Show de vizinha

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POV LIZZIE:

Cheguei mais cedo do que o habitual na empresa e por mais incrível que pareça, Colin já estava em sua sala com a mesma roupa do dia anterior. Adentrei ,e percebi que ele tinha cheiro de álcool e sua aparência era de quem havia passado a noite em claro.

- Bom dia, srta. Calloway. - ele fez uma reverencia ao me cumprimentar. - Alguém caiu da cama hoje.- ele apontou para o relógio em seu pulso.

- Pelo visto, alguém nem foi para a cama ainda. - suspirei.- sinto o cheiro do álcool daqui.- franzi o cenho.

- Falta alguém para poder me aquecer.- ele arqueou uma sobrancelha e me olhou intensamente. - Vamos fingir que ontem não aconteceu nada e nunca tivemos essa conversa. Tudo que eu menos preciso, nesse momento é uma acusação de assédio sexual. - ele afrouxou ainda mais a gravata e se jogou em sua cadeira.

- A respeito de ontem, pensei muito durante a noite e o mais certo seria eu me demitir.- me sentei em uma das cadeiras, em frente a sua mesa.

Ele me encarou de maneira triste, mas logo sua postura se tornou fria e dura.

- Se é o que você quer, não posso fazer nada a respeito. - ele fingia ler alguns papéis, para não ter que me encarar. - Só peço, que se possível, fique até sexta, talvez até lá eu consiga alguém para o seu lugar.

Balanço a cabeça positivamente.

- Tudo bem.- falei simplesmente.

- Era apenas isso?- ele me encarava de forma intensa, o que me deixou extremamente desconfortável.

- Sim.

- Então já pode ir. - ele apontou em direção a porta, seu tom rude me deixava irritada.

- Você quebrou a promessa.- ele me olhou confuso.- Deixou ser afetado por seu pai, por todas as besteiras que ele te disse e passou a noite aqui, enfiando a cara na bebida.

- Ele sempre tem razão.- Colin sorria de maneira irônica.- Eu fui um covarde. Quando percebi o que eu sentia por você, deveria ter lutado. Mas fui um idiota. - ele me encarava.-Você estava frágil por causa do seu relacionamento fracassado, aquele lixo que te agredia. Eu poderia ter me aproximado, me tornado o seu amigo, seu confidente e facilmente você iria para a minha cama.- sua risada saiu de maneira debochada. - mas eu não teria me contentado apenas com uma noite. Eu a queria para mim.Iria te querer como a minha namorada. Fazer o que o seu atual namorado não faz: mostrar para todo mundo a mulher linda e incrível que eu tenho a sorte em ter ao meu lado. Só espero que ele não te deixe em pedaços, igualzinho seu ex fez.

Eu o olhava de maneira incrédula e pensando em como minha vida mudado em apenas dois dias, desde que Sebastian havia ido para Nova York. Senti lágrimas se formando em meus olhos.

- Elizabeth, me desculpa. - ele deu um leve soco em sua mesa. - Droga! Eu não devia estar despejando todas essas merdas em você. Me desculpa.- Suas bochechas ficaram coradas. - Eu só precisava dizer.

- E eu só preciso sair daqui. -me levantei de maneira apressada e caminhei em direção a porta, enxugando algumas lágrimas, que insistiram em sair.

O resto do dia, não vi mais nenhum sinal de Colin e nem procurei saber notícias, nem dele, nem de Robert. Eu só precisava sair daqui, deixar tudo isso o mais rápido possível, organizar tudo e voltar para casa.

Havia contado minha decisão para Sebastian, que acabou me apoiando. Disse, também que já estava embarcando para Vancouver e que caso, eu quisesse voltar para Nova York, poderíamos passar um tempo juntos em sua casa lá.
Eu não tinha motivos para continuar aqui, então esse seria o nosso plano: eu voltaria para Nova York, na próxima semana e ele me exibiria como a sua namorada em um evento qualquer.

- A profissão que eu sempre quis; namorada troféu de um homem famoso. - gargalhamos no telefone.

- E modéstia a parte, um grande gostoso, amor.

- Exatamente!

