🌺Prólogo🌺

39 3 0
                                    

   Anos atrás...

   — Papai, estou com medo — disse a pequena Emily.

   Estava chovendo muito naquela noite, e a luz havia acabado.

   —Está tudo bem querida. Volte à dormir — disse o pai de Emily ao lhe dar um beijo na testa.

   John agasalhou o cobertor sobre a menina e se direcionou até a porta.

   — Boa noite, querida — disse ele.

   — Boa noite, papai.

   John fechou a porta atrás de si ao sair.

   Emily estava apavorada com todos os trovões que estremecia o tempo lá fora. Mesmo com medo, ela conseguiu adormecer.

                         [***]

   Horas depois...

   — Emily! — John a chamou. — Acorde querida!

   — Papai? O que está acontecendo?

   — Nada meu amor — disse. — Só venha comigo e não faça barulho.

   John havia escutado barulhos na casa e resolveu esconder sua filha.
   Ele a levou até a sala, afastou um tapete, abriu uma espécie de porta no chão e colocou a menina.

   — Me escute! Aconteça o que acontecer... Não faça barulho e, não saia até que eu diga. Entendeu?

   — Sim, papai.

   Emily concordou, mesmo sem saber o que se passava.

   John fechou a porta, fazendo a escuridão tomar conta do lugar onde Emily estava.
   Ela não ouvia nada além dos trovões que se negavam a calar-se. Mas de repente, ela pôde ouvir o som de tiros cortarem o ar.
   Mesmo com o coração a ponto de explodir, ela permaneceu em silêncio, acatando as ordens de seu pai.
   Seus olhos começaram a lacrimejar, deixando rolar algumas lágrimas por suas bochechas.
   Sua respiração estava entrecortada. Por instinto, suas mãos foram até a boca para evitar o choro. Algo dentro dela dizia que nada ia bem.
   Foram ouvidos por ela, passos acima de sua cabeça. Uma pessoa conversava sozinha enquanto caminhava, mas não era John.

   — Ah John! Não precisava ter sido assim. Se você tivesse me ouvido... — disse, mas parecia lembrar-se de algo. — Mas onde está a menina?

   Emily começou a chorar em silêncio, tentando prender seus soluços com as mãos.
   Os passos continuaram pela casa, até que um barulho de porta sendo fechada foi ouvido.
Alguns minutos se passaram, então ela decidiu sair de onde estava.
   A essa altura, a luz já tinha voltado. E assim como os trovões, a chuva também havia cessado.
   Emily caminhou pela sala, indo em direção a cozinha, quando se deparou com seu pai deitado no chão, sobre uma poça de sangue.
Ela correu até ele, deitando-se sobre seu peito.

   — Papai, acorde! — disse em meio ao choro. — Não me deixa sozinha.

   Suas lágrimas acabaram encharcando seus cabelos ruivos, os quais caíam sobre seu rosto.

   Ela chorou.

   Emily perdeu a noção do tempo alí, deitada contra o peito de John, chorando.
   Seus olhos inchados de tanto chorar, mostravam o quanto seu coração estava sofrendo.

   — Papai!... — disse já sem forças, sua voz soando quase como um sussurro. — Por favor, papai.

   Depois de tanto pedir, Emily levantou a cabeça limpando as lágrimas de seu rosto, quando percebeu algo perto de seu pai.
Ela pegou aquele monumento, extremamente perplexa.

   Uma rosa branca.
   Uma simples rosa branca.

   Quem quer que tenha feito aquilo, queria deixar sua marca.
   Emily apavorada, soltou a rosa, a qual caiu sobre a poça de sangue, manchando seu perfeito tom de branco.

    Não se esqueça de votar ⭐

A vingança de Emily DunstWhere stories live. Discover now