No fim da noite, colocamos um filme aleatório no notebook e assistimos no meu quarto, já que ele iria dormir ali. Como esperado por mim, Jason dormiu na metade do filme e eu acabei terminando de assistí-lo sozinho no quarto de Annabeth, onde eu iria dormir.
Meu coração se apertou ao ver sua escrivaninha e estante, que geralmente era cercada de livros, pastas e papéis, totalmente vazia. Ela provavelmente havia vindo enquanto eu não estava para retirar tudo seu, já que ela não havia me entregado nenhuma chave. Respirei fundo e contive minhas lágrimas ao sentir o tão famoso sentimento de vazio e solidão que me assolava nos últimos meses. Era tão errado precisar dela? Nós nunca ficaríamos juntos de verdade?
Em meio a tantos pensamentos, acabei dormindo onde seu cheiro já começava a desaparecer.
Acordei no dia seguinte com o barulho de algo quebrando. Resmunguei um palavrão enquanto me levantava da cama, já sabendo que Jason tinha feito alguma besteira. Por Deus, ele estava ali há menos de vinte e quatro horas e já estava quebrando coisas.
Abri a porta do quarto e caminhei lentamente até a cozinha, já que o sono ainda me dominava. Assim que parei na porta, dei de cara com Jason com um cigarro na boca resmungando de dor e vários pratos no chão.
- Mas que porra você fez, Jason Grace?
- Eu só abri o armário para pegar uma xícara e seus pratos suicidas me atacaram! - exclamou, resmungando em seguida de dor. - Por sorte foi só um cortezinho raso.
- Por Deus, você já está quebrando coisas - murmurei, caminhando para mais perto de sua bagunça e vendo vários cacos. - Consegue limpar isso enquanto eu faço um chá para você e te deixo longe dos armários?
- Urgh, tá legal. Apenas me deixe dar um jeito nesse corte. O kit ainda fica no banheiro?
- Sim, pode ir lá buscar - Murmurei enquanto pegava as xícaras para fazer o chá. Jason voltou para a cozinha quando eu pegava a frigideira para preparar nossos pães, e, enquanto cada um fazia seu respectivo serviço, começamos a conversar sobre sua viagem no Brasil.
Até sermos interrompidos pela campainha.
- Não sabia que agora eles deixavam as pessoas subirem - Jason disse, terminando de pôr o vidro em uma sacola.
- Mas eles não deixam, só os autorizado - respondi, seguindo até a sala. - Já estou indo - gritei, pegando o molho de chaves para destrancar a porta. Ajeitei minha franja, que deveria estar uma bagunça, e girei a maçaneta.
- Surpresa? - meu corpo congelou ouvir a voz de Annabeth.
Subi meu olhar e dei de cara com seus olhos brilhantes e seu sorriso, sendo completado com duas lindas covinhas. Annabeth tinha seu cabelo preso num coque e vestia um grande casaco preto, junto com sua skinny e botas. Ela estava tão elegante e lindo, mas o que mais me chamou atenção foram as três malas paradas ao seu lado.
Ela havia voltado.
A encarei por mais um tempo, sem saber o que dizer. Ela parecia entender a minha reação, já que continuou parada. Abri minha boca para falar, mas uma voz atrás de mim me interrompeu.
- Querido, onde eu ponho os vidros? Por que você ainda está parado na porta? - Annabeth imediatamente franziu o cenho ao ouvir a voz de Jason e seu sorriso sumiu. Suspirei e dei um pequeno passo para o lado, afim de mostrar Annabeth para Jason. - Annabeth Chase, minha querida! Chegou tarde, você sabe? Percy agora tem uma nova companhia.
- O que? - exclamou Annabeth. em um misto de confusão e irritação. Bati minha mão na testa quase ao mesmo tempo que a fala de Annabeth - Percy, você está ficando com...
- Ei, calma! Eu só estava brincando, ninguém está ficando com ninguém - disse Jason relaxado. Senti sua mão tocar em meu ombro e apertá-lo. - Não vou nunca interferir no amor de Percabeth minha cara Annabeth.
- Entre - murmurei, dando passagem para ela.