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Evitei Colin durante o resto da semana e finalmente havia chegado o meu último dia aqui. Me despedi dos outros funcionários durante o almoço. Todos me desejaram sorte, mesmo não entendendo o motivo da minha demissão tão repentina.

Estava terminando de encaixotar as minhas coisas, quando ouço uma batida timida em minha porta. Hesitei antes de abrir, pois fazia ideia de quem poderia ser.
Suspirei e girei a maçaneta lentamente. Colin me lançou um olhar triste.

- Eu vim em paz.- ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

- Entre, essa sala não é mais minha, então.- suspirei e dei passagem para ele entrar.

- Só queria te pedir desculpas, por ter agido feito um idiota aquele dia.- ele colocou as mãos dentro dos bolsos da calça e me olhava de maneira timida. -Você não merecia ter ouvido nada daquilo.

- Está tudo bem, Colin.- suspirei. - De qualquer forma, uma hora ou outra eu iria embora daqui. Só decidi antecipar as coisas.

- Você o ama?- balancei a cabeça positivamente. - Só desejo que seja feliz, Elizabeth. - ele estendeu um envelope para mim. - Sei que não precisa, mas aqui está uma carta de recomendação.

- Obrigada.- peguei o envelope e coloquei em minha bolsa.- Também lhe desejo todas as coisas boas desse mundo, Colin. - esbocei um sorriso.

- Então, boa viagem para casa.- ele me encarou e forçou um sorriso. - Mais uma vez, seja feliz Elizabeth.

Ele virou as costas e foi em direção a porta. Senti um peso imenso, sendo retirado dos meus ombros. Eu estava livre, para fazer o que eu bem entendesse.

Ao voltar para o apartamento, arrumei o máximo que eu pude, antes de ser vencida pelo cansaço. Tomei um banho rápido, e logo depois, liguei para a minha mãe, que ainda não estava acreditando que eu voltaria para casa, antes do previsto.

- Você está certa disso, querida? - seu tom de voz era preocupado.

- Tenho, mãe. - suspirei e deitei em minha cama.- não fazia mais sentido eu continuar nesse emprego.

- E como estão as coisas entre Sebastian e você?

- Estamos bem. Eu o amo, você mais do que ninguém, sabe disso.

- Desde sempre querida.- ela deu uma risadinha.- só não quero que se torne tão dependente dele, que acabe se esquecendo de quem você é.

-Os erros que foram cometidos no meu relacionamento com Alex, não acontecerá. Eu conheço o Sebastian, desde que me entendo por gente e confio totalmente, que ele não vai me machucar, como Alex fez.

- Eu sei querida. É palpável o amor entre vocês, e fico extremamente feliz.

Conversamos sobre mais alguns assuntos e nos despedimos, quando eu percebi que havia uma chamada em espera de um número desconhecido. Atendi, mesmo não fazendo ideia de quem poderia ser.

- Alô?

- Boa noite, Elizabeth. Lizzie, posso te chamar assim, não é mesmo? - uma voz feminina ecoou do outro lado da linha.- Nós ainda não nos conhecemos. Sou Lilian, assistente do Sebastian.

- Ah, prazer Lilian. Tudo bem com você?

- Tudo ótimo. Entrei em contato com você, para acertamos a questão do seu desembarque, para que eu possa buscá-la no aeroporto e te ajudar a se instalar na casa de Sebastian, enquanto ele está em Vancouver.

- Tudo bem. - suspirei.- Devo desembarcar segunda feira, se tudo der certo, devo chegar no aeroporto JFK, antes do almoço.

- Perfeito!- ela deu uma risadinha. - Vou adorar te conhecer pessoalmente, finalmente! Me mande uma mensagem depois com a sua altura e suas medidas. Precisamos providenciar o que você irá usar na festa do Hugo Boss, e obrigada por estar fazendo o Sebastian tão feliz.

- Ele é um bom homem, merece todas as coisas boas existentes.

- Então, até segunda Lizzie! Mal posso esperar para te conhecer. - ouvi seu sorriso.

- Até,  Lilian.

Desliguei o telefone e algo me dizia que , Lilian e eu nos daríamos  bem.