- Sem ofender, mas se eu quisesse que as pessoas soubessem quem entra e sai do meu quarto, eu estaria em um reality show. - exclamei.
- Só deixei claro uma coisa e vocês ignoraram. - disse, e notei que não gostou da forma que falei.
- E nós já pagamos também. Vai devolver o dinheiro? - perguntei.
Ela pareceu pensar um pouco e no final, ajeitou seus óculos para voltar a ler o papel que estava no balcão.
- Se for sair, use o guarda-chuva. - disse, e apontou para algo perto da porta.
Feliz por ela ter desistido do assunto, peguei o guarda-chuva e sai do hotel. A chuva não estava tão forte, o vento que é o problema. Corri até o estacionamento e deixei o guarda-chuva no chão quando entrei no carro. Fechei a porta e comecei a procurar meu celular.
Como ele não estava em um lugar visível, procurei na parte de baixo onde meus pés estavam. E, depois de alguns minutos, finalmente achei o aparelho. Peguei ele na mão e tentei liga-lo, mas o mesmo estava descarregado.
Pelo menos agora sei onde ele está.
Coloquei o celular no porta luvas e olhei em direção ao lado do motorista. É a primeira vez que fico sozinha no carro desde o acidente. Por isso, imagens daquele dia começaram a rodar pela minha cabeça mesmo contra a minha vontade.
Fechei os olhos e respirei fundo.
Adam já tinha me tirado muita coisa, não posso mais deixar ele destruir minha vida. Eu tenho uma família que eu amo, e que me ama também.
Focar no que importa é o que tenho que fazer.
Com isso em mente, sai do carro e depois de travar o veículo, peguei o guarda-chuva e corri de volta para o hotel. Mas antes de entrar, acabei esbarrando com o Bruno na entrada.
- Eu já estava voltando. - falei, e me afastei um pouco para encarar seus olhos.
- O que está fazendo nessa chuva? - ele perguntou, e olhou em volta.
Joguei o guarda-chuva ao lado da porta e passei a mão no meu cabelo percebendo que estava um pouco molhado.
- Descobri que meu celular ficou esse tempo todo dentro do seu carro. - contei, notando que ele permaneceu sério.
- Não podia esperar até amanhã? - questionou.
- Foi rápido, eu nem demorei. - expliquei. - Nem precisava ter vindo atrás.
- Você não estava no quarto quando voltei.
Lembrando do que ele disse mais cedo: "tenho medo de me afastar e você sumir" eu sorri o mais tranquila possível.
- Ainda tô com fome, me fala o que conseguiu pra gente jantar. - eu disse, querendo mudar de assunto.
- Vamos voltar para o quarto.
Ele passou seu braço em volta dos meus ombros e entramos de vez no hotel. Quando passamos ao lado do balcão na recepção, lembrei da minha conversa com a funcionária.
- Sabe a coisa de dormirmos em quartos separados? Então, eu resolvi. - contei, quando já estávamos no corredor.
- Você fez a pobre coitada chorar? - perguntou.
- O que? Não. - sorri, sabendo que ele só queria me irritar. - Conversei com ela... e talvez eu tenha ameaçado devolver o dinheiro da hospedagem.
Bruno me soltou quando entramos no quarto. Ao reparar na cama, vi que tinha uma bandeja de prata.
- Você trouxe vinho. - exclamei, ficando animada ao me aproximar da bebida.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...
Capítulo 82: Só Estou Cuidando De Você
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