𝐈𝐕. Quem vai lembrar de você?

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BANCO DE MADRI , 16h26 ; biblioteca

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BANCO DE MADRI , 16h26 ; biblioteca.


── Acorde ela. Ninguém está aqui para tirar cochilos, não! ── Uma voz reconhecível invadiu meus ouvidos, fazendo com que meu corpo tremelicasse com o susto. ── E acorde ela já!

── Ela está cansada demais até mesmo para continuar de pé! Qual é o seu problema? ─ Essa voz fez minhas entranhas se apertarem dentro da barriga. Meus olhos ainda estavam tão pesados que eu me sentia dentro de um pesadelo, mas um pesadelo que me permitisse ver e ouvir tudo ao redor. Então a voz dele fez, mais uma vez, que meus eixos tombassem. ─ Fingir não se preocupar com os outros é tão fácil quanto demonstrar que sim, não é?

── Eu mandei que você a acordasse e a colocasse para fazer algo útil, e as pessoas normalmente costumam obedecer, e não se esqueça de quem dá as ordens aqui, Denver.

Meu cérebro captou demoradamente que aquele, o dono da voz raivosa, era Palermo, e o outro homem que tinha a entonação mais calma porém desafiadora e taciturna, seria Denver.

Minha cabeça ainda enxergava todos os quatro cantos embaçados, e senti um certo desespero interno quando não consegui me levantar de onde estava deitada.

── Vocês a deixaram três dias sem dormir e se alimentando de uma forma completamente desregulada, eu não vou deixar que isso aconteça mais uma vez! ── A voz de Denver soou como uma ameaça pura, e eu, mesmo estando estranhamente dopada, senti o entusiasmo me preencher por dentro.

── Ah, é? ─ Eu ouvi o sorriso petulante na voz de Palermo ─ E Estocolmo sabe dessa sua enorme preocupação? Tenho certeza que ela vai achar uma graça te ver tão preocupado com a saúde dos seus amigos.

── Eu só estou me preocupando com os meus companheiros!

Finalmente meus olhos se abriram lentamente, a luz forte me fez fechá-los de novo, apertando as pálpebras com força. Levei uma mão até a testa e cocei, estava extremamente claro.

── Olha o que você fez, idiota. ─ A voz de Denver gemeu frustrada ─ Acordou ela.

── Já estava na hora! ─ Eu vi com a frestinha dos olhos Palermo levar as duas mãos até a cintura e me olhar com indignação ─ Tá achando que está na sua casa para dormir a hora que quiser?

── Eu...─ Tentei dizer, mas a minha voz estava muito fraca. Aparentemente eu tinha dormido por muito tempo. ─...euestavapassandomal.

── O que? ─ Denver inclinou a cabeça como um cachorrinho confuso.

── Me tirem daqui...─ Tentei me levantar mas as minhas pernas apresentavam muita fraqueza. Segurei nas bordas do sofá mas meu corpo foi quase de encontro com o piso quando firmei meus pés no chão.

𝐕𝐄𝐍𝐄𝐙𝐀 | La Casa De PapelWhere stories live. Discover now