A pior notícia, no pior dia

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[Seongmin P.O.V's]

- Vocês viram a nova série que vão lançar? 

- Vi! Vai estrear na sexta. Vamos assistir  juntos okay? Na sua casa ou na minha?

- Na sua. Minha mãe não gosta muito de visitas.

- Então está combinado, você vai Seongmin?

- Bem... Não estou muito animado hoje. Depois respondo. Pode ser?

- Ah! Desculpa! Esqueci a data de hoje. Foi mal.

- Não tem problema, vou beber água.

Três meses. Hoje faz três meses desde o último encontro com o grupo completo. Sempre nesta data, eu me via completamente desanimado, era como  se no resto do mês eu estivesse esquecido de tudo, mesmo tendo flashes de memória todo dia. Porém, sempre que chegava esta data, meus olhos abriam e eu conseguia ver claramente nossa realidade.

Eu sentia falta dela. 

Nós sentíamos falta dela.

As lembranças de nosso último momento juntos, na festa, sempre voltavam com mais força. Eu a culpava por não ter me dado a chance de me despedir, mas também me culpava, por não perceber que algo estava errado. Não tinha mais volta. Eu não deveria me importar tanto, ainda tenho outros amigos, eu ainda tenho a Jihyo do meu lado, mas eu sempre sentia um vazio, como se uma peça importante tivesse se perdido.

Eu me sentia como um quebra cabeça. Poderia ter dez, vinte, ciquenta, cem, ou até mesmo mil peças. Se uma sumisse, iria fazer falta.
E acho que quem trabalha no rádio da escola hoje, tem algo contra mim, ouvir Day6 não ajuda muito neste momento. Certo?

- Taeyoung? Você está me olhando a séculos, tem algo a me dizer ou vai ficar mudo? - questiono quando percebo seu par de olhos sobre mim

- Hum? Eu te encarando? Impressão sua. - ele disfarça - Mas é então? Como acordou hoje? 

Ele sabia

- A mesma coisa de sempre. E você? 

- Normal. Eu acho. Ah! Antes que eu  esqueça, a Jihyo quer falar com você hoje. Depois da escola, na praça.

- Certo. Sabe do que se trata?

- Talvez. Acho melhor você saber na hora. - coça a nuca - Já comeu?

- São onze horas da manhã, óbvio que já comi.

- Não custa perguntar. Então até mais tarde. Só queria te falar isso mesmo.

- Está okay. Obrigado por avisar. Até mais tarde.

Olhos inchados. Ele claramente não está bem, talvez pior do que eu. Desde o ocorrido ele se distanciou mais. Talvez ele se sinta culpado, já que sempre que tocamos no assunto ele se desculpe. 
Eu não o culpo. Ele fez papel de amigo em não revelar, já que foi a pedido da mesma. Só queria poder arranjar um jeito de deixar isso claro para ele.

[...]

- Boa Tarde! - Fui pego de surpresa por uma Jihyo sorridente assim que saio pela porta 

- Da próxima vez avisa quando quiser me matar do coração. Que susto!

- Seu sem graça!

- O que queria falar comigo? - preciso parar de ser tão direto

- Sim eu estou bem, já me alimentei e a aula foi ótima. Obrigada pela preocupação. - revira os olhos

- Desculpa... Minha mente está meio cheia hoje. Você sabe. Mas isso não significa que não me importo! Não entenda errado. Por Favor.

- Eu sei bem disso. E essa é uma das causas de eu ter te chamado aqui hoje. Mas antes, me diga, como acordou hoje? 

- Bem... Não sei como descrever. E você?

- Um pouco determinada? Mas ao mesmo tempo com medo. Venho pensando em algumas coisas nesses dias, e hoje finalmente decidi te contar do que se trata. 

- Você está me deixando com medo falando assim. Você não está...-

- Por Favor. Me ouça com atenção, okay?

- Está bem. Pode continuar. - suspiro já esperando o que ela iria dizer 

- Ahn Seongmin... Como posso o descrever? Uma pessoa esquentadinha, porém muito fofa. Determinado e esforçado. Além de ser dono de uma beleza incomparável, eu admito. - ela rí - Faz alguns meses que te conheci, e desde lá você sempre foi muito especial para mim. Mas acho que tomei um lugar na sua vida que não me pertence.

- Jihyo... Do que você está falando? 

- Estou falando que nos precipitamos. Você se declarou poucos dias após termos nos conhecido, e por incrível que pareça nossos sentimentos eram iguais. Mas não eram fortes o bastante para durar por muito tempo. E venho observando que fui muito egoísta o tendo só para mim. E está claro que seus sentimentos também mudaram, mas você não percebeu isso.

- Do que você está falando? Eu ainda gosto de você! 

- Eu sei que gosta, assim como eu. Mas acho, não, eu tenho certeza que você começou a gostar de outra e ignorou seus sentimentos por minha causa. Eu não estou reclamando, até porque já sabia que isso iria acontecer, e sou grata por esses tempo que passamos juntos. Somos jovens... E é normal agir por impulso as vezes. Mas parar e analisar a situação me fez perceber algo muito importante.

- Eu não estou te entendendo.

- Não queria tocar neste assunto hoje, pois nesta data você está sensível. Mas é o único dia que posso falar e ter certeza que você vai pensar sobre. Observe... Após três meses, sempre nesta mesma data, você acorda automaticamente triste. Parece que é algo combinado. Não importa se você sabe a data, seu coração já sente antes mesmo de você se lembrar. 
O tempo que você e a Mylla passaram juntos é bem maior do que o nosso, vocês se conhecem melhor, vocês partilhavam de coisas em comum e sempre se apoiavam um no outro. Eu só fiz entrar quando ela já havia preparado tudo, e impedi que você notasse o que realmente sentia. 

- O que? Eu não gosto dela! E mesmo se gostasse, ela já foi embora de qualquer jeito. 

- Ela pode ter ido embora, mas ela ainda está com você. Onde quer que vá. Você só precisa entender é aceitar isso de uma vez. Eu ainda gosto de você, e não duvido que goste de mim também. Mas eu e ela estamos claramente em níveis diferentes. Eu posso estar errada, mas não posso mais continuar assim, sabendo que estraguei algo que poderia ter sido tão belo... Acho que você é o único que não sabe sobre os sentimentos dela. 

- Jihyo...

- Ela me deixou ficar com você, mesmo gostando de você, talvez mais ainda do que eu. Ela foi uma ótima amiga para todos nós, não posso ignorar isso.

- Você... Você está terminando comigo? É isso?

- Me desculpe por isso. Mas a resposta para essa pergunta, acho que nós dois sabemos...

[...]

Eu estava em prantos. Minha mãe estava do lado de fora do meu quarto tentando falar comigo, chamadas perdidas dos meninos estavam presentes em meu celular. 

Este era oficilalmente, o pior dia de minha vida.

As palavras dela rodavam minha mente a todo segundo. Minha cabeça doía e sentia que meu coração iria explodir. Eu tentava dormir, mas o sono não vinha.

Neste momento eu só queria me desligar, ou apagar todas as memórias presentes em mim.

Coelhinho Cor de Rosa [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora