A Bela e o Canalha - Clube dos Ordinários1

Capítulo Xl

- Louise? A senhora esta bem? - Libby chamava por Louise, mas a outra não respondia.
Estava tão perdida em pensamentos, que nem se quer ouvia alguém chamando por seu nome.
- Senhora! - Libby teve que gritar para arrancar sua senhora dos devaneios.
- Não percebi que estava aqui.
- Deu para notar.
- Porque veio tão cedo?
- A senhora sempre levanta neste mesmo horário.
Ficará na cama por tanto tempo divagando.
- Meu marido está em casa?
- Não.
Louise não se surpreendeu, às vezes Owen passava dias fora de casa. Era agredessida por acontecer.
- Você precisa se levantar agora. - disse Libby.
- Sim. - respondeu sem fazer nenhum movimento para sair da cama.
- A senhora está diferente.
E ela estava mesmo, ontem pela primeira vez em sua vida, gostou de beijar, foi tão magnifico.
Louise adorou a sensação dos lábios de Logan contra o seu, o beijo foi suave no começo deixando-a apreensiva, mas depois fora intenso.
A última coisa que ela queria era que aquele momento acabasse. Mas agora, Louise não iria conseguir, encara-lo sem sentir vergonha.
Como fora imprudente. Se alguém os visse, ela estaria perdida.
Por isso, precisava saber se Logan estava em casa. Seria melhor, não vê-lo.
- Irei fazer uma pergunta, pode parecer meio estranho mas... — começou mas foi interrompida.
- Pergunte de uma vez.
- Você é bem curiosa. — sorrio.
- Desculpe, não posso evitar. - respondeu a outra corando.
- Tente se controlar.
- Estou controlada. 
- Não parece.
- Louise faça logo sua pergunta. - Libby tapou a boca assim que falou.
Ela acabara de faltar com respeito com sua senhora.
- Como ousa falar assim com minha esposa! - às duas ficaram travadas no lugar.
- Eu sinto muito... eu não... — Libby tremia de medo.
- Cale-se! Saia logo daqui. Espere lá embaixo, depois vou contar para seu pai sua ousadia.
- Sim, senhor. - Libby saiu do quarto segurando o choro. Sabia que seria punida.
- Ela não fez por mal. - Louise disse, na tentativa de ajudar sua dama de companhia. - Eu pedi para ela me chamar pelo primeiro nome.
- O que você ia perguntar-lhe?
- Quê?
- Ela disse para você fazer logo sua pergunta, o que era?
- Eu ia perguntar se ela poderia pedir para a cozinheira fazer alguns biscoitos amanteigados. - mentiu descaradamente.
- Só por isso aquela menina faltou com respeito com você? 
- Libby não faltou com respeito. Como eu disse, pedi para que ela me chamasse por meu nome.
- Não peça novamente, empregados não chamam seus patrões pelo nome.
- Entendi.
- Pedirei que alguém suba e ajude-a se vestir.
- Libby pode ajudar.
- Ela não.
- Não deixara mais ela vir?
- Por alguns dias não.
Louise somente pode suspirar morrendo de pena de Libby.

Louise acabará de ler sobre as flores, cada uma com um cuidado diferente. Estava ansiosa para cuidar delas, mas não queria fazer sozinha. Queria que Libby estivesse com ela.
- Está mesma empenhada em cuidar das flores? - Logan estava parado na porta, vendo-a sujar as mãos de terra.
- Não deveria estar aqui.
- E você não deveria ter ajuda com isso? - Apontou para toda a sujeira. - Onde esta Libby?
- Ela ficará ausente por uns dias.- respondeu com tristeza.
- Aquele... aquele velho!
Louise estava surpresa por ele saber o que acontece aqui, já que Logan passou um bom tempo longe.
- Pode fazer algo? Não gosto de saber que ele a maltrata. - ela indagou.
- Quer que eu bata no velho?
- Conversar não resolve?
- Acredita mesmo que uma conversa vai resolver?
- Não sei. - deu de ombros. Duvidava muito.
- Pensarei em algo.
- Obrigada.
- Por nada. Quer ajuda?
- É melhor não, você vai se sujar.
- Eu não me importo. - ele respondeu se agachando ao lado dela.
— São muitas flores para cuidar.
- Estou com o tempo livre.
- Mas...
- Louise, vou ajudá-la.
- Tudo bem. - respondeu desistindo de fazê-lo ir embora.
Passaram duas horas juntos, cuidando de todas as flores. Louise e Logan só não perceberam que próximo dali alguém vigia os dois.