「Capítulo: Dez」

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Estava sentado na recepção há mais ou menos trinta minutos, observando e, às vezes, ajudando o meu pai a preencher aquela papelada. O coordenador veio nos dar as boas-vindas mais cedo e disse que havia se impressionado com as minhas notas. Acabei ligando alguns pontos e finalmente descobri qual era a prova de admissão que tinha feito. Durante o ano passado o meu pai me persuadiu várias vezes para fazer diversas provas. Iam de olimpíadas nacionais a preparatórias para o vestibular, então essa prova só poderia estar no meio de uma dessas. Me pergunto como passei, pois sendo sincero, não estudei para nenhuma das provas.

— Senhor Rossi! Que prazer em vê-lo aqui — Enquanto vagava pelos meus pensamentos, escutei a voz de um homem, e assim como meu pai, olhei imediatamente para ele.

— Connor? Meu Deus, faz quatro meses que não lhe vejo — Meu pai se levantou para cumprimentá-lo com um abraço.

Era um homem bem alto com cabelos longos negros, presos em um rabo de cavalo. Para ser conhecido do meu pai, certamente estaria na faixa dos trinta e cinco ou quarenta anos, mas esse homem deveria ter vinte e cinco anos no máximo.

— Vejo que seu filho conseguiu passar na prova de admissão do colégio — Aquele homem me olhou após sair do apertado e caloroso abraço do meu pai. Os seus olhos eram verdes, não como os meus ou do meu pai, eram mais como duas esmeraldas. Ele tinha um olhar intenso, como o de um gato em sua caçada noturna. Ao me analisar, os seus lábios se comprimem um sorriso e o homem estendeu a sua mão para me cumprimentar, falando em seguida: — Meu nome é Connor e eu sou o professor de Música e Literatura do colégio. Vai ser um prazer tê-lo como aluno.

Olhei-lhe um pouco surpreso. Aquele homem era um professor?

— Eu sou o Pietro. É um prazer conhecê-lo — Falei após um tempo, apertando a sua mão.

— Sei que é estranho ter um professor tão jovem, mas lhe prometo que sou um bom professor — Connor disse ainda sorridente, com um ar bem descontraído.

Um professor de Música e Literatura. Era como misturar eu e o meu pai em uma única pessoa. Escutando um pouco a conversa dos dois, descobri que Connor era fã do meu pai e acabou encontrando ele por acaso na sua ida para Horizon há quatro meses. Deve ter sido aí que a ideia de me mandar para a capital estudar começou.

Durante mais ou menos duas horas, Connor nos apresentou cada canto daquele colégio. Meu pai estava amando aquela conversa enquanto eu apenas seguia os dois, prestando a mínima atenção em tudo o que eles falavam. Aquele jovem professor sabia como persuadir o meu pai a falar cada vez mais, eles iam da arquitetura do colégio para literatura clássica em apenas trinta segundos. Giovanni Rossi, um famoso autor de suspense e mistério de quarenta anos, estava amando isso.


— Aposto que você irá amar o nosso colégio, Pietro — Connor disse no final da nossa pequena tour pela Peach Blossom.

— Espero que sim — Lhe disse forçando um sorriso.

— Sabe... Ele é cheio de surpresas — O professor abriu um largo sorriso antes de estender a mão direita — Estou ansioso para nossa primeira aula.

— Eu também, professor — Apertei sua mão firmemente.

— Não deixe de passar no Grêmio Estudantil se tiver alguma dúvida quando as aulas começarem. Eles estarão de portas abertas para lhe ajudar.

— Entendido.

— Certo... Nos vemos novamente, Connor — Meu pai disse sorrindo.

— Estarei esperando ansiosamente, Sr. Rossi — Connor respondeu enquanto deixávamos o colégio.

Olhei em direção a árvore de pêssego que ficava no jardim do colégio, observando o seu contraste sobre o pôr do sol. "Ele amaria aquela biblioteca", pensei enquanto entrava no carro.

— O Connor é bonitão, não acha? — Meu pai comentou suspirando assim que fechou a porta do carro.

— O que? — Olhei-lhe confuso, saindo daquele pensamento.

— Não me diga que você não reparou naquele rostinho bem esculpido? Parece até um Deus.

— Pai...

— Ah... Ele deve ser famoso entre os alunos. Será que devo fazer um personagem parecido com ele? Sabe, o Connor parece aqueles caras engraçados e sarcásticos que ganham o coração de qualquer donzela.

— Meu deus — Suspirei encostando a cabeça no vidro — Ele é bonito, mas não coloque ele como um personagem. É estranho...

— Eu sei, eu sei. Só foi uma ideia — Ele disse rindo, dando partida no carro — O que você acha de jantarmos em algum restaurante? Sua tia trabalha a noite hoje.

— Pode ser, pai.

Um Deus, hein... De fato, parece muito.

Sunlight: O Encontro do Sol e da LuaWhere stories live. Discover now