Annabeth arrastou suas malas para dentro do apartamento junto com seu corpo e minhas energias pareciam ter sido renovadas. De novo.
- Eu vou tomar café em algum lugar, para deixar vocês sozinhos. Só volto de noite para me arrumar para a linda noite de ano novo - disse Jason sumindo em meu quarto e voltando dez minutos depois já arrumado.
E então ele saiu e eu fiquei sozinho com Annie.
- Então... - começou, sentando no sofá. - Jason, uh? O que ele está fazendo aqui?
- Podemos por favor continuar essa conversa na cozinha? Eu estou morto de fome.
- Oh, claro - levantou-se rapidamente do sofá e caminhou até a cozinha comigo.
Suspirei e fiz outro chá, já que o meu havia esfriado totalmente. Annabeth permaneceu em silêncio enquanto eu preparava meu café da manhã e eu também não ousei dizer uma palavra.
Apesar disso, minha mente estava em um turbilhão de pensamentos. Será que ele havia terminado com Luke definitivamente? Ou será que ela apenas voltou para cá por não gostar da vida com seu namorado? A maior parte de mim acreditava que ele havia dado um ponto final em sua história com Luke, mas uma pequena parte dizia que não. E eu torcia para essa pequena parte estar errada.
Sentei-me na cadeira à sua frente e beberiquei meu chá.
- Jason vai passar alguns dias aqui até sua casa ficar totalmente pronta da reforma. Ele chegou ontem do Brasil. Agora você já pode me dizer porque caralhos ficou desaparecida por quase uma semana e resolveu aparecer aqui na véspera do ano novo? - disse, em um tom absurdamente calmo. Eu queria gritar com ela por ter me feito esperar e ter criado mil suposições na minha cabeça, mas eu simplesmente não conseguia.
Annabeth pigarreou e, de repente, o mármore preto do balcão parecia ser mais interessante para ela do que me encarar. Mordi um pedaço do meu pão, a fim de distrair minha própria mente que parecia explodir de ansiedade pelo que ela estava prestes a falar.
- Eu me separei de Luke no dia de Natal - murmurou, agora voltando seu olhar para mim. - Depois que eu acordei com você abraçado comigo, eu me senti extremamente culpada pelo que havia feito e tive a necessidade de acabar com tudo o mais rápido possível. Não falei direito com você por vergonha, você deveria estar me achando pior pessoa do mundo.
- Não estava - garanti, interrompendo-o. Annabeth sorriu.
- Naquele dia mesmo eu voltei para cá e terminei tudo. Ele ficou acabado e é claro que jogou muitas coisas ofensivas em cima de mim e te culpou.
- Mas eu também tenho grande parcela de culpa sim.
- Você não me obrigou a gostar de você. E pare de me interromper - retrucou, o que me fez revirar os olhos. - Eu fiquei num hotel durante esses dias e aproveitei que já não estava falando com você para te fazer uma surpresa. E cá estou eu agora.
- Sua merdinha. Eu pensei que você tivesse desistido - disse, terminando meu chá. Meu coração acelerou quando Annabeth levantou de seu banco e veio até mim com um sorriso.
Annie se aproximou de mim, parando no meio de minhas pernas e apertou minha coxa em suas mãos, sorrindo novamente.
- Eu nunca desistiria de você, querido - sussurrou, diminuindo a distância entre nossos rostos e me beijando.
Apertei meus braços em seu pescoço e sorri entre o beijo, o puxando e explorando toda a sua boca o máximo que conseguisse. Afinal, era o Annabeth ali, era minha garota, a Annabeth tímida por quem eu havia me apaixonado há anos atrás.
Agora ela estava se mostrando minha, e eu precisava mostrá-la que eu também era completamente dela.
DU LIEST GERADE
Invisible String (Percabeth)
Fanfiction"Ele era especial, eu tinha certeza. Algo forte nos cercava, algo tão fortemente bom que me fazia perder os sentidos de vez em quando, me deixando num estado bobo de ficar o observando por minutos e só ser acordado do transe quando ele batia em meu...
Doze • Completamente dela
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