Capítulo 5

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Thiago

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Thiago


— Pai? — Bato à porta de sua sala e coloco a cabeça para dentro, vendo-o sinalizar para mim.

Vejo que está em uma ligação e me sento de frente para ele a sua mesa, enquanto o aguardo terminar.

Cruzo os braços atrás da cabeça e me recosto na cadeira, observando tudo ao redor. A sala do meu pai é bem sofisticada, no último andar da empresa. A parede lateral é toda de vidro e atrás da persiana se tem uma boa visão da cidade. À noite, é bem bonito de ver.

— Pronto... — diz quando encerra a ligação e volta a atenção para mim. — Como você está, filho?

— Estou bem... E o senhor?

— Muito bem, como sempre. Eu o chamei aqui para saber se já decidiu o destino da lua de mel de vocês.

Meu pai pergunta com uma naturalidade que quase me faz engasgar.

— Como é que é?

— Andei conversando com o Paulo, o nosso agente de viagens, e ele me deu ótimas sugestões. Já pensou na Grécia?

— Pai...

— É um lugar lindo e você sabe que essa viagem será o meu presente de casamento para vocês.

— Pai, espere. — Ergo a mão para ele, que para na mesma hora e me analisa enquanto mexe em sua gravata. — Eu não vou viajar de lua de mel.

— Não? Como não?

— Pelo menos, não agora. Pai, pense comigo... — Eu me inclino na cadeira e cruzo os braços por cima de sua mesa. — Acabei de conhecer a Monalisa, ainda não completamos nem uma semana de noivado. Daqui até o casamento, não terei muito tempo para conhecê-la e não posso forçar a barra. Uma viagem de lua de mel é íntima demais... Entende aonde quero chegar?

Meu pai me analisa por um momento e corre os dedos pelos cabelos lisos grisalhos. E é nesses momentos que eu consigo perceber o quanto somos parecidos. Não tenho dúvidas de que, quando atingir meus cinquenta e cinco anos, serei uma cópia do seu Inácio.

— Mas...

— Vamos fazer o seguinte. Eu vou aceitar o seu presente, mas para usá-lo em outra data, pode ser? Com seis meses de casados, ou até um ano. Não sei... É só que ainda é muito cedo para isso e quero pegar leve com a Mona, até ganhar a confiança dela — digo com sinceridade e ele me analisa, concordando por fim.

— É... Acho que você está certo.

Percebo o seu desapontamento e decido quebrar um pouco o clima.

— A Grécia parece ser uma ótima escolha. Vamos decidir isso mais para a frente, OK?

— Está certo.

Escolhida para mim - [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now