.

— Muito bem, conseguiu me convencer, vou escutá-la agora, porém, não para sempre, é melhor matar esta vadia oxigenada o mais rápido possível, minha paciência se esgotou. — avisou e se retirou como um furacão do meu escritório.

— Espero que me escute, Ester, e não faça no calor do momento alguma merda que vá desgraçar tudo. — murmurei em um volume baixo, estando já sozinha.

Ester é bem estúpida, enganosamente acredita que é só matar Laura e o pesadelo terá fim, a coitada não faz a mínima ideia de com quem está mexendo, aquela piranha por mais que não possua poder na máfia mais que o Capo, coleciona muitos contatos e se realmente quiser que Ester morra, ninguém poderá detê-la, ela não medirá esforços para que sua vontade se cumpra e essa merda se transformará em uma guerra de sangue.

Meu telefone toca incessantemente me irritando, tentando acompanhar todas as mensagens de texto consecutivas de um contato que não está salvo, verifiquei a identidade do desconhecido e percebi se tratar do verme impostor cúmplice de Safira.

Porra. Havia me esquecido que tinha dado meu número fake a esse canalha impostor, cogitei bloquear, mas não seria bom para a prosperidade de meu plano, passou um tempo desde nossa última interação e só agora o crápula resolve me procurar, provavelmente cansou de esperar que eu o procurasse primeiro, abri as mensagens e gargalhei para cacete com o conteúdo patético, o texto é impecável, bem escrito, doce, totalmente ridículo:

Verme:"Olá, boa tarde! Como está você?" (12:10)

Verme:"Lembra-se de mim? Sou eu, Gabriel, seu vizinho." (12:10)

Verme:"Eu não esqueci de você, assim como também espero que não tenha se esquecido de mim." (12:10)

Verme: "Desculpe só estar me comunicando com você agora, estive te evitando, admito que fugi como um corvade, infelizmente, porque seu namoradinho, Henrico, mandou que seus capangas me dessem uma baita de uma surra, fiquei machucado sem andar por dias, ele me ameaçou, ordenando que ficasse longe de você, eu obedeci, claro, não quero morrer."

Verme: Tenho estado bastante confuso com relação ao que sinto por você, precisava de um tempo para refletir, não quero em hipótese alguma assustá-la, afinal, nem nos conhecemos direito, mas, eu não consigo mais sufocar este sentimento dentro de mim. Eu confesso que senti algo muito forte e inexplicável quando te vi pela primeira vez, como não poderia sentir? Você é maravilhosa por dentro e por fora. Eu acredito em amor a primeira vista, sou um romântico incurável. (12:10)

Ah, como eu me divirto neste cabaré.

Verme:"A verdade é que estou loucamente apaixonado por você, Mari, sei que obviamente não sou correspondido, sei o quanto isto é estranhamente absurdo, considerando que não nos conhecemos direito, porém, aconteceu! Não quero te constranger, sei que é errado, mas não consigo, não aguento mais esconder. Você é uma mulher muito especial, e eu não a mereço, lamento muito por ter chegado tão tarde, você já está comprometida e não posso fazer nada além de aceitar as circunstâncias. " (12:10)

Eu amo o meu trabalho, é sério!

Verme: "Enfim, eu não tive coragem suficiente para te dizer tudo isso pessoalmente, contudo, quero que você seja muito feliz, não se preocupe comigo, ficarei bem na medida do possível, irei superar, preciso superar, meu coração partido vai se curar. Vejo você em breve, caso você não tenha decidido que sou um maluco e queira me matar depois de ler estas mensagens." (12:11)

Que piada.


A Secretária Da Máfia (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora