Na manhã seguinte, após colocar seu vestido e pentear seu cabelo. Louise estava pronta para descer e ir tomar seu desjejum.
Felizmente hoje seu marido saiu cedo. Owen nunca dizia para aonde ia, Louise também não perguntava e não se importava por ele sair.
- Pronta para descer, senhora? - Libby perguntou.
- Sim.
Sentiu o ar faltar por um momento, pois, seu espartilho estava extremamente apertado. Ela usava assim, porque seu marido gostava desse modo. A queria sempre esbelta.
Louise se escorou na parede buscando por ar.
- Senhora, esta tudo bem? - Libby estava preocupada.
- Perdi o ar, mas já estou bem.
- Quer que eu solte um pouco o espartilho?
- Não é necessário.
- Só um pouquinho.
- Não precisa.
- Não deveria viver assim, presa. - Libby falou baixinho.— Até mesmo é obrigada a colocar um espartilho apertado só para agradar o marido.
- Nem você deve viver presa.
Louise sabia que Libby era sempre maltratada por seu pai, às vezes, sua dama de companhia aparecia com o rosto ou o pescoço vermelho.
- Eu não sou ninguém, já a senhora é. - Libby diz.
- Acredite em mim, eu também não sou ninguém.
A jovem nunca revelou de onde veio, não contou que sua família mal tinha o que comer.
Louise fazia a limpeza da loja que trabalhava às vezes, quando Owen a viu. Ele a perseguiu por dias até que descobriu onde ela morava.
Numa tarde que chegou em casa viu o velho conversando com seus pais, eles pareciam bem felizes. A jovem só não imaginava que o motivo era ela, seus pais tinham acabado de vende-la para aquele velho.Louise se sentou a mesa, mal tinha se acomodado quando Logan se juntou a ela.
- Parece que sempre nos encontramos na hora do desjejum - disse ele com aquele sorrisinho de lado.
- Parece que sim.
- Tocou muito bem ontem.
- Obrigada.
- Vai tocar hoje novamente?
- Não.
- Porque não?
- O senhor é bem curioso. - observou Louise.
- E a senhora um mistério. - respondeu sorrindo.
- Não sou um mistério.
- Para mim, é.
- Porque quer tanto saber sobre mim?
- Só quero saber mais sobre a esposa do meu pai. - deu de ombros. - Diga-me, como se conheceram?
- Nos conhecemos por acaso.
- Amor a primeira vista. - ele falou num tom irônico. - Que coisa mais linda.
- Sim, é lindo.
- Sabe o que eu penso?
- Diga.
- Penso que, meu pai ficou encantado por você e a senhorita viu nele uma oportunidade de vida melhor nele. Então, aproveitou e está aqui.
Como ele poderia pensar assim dela.
- É isso que pensa de mim? - Louise perguntou fervendo de raiva.
- Sim, não se ofenda. Eu já estive na França, já tive muitas francesas em minha cama sei como podem ser, digamos…quentes. — disse lhe piscando.
Louise queria jogar a xícara de chá quente no rosto de Logan.
- O senhor é... é... um canalha!
- E a senhora muito bela.
Sua resposta a deixou desconcertada.
- Quê? - murmurou.
- A senhora ouviu, é muito bela.
- Não deveria dizer isso para mim. — disse ela corando.
- E, porque não?
- Não é apropriado falar assim com a esposa do seu pai.
- Eu não vejo problema.
- Mas eu vejo.
Os dois ficaram se encarando, em seus olhos estavam varias palavras não ditas em voz alta.
Olhou de relance para os lábios dele, imaginou como seria beija-lo.
- Bom, obrigado pelo desjejum, mas agora irei ver meu irmão. - Logan disse cortando o encanto.
- Como ele esta?
- Sobrevivendo.
- É triste ouvir isso.
- Ele perdeu a esposa é razoável que viva assim.
- Compreendo.
- Vou indo agora.
Louise também se levantou, pois, estava na hora de ir para a sala de música.
Seus dias eram sempre iguais, não havia muito o que fazer em casa. Ou ficava na biblioteca encarando os livros, ou treinando no piano.
Ela suspirou profundamente, estava farta daquela vida. E agora para ajudar, o filho do seu marido a achava uma pessoa de baixo calão.
Pior, era se sentir atraído por um canalha que nem ele.
BINABASA MO ANG
A Bela e o Canalha - Clube dos Ordinários1
RomanceLogan Andrews, filho mais novo do duque de Ashbourne. Não gostava de viver preso, por isso, sempre se mantinha longe de Londres. Cansado de fugir, resolveu voltar para sua cidade após dois anos longe. Não havia se comunicado com ninguém de sua famí...