two - the beast

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Faço que sim com a cabeça, indicando que havia entendido.

— Hoje vamos falar da Primaveril.

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Se minhas aulas estavam certas, aquele era para ser Tamlin, Grão-Senhor da Corte Primaveril.

— ASSASSINOS! — rugiu a besta de novo, os pelos eriçados.

— P-por favor — balbuciou meu padrasto atrás de mim, incapaz de encontrar forças para ficar ao meu lado. — O que quer que tenhamos feito, foi sem saber, e...

— N-n-nós não matamos ninguém — acrescentou Nestha, engasgando nos soluços, o braço erguido sobre a cabeça, como se aquele minúsculo bracelete de ferro funcionasse contra a criatura.

— Saia — disparou Feyre, apontando uma das facas para a besta — Saia e não volte mais.

A besta gritou, fazendo toda casa tremer. Feyre parecia querer arremessar a faca no pescoço da criatura, mas, antes que pudesse fazer, agarrei seu braço e balancei a cabeça, fazendo um não devagar.

— QUEM OS MATOU? — a criatura, ou Tamlin, andava em nossa direção. O instinto falando novamente fez com que eu empurrasse Feyre mais para trás.

— Eu — dei um passo para a frente, apontando duas adagas para besta — Eu os matei. Agora vá embora e não volte mais! Não me obrigue a ter que matar você também.

— Não foi apenas você, havia outro cheiro. Quem foi a outra?

— Se caso eu contar quem matou o outro, o que irá fazer?

— Apenas o que é exigido pelo Tratado.

— Que seria? — perguntei, aproximando mais da besta. As adagas ainda apontadas.

— Uma vida por outra. Qualquer ataque não provocado contra feéricos, por humanos, só pode ser pago com uma vida humana em troca.

— Então me mate. Deixe minhas irmãs em paz e me mate. Me mate e não volte mais aqui. Me mate e não tente descobrir quem mais esteve envolvido.

— Lay... — pude escutar Feyre me chamando, mas não arriscaria olhar, não agora. Não quando estava diante da besta, quatro passos nos separando.

— Disposta a aceitar seu destino tão facilmente? — Quando eu apenas o encarei, o feérico disse: — Por ter a coragem de poupar suas irmãs, de protegê-las, vou lhe contar um segredo, humana: Prythian deve reclamar sua vida de alguma forma pela vida que lhe tirou. Então, como representante do reino imortal, posso estripá-la como um suíno ou... você pode atravessar a muralha e passar os restos de seus dias em Prythian. Mas com apenas uma condição: deverá contar quem matou o outro.

— Por que para a morte seria necessário apenas uma, mas para ser levada para o outro lado da muralha precisa das duas?

— Garanto que sua morte teria o peso de duas vidas para a sua família, mas, viva, você é ainda apenas uma vida.

Olho para trás a ponto de ver Feyre concordar com a cabeça, ela queria que eu contasse que foi ela. Ela aceitaria uma vida acima da muralha se isso significasse que eu continuaria viva, e com ela. Feyre podia estar tremendo, estar se segurando para não desabar, mas ela iria. Ela iria não pelo Tratado, não por seu pai, não por Nestha ou Elain. Ela iria por mim.

— Contem, por favor. Acabem logo com isso — balbuciou Elain. Era a mais assustada entre todos ali. E por um mísero segundo eu desejava que ela fosse mais forte. Apenas por um mísero segundo para eu poder salvar Feyre.

Corte de Amores e Segredos - ReescrevendoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant