— Eu... você acabou adormecendo, não quis te acordar. — Ele sorriu fraco.

— É... eu... me desculpe. — Ela disse.

— Não precisa de desculpar. — Ele sorriu ainda mais. — Eu simplesmente amei dormir inspirando seu cheiro. — Ele se inclinou, roçando o nariz em seu pescoço. — Ouvindo sua respiração. — Ele beijou sua bochecha. — Sentindo o calor de seu corpo. — Ele finalizou com um selinho.

Pela Mãe, pela Mãe...

Ahryn desvenciliou-se dele e se levantou puxando junto o lençol para se cobrir.

Não, na noite anterior ela não tinha tido vergonha alguma, mas ali, com Cadewyn a olhando com os olhos semicerrados e os cabelos brancos bagunçados pelo sono... era mais intimidador que o desejo brilhando na noite anterior.

Ela buscou pelo quarto onde infernos estava o vestido dela. A peça íntima ela nem se deu o trabalho de procurar, queria sair de lá o mais rápido possível.

O vestido estava amassado em um canto, ela rapidamente o pegou e começou a vestir-se. Mesmo de costas, ela sentia o olhar de Cadewyn devorando-a.

Quando ela estava novamente vestida e se virou, Cadewyn já estava de pé, usando pelo menos uma cueca que os deuses sabem onde ele tinha encontrado.

— Eu... eu vou para o meu quarto, tomar um banho. — Ela disse.

— Tudo bem. Nos vemos no café da manhã? — Ele sorriu.

— Sim... acho que sim. — Ela respondeu e então saiu do quarto.

Cadewyn ficou ali, olhando para a porta, como se fosse um fantasma.

Ela parecia fugir. Não, ela não teve problemas em querê-lo na noite anterior, não... mas talvez o afeto, a proximidade, a intimidade de dormir juntos tivesse a assutado.

Ele rezava para que não, porque merda, ele estava rendido. A única coisa que ele conseguia pensar era no gosto de Ahryn, nos seus sons, no seu cheiro, em sua respiração calma contra seu peito enquanto ela dormia.

Merda... merda... ele precisava de um banho.

.....

Ela entrou em seu quarto, retirou a roupa e mergulhou na banheira.

Cadewyn tinha tido um afeito sobre ela, isso era fato. Ela gostava de falar com ele, tanto nas vezes que se encontraram pessoalmente, quanto pelas cartas. E na noite anterior... não era possível que alguém pudesse causar o efeito que aquele acho tinha causado nela.

Mas ainda sim... ela gostava de Cadewyn. Mesmo que tenha sido apenas uma noite e ela parecesse uma idiota, ela gostava dele.

Ahryn nunca tinha firmado nada com ninguém, ficava com um ou outro, mas sem compromisso.
Tinha medo de se envolver seriamente. Ela cresceu vendo seu pai ser um babaca com sua mãe, ele era horrível, sua mãe era tão doce e carinhosa, mas ela sabia que por trás, a fêmea carregava traumas dos anos casada e sofrendo abusos das mais diversas formas. Quando Bryan tinha se tornado um macho adulto, ele começou a tentar freá-lo, mas as coisas acabavam terminando mal para ele também. Seu pai era um guerreiro muito forte e poderoso.

E ela agradecia a Mãe todos os dias por ele ter sido morto naquela batalha.

Mas o desgraçado ainda deixou uma marca. Ela não confiava em ninguém para relacionamentos. Achava que todos seriam como seu pai.
Ela preferia morrer sozinha ao suportar aquilo.

Mas Cadewyn não podia ser como seu pai, não, não tinha lógica.

Se ele fosse ruim, não seria amigo de Catrin e Nyx, não viria a Velaris e a casa deles sempre que quisesse, não pegaria Layla no colo, na verdade, sequer se aproximaria dela.

A Corte de Asas e Espadasحيث تعيش القصص. اكتشف الآن