Intenso ( Segundo livro da trilogia descobrindo o prazer)

Capítulo 15

Eu deveria ter acordado esperta e radiante para o desfile de hoje, ao contrario de ter acordado com dor de cabeça e com uma baita ressaca. Olhei para o lado e olhei Lena dormir serenamente. Levantei-me da cama e disquei o número nove para pedir o café da manhã. Caminhei até o banheiro, deixei a água quente percorrer meu corpo levando todo o cloro da piscina da noite passada, e junto com ele meu mal humor pela manhã. 

—Bom dia— falei assim que sai do banheiro terminando de vestir o roupão branco e avistava Lena despertando.

—Meu deus—levantou eufórica— mil desculpas, eu não devia ter bebido tanto.

—Calma—sorri— está tudo bem. 

—Espera—alertou—como eu troquei de roupa? Eu não lembro. 

—Eu troquei para você—falei 

—Nossa, Ana. Me desculpa.—disse Lena com as bochechas rosadas 

—Tá tudo bem. — falei sorridente— Já troquei a roupa de um amigo meu várias vezes. Enfim, eu pedi café da manhã —continuei tagarelando e ligando o secador para secar meus cabelos. 

—Eu adoraria tomar café com você, mas eu preciso ir para o teatro e organizar algumas coisas do desfile. 

—É, eu também preciso me concentrar para mais tarde. 

—Bom, obrigada pela noite. Foi incrível—falou Lena lançando-me um olhar agradecido. 

—Nos vemos mais tarde— falei. 

—Eu posso devolver o Baby doll mais tarde? 

Reparei o quanto o veste de cetim havia ficado curto e marcado em seu corpo, mostrando vagamente o bico de seus seios. 

—Pode. Mas você vai assim na recepção? —gargalhei 

—É— concordou ela olhando seu próprio corpo.— acho que os homens vão ir a loucura. 

Lena ligou pelo telefone do quarto e foi informada que seu quarto era o 201, no mesmo corredor do meu, e vi um sorriso sair de seus lábios, afinal ela não precisaria atravessar o hotel inteiro com peças intimas. 

—Eu estou indo.—disse ela caminhando até a porta e girando a maçaneta— Irão deixar a chave reserva na porta do quarto, eu só preciso torcer para que ninguém esteja no corredor. 

Lena abriu a porta, e seu corpo assustou-se quando seus olhos foram de encontro com os olhos negros de Natalie. E meu coração bateu tão rápido que juro que pensei que iria enfartar. 

—Ãn— gaguejou— Oi, Natalie. Bom dia. —falou sem jeito 

Os olhos de Natalie cruzaram todo o quarto e agora estavam fixados a mim. 

Seu corpo adentrou no quarto e empurrou o de Lena contra a parede. 

—Você está se aproveitando dela? Tá gostando? — sua voz estava enfurecida, e sua mão formava um colar no pescoço de Lena

—Natalie!—gritei e corri até elas segurando o braço de Natalie. 

—Que porra você tá fazendo?— perguntou Lena sem revidar e com dificuldade na fala.

—Natalie— supliquei novamente seu nome— que porra é essa? 

—Primeiro o beijo e agora ela dormiu com você, e depois? Vocês vão se casar?

—Ela dormiu aqui por que ela estava bêbada e perdeu a chave do quarto. Solta, Natalie!

Olhei seus olhos negros enfurecidos e a veia em sua garganta tão dilatada que eu juraria que mais alguma força ela explodiria.  Natalie soltou Lena e se afastou, enquanto Lena tossia e tentava recuperar o fôlego.