Luke Patterson

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Luke Patterson

Visto minha jaqueta de couro preta, com aquela iluminação vermelha por toda a parte do quarto da boate, enquanto uma garota de cabelos negros me observa deitada com um sorrisinho entre seus finos lábios. Ela havia vestido apenas as suas roupas íntimas.

- Valeu pela noite... Ahm... - aponto para ela na tentativa de lembrar o seu nome.

- Sara. - ela parece não se importar com a minha falta de memória.

- Isso mesmo, Sara! - aponto novamente para ela.

- Quando nos veremos de novo? - ela pergunta se levantando da cama e vindo até mim.

Rio olhando para o outro lado e volto a olhar para ela, balançando a cabeça.

- Não é assim que funciona, linda. Deixa eu te explicar, porque talvez eu tenha esquecido de mencionar os meus termos. - não me olhe assim, eu já disse que minha memória não é uma das melhores. - Comigo não tem uma segunda vez, a não ser que eu queira e até hoje não quis uma segunda vez com nenhuma. - me vanglorio sorrindo. - Aqui, volte para casa em segurança. - a entrego um dinheiro para o táxi.

Viro as costa, saindo do quarto de iluminação vermelha. Antes que vocês pensem, não é uma casa de prostituição, é uma boate comum, mas com quartos para os VIPs como eu.

- Valeu, Pablo! - dou um tapinha no ombro do segurança que fica plantado na frente do corredor.

- É Marcos. - ele aponta para si próprio.

Você viu? Memória ruim.

- Te vejo na próxima sexta, Pablo! - faço uma continência com dois dedos.

Me espremo entre algumas pessoas que dançavam por toda a extensão da badalada boate.

Essas pessoas não conhecem a pista de dança?

Chego na porta da boate e logo o meu carro aparece sendo dirigido pelo manobrista, da minha confiança.

- Senhor Patterson. - Antonie me entrega a chave do meu carro.

- Obrigado, Antonie. - digo o entregando uma Ulysses Grant.

Ulysses Grant: nota de 50 dólares.

- Tudo isso de gorjeta? - ele olha para a nota de olhos arregalados.

- Ah, qual é? Você merece, Antonie. - entro no carro. - Te vejo na sexta!

- Obrigado, senhor Patterson. - Antonie parecia contente com a sua nota de cinquenta.

As ruas de Nova Iorque podem lotar em menos de um minuto em uma noite de sexta-feira, acredite. Alguns minutos de trânsito depois, chego na grande mansão onde cresci.

Estaciono o carro no pátio na frente da casa e logo Alan, o motorista da mansão, se aproxima com as mãos para trás.

- Boa noite, senhor Patterson! - Alan diz se aproximando.

- Boa noite! - o entrego as chaves do carro.

- Chegou até que cedo hoje. - Alan diz indo até o carro.

- A garota de hoje não era... Como eu posso dizer? Ela não sabia fazer as coisas do meu jeito. - reviro os olhos.

- Hmm... O senhor quer que eu lave o carro amanhã? - ele pergunta apontando para a minha Ferrari preta.

- Pode ser sim, não tenho nada agendado pra amanhã. - dou de ombros. - Obrigado, Alan!

- Na hora, patrão.

"Patrão". Já disse que essa palavra me encanta?

Entro pela grande porta escura de madeira da casa. Subo as escadas e sigo para o meu quarto.

Está querendo saber um pouco mais sobre a minha vida, certo? Bom, vou lhe contar um pouco da minha história.

Meu nome é Luke Patterson. Meu pai é Leonardo Patterson, dono de uma das duas maiores corretoras de valores. Somos os intermediários entre os investidores e a Bolsa de Valores na compra e venda de ações. Soa elegante, não é!? Bom, somos os Patterson, elegância é nosso nome do meio.

Disse que a nossa empresa é uma das duas maiores, certo? É que a outra é a Molina's, que pertence à Ray Molina, ele é esperto, mas não é mais que sua filha mais velha, Julie Molina, a próxima dona da empresa. Mas não a temo, ela não é mais esperta que eu.

Já lhe contei sobre a minha família? Acho que não. Meu pai, Leonardo Patterson, recebeu a empresa do meu avô que morreu há alguns anos, desde então, ele vive pela empresa.

A minha mãe está sempre me mimando e bom, não vejo mal nisso. Tenho certeza que sou o favorito, sou o mais brilhante, sou o primogênito e o único filho homem. A princípio meus pais não podiam ter filhos, até que minha mãe finalmente conseguiu, não foi uma gravidez muito fácil, mas não deve ter sido nada fácil carregar um herdeiro brilhante. Minha mãe, Emily, passa a maior parte do tempo torrando o dinheiro do meu pai, mas o que mais as mulheres dos caras ricos sabem fazer?

E também tem a minha irmã, Sofya, ela está no último ano da escola e pode ser muito irritante. Na verdade, ela é insuportável. Talvez sejam os hormônios femininos nessa idade, TPM, sei lá, mas aquela garota é irritante. Ela passa uma boa parte do tempo trancada em seu quarto falando no telefone com o seu namoradinho, que eu esqueci o nome, mas acho que é Andrey.

Acho que você já entendeu os meus termos nos primeiros acontecimentos desse capítulo. Você tem apenas uma noite comigo, então, aproveite o máximo e é melhor que não me faça nada menos que satisfeito.

Minhas noites de sexta-feira são algo que não posso perder, saio junto com meus amigos para festas, baladas e sempre saímos separados, mas nunca sozinhos, se é que me entende.

Alex, Reggie e Carlos estão sempre comigo, nos conhecemos há algum bom tempo.

Voltando para os negócios, meu pai me entregará o cargo da diretoria antes de me entregar toda empresa, porque ele "quer ver como eu me comporto", apesar de já saber que a empresa é a coisa mais importante para mim.

Trabalho é trabalho e ponto.

Meu pai não vai me entregar essa empresa de bandeja não, de jeito nenhum. Apesar das minhas gandaias e fama de mulherengo, sou mais que responsável quando se trata da empresa, é meu trabalho.

Tenho meus 23 anos e trabalho diretamente na empresa desde os meus 17. Sou um ano mais velho que a Julie, pode não ser muita coisa para você, mas um ano atuando em uma empresa e conhecendo todos os investidores e fazendo negócios faz uma diferença e tanto.

Nessa noite tive que escolher entra várias garotas para levar uma para algo mais íntimo. Não estou me gabando. E não, não vou falar entre quantas, isso não é coisa que um cavalheiro deve falar. Não saio contando para todo mundo sobre as minhas transas, mas nada me impede de comentar com os meus amigos sobre. Qual o mal nisso?

Talvez agora você deve estar me achando um babaca, mas... É, acho que não tenho como me defender, ou tenho? Você pediu para eu contar sobre a minha vida para você, então não me olhe assim.

Nunca tive que seduzir uma mulher. Nunca tive que fazer esforço para ter o que eu quero e com as mulheres não seria diferente. Apenas uma piscadela ou uma mordida no lábio ou um sorriso galanteador e às vezes uma introdução amigável me bastam para atrair uma mulher.

Boss (JUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora