{Capítulo 64}

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*Maiara on*

-Duas semanas se passaram e eu já sentia resultado no meu corpo. Minhas coxas estavam torneadas, a bunda maior e a barriga aos poucos aparecendo gominhos. Estava na minha melhor fase aos vinte e sete anos de idade-

-Combinei com o Daniel e resolvi surpreender o Fernando. Depois de tanto tempo fizemos amor correndo perigo dentro da academia, foi tudo mais gostoso pois ele estava com ciúmes e queria aumentar seu ego, mas eu o provocava cada vez mais e ele me fez ir no céu-

-Contei para o Daniel o que aconteceu e nós ficamos rindo dos ciúmes do Fernando. Fui tomar banho e descansar, eu sentia tanta vontade de ir pra casa, aqui é puro tédio e mesmo com todas as atividades que fazemos eu sinto falta da minha vida lá fora. O Fernando não vinha amanhã, provavelmente não vinha quarta pois ele descansa e quinta feira também não. Pelo menos tenho minhas filhas-

Três dias depois

-Tem três dias que não recebo visitas, vejo todos recebendo seus familiares aqui e eu não. Será que cansaram de mim? Acho que não aguentam mais me ver nessas condições, eu só sei falar do quanto estou sentindo falta da minha casa e de ficar com eles. Talvez seja isso, eu sou um fardo na vida de todos e estou só atrapalhando, tem dois dias que não vou para a academia, não saio do quarto pra nada e com isso as crises voltaram-

-Pelo que sei hoje é sexta feira, olhei pela varanda e todos estavam com sua família ali. Eu precisava achar algo para aliviar essa dor, tranquei a porta do quarto e saí procurando algo mais uma vez, e como das outras vezes não obtive sucesso. Comecei a socar a parede e em poucos minutos já escorria sangue pelas minhas mãos. Ouvi a Clara me chamando, mas não me importei, sentei no chão e eu puxava meu cabelo cada vez mais forte, logo vi a Clara entrar no quarto, ela com certeza tinha chave reserva-

Clara: Maiara o que aconteceu?

Mai: Saí daqui -Gritei-

Clara: Me fala o que aconteceu

Mai: Minha família não se importa mais comigo, eles não vem me visitar e nem ligam para saber como estou. Talvez eu seja um fardo na vida deles

Clara: Claro que não. Eles te amam e devem estar muito ocupados -Vi um enfermeiro entrar no quarto-

Mai: Não, não aplica essa merda em mim, isso dar dor de cabeça

Clara: Calma Maiara

Mai: Saí de perto de mim, não vou deixar que apliquem nada em mim -Comecei a jogar tudo no chão-

Clara: Para com isso Maiara! Respira

Ayla: Mamãe? -Olhei para a porta e minha família estava ali. Meu coração doeu quando vi eles me olhando assustados-

Mai: Meu bebê... -Sentei no chão chorando, enquanto a Clara arrumava as coisas no quarto o enfermeiro enfaixava minha mão-

Clara: Bebe água para se acalmar -Ela me entregou o copo e eu bebi a água-

Mai: Desculpa

Clara: Não precisa pedir desculpas, eu entendo sua dor e entendo você -Ela levanta a blusa e mostra alguns cortes na barriga- Você não está sozinha Maiara, mas vai ficar tudo bem e assim como eu você vai conseguir parar

Mai: Obrigada, você é um anjo que entrou na minha vida -Ela sorri e saí. Voltei a chorar, mas comecei a olhar o jardim, eu não queria ver o olhar de medo dos meus filhos. Ouvi passos e eles sentaram do meu lado-

Fer: O que aconteceu? -O Fernando beijou minha mão-

Mai: Por que sumiram e não me deram mais satisfações?

Fer: As meninas estavam fazendo prova e eu estava trabalhando

Mai: Por que não avisou?

Kamy: Nós ligamos pra cá e pedimos para avisar

Mai: Eles não me avisaram. Eu pensei que vocês tinham cansado de me ver assim, eu virei um fardo na vida de vocês não é? Vocês deveriam estar curtindo, sem preocupações

Fer: Não fala isso, nós vamos cuidar de você independente de qualquer coisa. Você não é um fardo nas nossas vidas

Kamy: Você é a coisa mais preciosa que nós temos

Alice: Nós sentimos muito a sua falta

Ayla: Eu estou com 'xodadi de 'mimir com a mamãe

Mai: Eu também sinto muita falta de vocês, de dormir com vocês... -Peguei o Benjamim do colo do Fernando e ele abraçou meu pescoço- A mamãe sentiu muito a sua falta meu menino

Fer: E ele a sua, só dorme deitado no seu travesseiro, acho que quer sentir seu cheiro

Mai: Me tirem daqui e me levem pra casa

Fer: Não, aguenta só mais uma semana

Mai: Eu não quero. Eu quero voltar pra casa, para perto de vocês -Eles me abraçaram-

Ayla: Falta pouquinho mamãe. Não 'chola

Alice: Ela vai ficar bem Lala

Kamy: Você forte mãe, você conseguiu até aqui e vai conseguir até o final

Mai: E se depois dessa crise eles quiserem prolongar minha internação?

Fer: Eles vão entender seus motivos e você parou o tratamento também. Por nós, volta a ir para a academia, a meditar e fazer tudo o que você fazia

Mai: Tá bom, eu volto...

Fer: E sempre que vier esses pensamentos negativos, saía e procure algo para se distrair. Vai dar tudo certo

Mai: Obrigada por não me deixarem

-Deitamos na cama e eu dei várias risadas das minhas meninas, parece que nada de ruim tinha acabado de acontecer. O horário de visitas acabou, me despedi deles com muita dificuldade e fiquei ali chorando por um bom tempo. Tomei um banho, vesti uma roupa para fazer exercícios e resolvi ir para a academia-

Daniel: Olha quem voltou! -Ele me abraçou- Se prepare para seu castigo

Mai: Senti falta. Hoje quero começar pegando peso

Daniel: Depois a parte pior né? Vem

-Enquanto eu malhava contei o que aconteceu, o Daniel me distraía sempre com as besteiras dele e a língua solta. Nunca imaginei que teria uma amizade tão incrível assim, ainda mais em um lugar onde as pessoas são sérias e cada um no seu canto. Naquela sala de meditação ninguém sorri, ninguém fala com ninguém, é só um silêncio infernal e um monte de zumbido no ouvido, mas acalma também né-













Comentem bastante e não esqueçam da estrelinha

Leito 77 (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora