Go, Yamaguchi! - (tsukiyama au)

Capítulo 2 - O Destino não precisa estar ao meu lado

No dia seguinte...

—Oi. Eu já terminei de ler o livro que peguei ontem. Trouxe os anteriores que eu estava devendo também. —Disse Tsukishima, entrando no local.

Yamaguchi não foi o primeiro a falar dessa vez. Tsukishima caminhou até o balcão onde Tadashi estava e soltou essas palavras. O dono dos cabelos verdes como as folhas das árvores na primavera levou as suas mãos até os livros dados pelo loiro e os anotou na ficha de Tsukishima, sem dizer palavra alguma.

Tsukishima observou, apenas. O mesmo caminhou até uma estante de livros e procurou pelos outros do dia anterior que não havia pegado. Escolheu dois e os levou para o balcão.

—Aqui está. —Entregou Tsukishima. —Devo entregá-los em dois dias, no máximo. —Comentou o loiro, com um certo orgulho no fundo do seu coração por causa de sua capacidade. Yamaguchi, novamente, não soltou nada de seus lábios rosados e finos. Ele apenas pegou os dois livros e os registrou na ficha de Tsukishima.

"O que está acontecendo?" —Estranhou Kei, saindo da biblioteca após pegar os livros.

Tadashi bufou. —Isso foi tão difícil! —Exclamou, aliviado. —Isso vai adiantar em algo, mesmo? —Questionou Yamaguchi, cabisbaixo. —Eu não deveria apenas...conversar com ele...? —Refletiu.

Yamaguchi rodou a cadeira de rodinhas onde estava sentado, encarou o teto branco da biblioteca e fechou os seus olhos por alguns instantes. "Parece que ele nem ligou para isso... Eu deveria tentar algo diferente?" —Ele se perguntou, abrindo os seus olhos.

—Ei, Yamaguchi! Quer ir até a conveniência daqui a pouco? Estou com fome... —Yachi convidou o garoto e acabou percebendo a situação de seu amigo, o que resultou em sua preocupação. —Ei, o que aconteceu? —Ela perguntou aflita.

—Ele acabou de sair daqui... —Falou Yamaguchi, virando-se para sua amiga.

—E o que aconteceu entre vocês?? —A loira questionou, curiosa.

—Nada demais... Eu só não falei com ele para ver se ele falaria comigo.

—E ele falou??

—Sim, mas o básico que qualquer um falaria para um atendente de biblioteca! —Tadashi bufou irritado e melancólico.

—O básico? Tipo "oi estou pegando esse livro"?

—Não. Ele falou que havia terminado de ler os livros e que veio ler outros. —Tadashi levantou-se, encarando a tela do computador. Ele passou seus finos dedos que continha alguns machucados por conta do vôlei do final de semana anterior, pelo teclado preto da máquina. Encarou fixamente em um ponto aleatório do papel de parede do aparelho.

Cada vez que ele olhava mais fixamente, ele ouvia menos o sons ao seu redor. Era como se a concentração fosse grande o suficiente para isolar qualquer som que poderia o atrapalhar. Ele ainda ouvia sua amiga falando baixinho.

Ela comentava sobre o fato de Tsukishima falar mais com Yamaguchi do que supostamente falaria com outros desconhecidos. O garoto estava prestes a dar uma resposta aleatória para uma pergunta de sua amiga, por não estar prestando atenção ao seu redor.

—Gostaria de ir para uma festa no sábado? —Yachi perguntou. Ela sabia que seu amigo não estava prestando atenção, então aproveitou-se dessa oportunidade para que ele aceitasse sair com ela.

—Ah, claro... —Ele soltou a resposta como se fosse uma pergunta qualquer.

—Ótimo!! —Ela exclamou animada. —Vou na sua casa no sábado um pouco antes, para irmos juntos, okay?

—Espera... O quê? —Tadashi voltou a realidade de uma forma brusca e violenta após o gatilho das palavras "sua casa" e "sábado" serem ativados. Quando resolveu questionar Yachi do que se tratava aquilo que ela acabara de dizer, a loira já estava no fundo da biblioteca, se afastando como se nada estivesse acontecido.

Yamaguchi relaxou em sua cadeira de atendente e inspirou fundo. Cortar a comunicação era algo muito cruel para Yamaguchi. Esperar o loiro iniciar uma conversa era como se fosse uma tortura.

Esperar era algo muito angustiante.

Principalmente esperar o destino resolver as coisas de sua vida. Pensamentos sobre o loiro da biblioteca não sumiam de sua cabeça e aquilo o deixava ainda mais angustiado.

Talvez o destino não resolva isso.

Talvez o destino não queira resolver isso.

Mas Yamaguchi quer. E ele vai.

Mesmo que isso signifique enfrentar barreiras nunca enfrentadas por ele.