Um é a ruína do outro

Mulai dari awal
                                    

Sua irritabilidade em tom entediado me provocou uma risada.

Somos inimigos, lembre-se disso.

–Você está errado, belo assassino. Eu sou a Sombra e todos os nomes que vem com esse. Eu não sou uma mulher, eu sou um deus. –Inclinei-me sobre a mesa, desenhando as palavras em meus lábios, deixando que as sílabas rolassem pela minha língua. –Se eu quero, eu tenho... e agora eu quero os registros.

Ele avançara tirando uma espada curta, não pequena o bastante para ser considerada uma adaga, sob sua blusa de botão preta depois e abrir alguns botões, desfazendo-se da jaqueta condecorada e jogando-a ao chão, reagindo com minha própria espada levantada eu sua direção, uma dança entre nós, lembrando-me como fazíamos no treinamento, mas, aqui, não havia chance de repetir caso fizesse algo errado.

Ambas lâminas estavam levantadas, sacando a minha enquanto tentava me defender contra a sua lâmina, a espada de um assassino experiente.

Seus movimentos eram ferozes e fortes, tentando equiparar-me em meus reflexos, forçando meus músculos a aguentar cada investida até termos o metal cruzado na distância entre nós dois, seu rosto à minha frente, a máscara que continha seus sentimentos, a feição pétrea que estava acostumada a ver em seus momentos de raiva não estava lá, parecendo que eu havia, de fato, cravado uma faca em suas costas.

–Tudo isso foi seu plano, ladra? Me usar era parte do seu esquema doentio?

Não. Esperava tudo, menos isso.

–Você é mais inocente do que eu pensava, assassino. Esperava lealdade de uma ladra? –O que seus olhos passavam perfuravam-me mais do que uma espada, recebendo a força de seus ataques movidos pelo ódio que sentia por mim no momento, sentindo meus braços pouco a pouco cansando, ele tendo facilidade em me desarmar depois de mal conseguir defender-me, afastando-me dele e empurrando a mesa de madeira escura em sua direção para conseguir tempo e fui correndo em direção à porta, vendo-o ao meu encalce. Óbvio que ele era melhor que eu.

Com minha mão esticada para pegar a maçaneta, fui puxada pela cintura para trás e jogada com força contra a parede ao lado, de costas para Nikolai, sua lâmina em meu pescoço mais uma vez enquanto a mão livre segurava meu braço em minhas costas, repuxando-o, lembrando-me da primeira vez que estivera naquela posição ao que parecia séculos atrás, a mão empunhando a espada em posição que eu não poderia morder. Ele aprendera com isso, mas ainda não entendera que animais acuados são ainda mais perigosos.

Com a pouca liberdade que tinha, pisei com toda a força que disponha em seu pé, fazendo com que ele se afastasse apenas alguns centímetros do meu corpo, o suficiente para que eu pudesse alcançar a adaga escondida sob meu vestido, presa à coxa, tornando meu corpo rapidamente e com a minha lâmina contra seu pescoço depois de derrubar a espada de sua mão, invertendo as posições.

–Você não aprende nunca, não é mesmo.

Antes que eu pudesse ver seus movimentos, com apenas uma mão ele segurava meus dois pulsos, levantando-os e levando a adaga junto com eles, sua pele não mais em perigo, me encontrando mais uma vez contra a parede depois que ele nos girou, meus braços presos acima da minha cabeça, ele à minha frente depois de tirar a arma das minhas mãos impotentes e a posicionar contra mim, suas pernas prendendo as minhas para que eu não tentasse chutá-lo, meu peito descendo e subindo rápido com as ações.

–Posso dizer o mesmo que você. –Ele me olhava como olharia para uma pintura confusa, tentando entender o motivo. –Parece que você quer morrer.

O nome da sombra - Crônicas de sombra e luzTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang