Capítulo 32

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~Jenny~

Fazia três dias que tínhamos ido ao conselho. Depois disso eu voltei pra casa. Felizmente a minha mãe não é muito igualas outras mães, então ela entendeu que eu devia ter estado em uma noitada com os meus amigos ou coisa parecida.

Mason começou a, inexplicavelmente, me tratar com frieza e a me contar somente parte do que o grupo de demônios e humanos estavam planejando. Isto é, quando ele me contava.

Eu voltei a frequentar a escola. Tudo era diferente. Sentia-me estranha quando, ao passar pelos longos e intermináveis corredores da escola, as bonecas com saia, gravata do colégio e maquiagem pesada apontavam pra mim e sussurravam entre si sobre a garota que foi sequestrada. É claro que ninguém falava na minha cara, mas todos na escola sabiam e eu não era estúpida pra saber que as notícias correm rápido.

Mas, mais estranho ainda é que eu olhava pra essas mesmas pessoas e sabia que elas jamais teriam o conhecimento sobrenatural que eu tinha. Que elas riam de mim porque a vida delas era muito banal. E a minha vida era tudo, menos banal.

“Vocês riem de mim por ser diferente, eu rio de vocês por serem todos iguais.”

Então eu aturava, mas eu não estava sozinha. Eu tinha as minhas amigas que, embora não soubessem do que eu sabia, elas me ajudavam e arrumavam briga com quem sequer me olhasse torto.

E lá estava eu na aula, morrendo de tédio. As aulas não eram mais tão interessantes como antes. Como consequência, frequentemente eu recebia advertências:

“ –Senhorita Jennyfer, onde sua cabecinha está?! Volte para a aula! –Disse Mrs. Vênia, professora de História.”

“ –Seu rendimento na aula está decaindo muito, senhorita Jennyfer. –Reclamou Mr. Carter, professor de biologia.”

E ainda:

“ –Se você não parar de encarar essa parede, senhorita Jennyfer, eu te reprovo e você vai ter que me aturar por mais um ano. –O professor de Geografia ameaçou.”

Eu nem ligava, pois todas essas broncas estavam em segundo plano pra mim.

Devido ao trabalho, minha mãe não podia ir me buscar na escola, então eu ia a pé e gastava em torno de quarenta minutos para chegar em casa, que ficava mais nas bordas da cidade.

Mas naquele dia foi diferente.

Eu estava saindo dos portões da escola quando um carro extremamente luxuoso adentrou no estacionamento. Então o reluzente carro preto parou bem em minha frente. O motorista saiu do carro. Ele era careca e muito alto e musculoso,  usava roupa social preta e um óculos escuros. Chegando perto de mim, tirou um cartãozinho do bolso.

  --Jennyfer? –Ele perguntou com a voz grossa e um sotaque que eu não consegui reconhecer de onde. Eu apenas acenei com a cabeça. –Preciso que venha comigo.

  --Nem pensar. –Eu falei  já ficando nervosa. Nunca que eu ia entrar por vontade em um carro desconhecido com um motorista estranho.

  --Por favor, só entre no carro. –Ele falou, mas vendo que eu não iria colaborar saindo do lugar, ele segurou forte no meu braço e eu já ia começar a dar um escândalo, mas ele foi mais rápido e, apertando-me mais forte, disse. –Não ouse gritar!–Então, ele começou a me empurrar até o carro. Eu, apavorada, comecei a gritar. – Infelizmente, você não me deixou escolha. –O motorista me ajeitou de modo que eu fosse em sua frente e foi me empurrando até o carro enquanto eu gritava. Será que ninguém estava vendo o que estava acontecendo?

À força, então, eu fui jogada dentro do carro e aterrissei em um macio banco de couro branco. O motorista começou a conduzir o veículo para a estrada e, através dos vidros escuros eu percebi que só agora, os alunos voltaram a encarar o caro carro.

  --O que você quer comigo? –Eu perguntei tentando esconder o meu medo.

  --Meu patrão que ver você.

  --Quem é seu patrão?

  --Você verá. –Ele respondeu indiferente.

  --Você pode ao menos me falar para onde estamos indo?

  --Posso. –Ele disse e ficou em silêncio. Eu o encarei com as sobrancelhas arqueadas, esperando uma resposta, até que ela veio. –É em um lugar que você já esteve antes, um café.

Insatisfeita com a resposta, eu esperei ele falar mais alguma coisa, mas só veio o silêncio até o final da viagem, sete minutos depois.

  --Chegamos. –Ele disse e saiu do carro para abrir a porta pra mim, mas eu saí antes que ele chagasse até a mesma.

  --Eu sei fazer isso sozinha.

Então eu finalmente parei pra olhar onde estávamos e quase caí para trás. Era um estabelecimento espaçoso com várias mesinhas dispostas pelo local, além de uma vitrine só de doces e bolos e o balcão de pedidos. Eu costumava ir lá quando pequena porque era um lugar aconchegante. Agora não mais.

O motorista foi me escorando pelo local enquanto eu varria as mesas, procurando por algum rosto conhecido. Paramos em frente á uma mesa e, quando eu fui ver quem era a pessoa que estava me esperando, a cor fugiu do meu rosto.

  --P...pai?!

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Oi estrelas!!

Capítulo entregue, mas ainda teremos muitas emoções. 

Espero que tenham gostado. Se sim, votem e comentem. Se não gostaram, façam isso também.

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PLÁGIO É CRIME! NÂO CAIA NESSA!!!!

Gente, por hoje é só, mas nos vemos no próximo capítulo.

Beijos no core. >_<

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