Capítulo 82: Só Estou Cuidando De Você

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- Sem ofender, mas se eu quisesse que as pessoas soubessem quem entra e sai do meu quarto, eu estaria em um reality show. - exclamei.

- Só deixei claro uma coisa e vocês ignoraram. - disse, e notei que não gostou da forma que falei.

- E nós já pagamos também. Vai devolver o dinheiro? - perguntei.

Ela pareceu pensar um pouco e no final, ajeitou seus óculos para voltar a ler o papel que estava no balcão.

- Se for sair, use o guarda-chuva. - disse, e apontou para algo perto da porta.

Feliz por ela ter desistido do assunto, peguei o guarda-chuva e sai do hotel. A chuva não estava tão forte, o vento que é o problema. Corri até o estacionamento e deixei o guarda-chuva no chão quando entrei no carro. Fechei a porta e comecei a procurar meu celular.

Como ele não estava em um lugar visível, procurei na parte de baixo onde meus pés estavam. E, depois de alguns minutos, finalmente achei o aparelho. Peguei ele na mão e tentei liga-lo, mas o mesmo estava descarregado.

Pelo menos agora sei onde ele está.

Coloquei o celular no porta luvas e olhei em direção ao lado do motorista. É a primeira vez que fico sozinha no carro desde o acidente. Por isso, imagens daquele dia começaram a rodar pela minha cabeça mesmo contra a minha vontade.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Adam já tinha me tirado muita coisa, não posso mais deixar ele destruir minha vida. Eu tenho uma família que eu amo, e que me ama também.

Focar no que importa é o que tenho que fazer.

Com isso em mente, sai do carro e depois de travar o veículo, peguei o guarda-chuva e corri de volta para o hotel. Mas antes de entrar, acabei esbarrando com o Bruno na entrada.

- Eu já estava voltando. - falei, e me afastei um pouco para encarar seus olhos.

- O que está fazendo nessa chuva? - ele perguntou, e olhou em volta.

Joguei o guarda-chuva ao lado da porta e passei a mão no meu cabelo percebendo que estava um pouco molhado.

- Descobri que meu celular ficou esse tempo todo dentro do seu carro. - contei, notando que ele permaneceu sério.

- Não podia esperar até amanhã? - questionou.

- Foi rápido, eu nem demorei. - expliquei. - Nem precisava ter vindo atrás.

- Você não estava no quarto quando voltei.

Lembrando do que ele disse mais cedo: "tenho medo de me afastar e você sumir" eu sorri o mais tranquila possível.

- Ainda tô com fome, me fala o que conseguiu pra gente jantar. - eu disse, querendo mudar de assunto.

- Vamos voltar para o quarto.

Ele passou seu braço em volta dos meus ombros e entramos de vez no hotel. Quando passamos ao lado do balcão na recepção, lembrei da minha conversa com a funcionária.

- Sabe a coisa de dormirmos em quartos separados? Então, eu resolvi. - contei, quando já estávamos no corredor.

- Você fez a pobre coitada chorar? - perguntou.

- O que? Não. - sorri, sabendo que ele só queria me irritar. - Conversei com ela... e talvez eu tenha ameaçado devolver o dinheiro da hospedagem.

Bruno me soltou quando entramos no quarto. Ao reparar na cama, vi que tinha uma bandeja de prata.

- Você trouxe vinho. - exclamei, ficando animada ao me aproximar da bebida.

Para Sempre Te AmareiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora