Erros acontecem, querida

Começar do início
                                    

Ele sorri presunçoso.

—Cage, sai, não preciso de mais uma paciente descontrolada.—a mulher vira para nós impaciente e cruza os braços.

O homem a repreende sem mexer um músculo, seu olhar diz tudo o que não ouvimos.

—S-são meus salvadores, não são, Cage?—incito aflição.

—Beatriz Pierce... Falaram mesmo algo parecido, achei que fosse Patrice alguma coisa.—me ignora forçando a postura de bom anfitrião—Deve ter sido aterrorizante vagar por aí sem ninguém, completamente vulnerável aos assassinos mal vestidos.

—Os outros, eles... eles estão aqui?—o fito esperançosa.

—Não se preocupe, logo se juntará a eles no nosso evento especial.

—Cage, me deixe fazer o meu trabalho.—a doutora pressiona rígida—Deveria estar estudando o inimigo.

Apertando os olhos e respirando fundo enquanto vira na direção da terceira presente no recinto o homem se irrita.

Agora que estava ficando bom você resolve acabar com toda a graça?—dita raivoso para a mulher—Não vê o quanto ela está se esforçando?—me indica com suas mãos abertas.

—Como assim?—indago mais firme.

Suas palmas lentas acompanham seu sorriso convencido e falsamente entretido.

—Cacete, ela até parou de gaguejar, isso é um milagre, doutora Tsing!—ri fazendo-a soltar o ar irritadiça—O quê? Vai tentar chorar agora?—me encara com as sobrancelhas erguidas.

O teatro desmoronou comigo dentro.

Trinco minha mandíbula e desfaço toda a máscara inocente e amedrontada que sustento. Acabou a brincadeira.

—Viu só? Nem para isso eles servem!—aumenta levemente o tom—Mandaram uma vadiazinha rasa para acabar com a nossa estrutura... Uma humilhação.

Já passei da hora de admitir que esse cara é completamente maluco.

Aproveito o tempo que ele gasta para me diminuir lembrando das primeiras explicações de Clarke quando ainda estávamos em Camp Jaha.

"Dante Wallace é o presidente de Mount Weather, Cage é seu filho...", algo está errado.

—Não se preocupe, erros acontecem, minha querida.—continua a me zombar.

—Onde está o Presidente?—questiono com as sobrancelhas radicalmente franzidas.

—Está falando com ele.—responde amargo ajeitando o terno—Meu amado pai não sabia mais colocar nosso povo em primeiro lugar, tive que dar um jeito.

—Você é um louco de merda...

—Sou um revolucionário.—olha para a doutora e faz um sinal com a cabeça—Agora, se me der licença, preciso ir, seu povo é insistente. Aproveite a estadia.

Cage dá meia volta e some através da porta.

Me permito formar um fraco sorriso durante meu ódio estampado.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora