Não é permitido se apaixonar. Apenas é permitido sentir prazer.
Jade West fugiu do convento. A fim de começar uma nova vida longe dos costumes da Igreja, ela vai parar justamente nas garras do diabo em pessoa: Ryan Blossom. Ele é um pecador, não é...
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Meu diário está chegando às últimas páginas. Isso me deixa impressionada, porque… faz pouco tempo que eu comprei um novo. Desde quando eu comecei a escrever tanto sobre meus sentimentos?
Desde que Ryan apareceu na sua vida, bobinha, uma voz irritante cantarola no fundo da minha cabeça. Mas eu não me esforço para negar esse fato evidente. Gosto de Ryan. Gosto muito dele. Estou cansada de mentir para mim mesma.
Meu celular toca um segundo depois que eu fecho o diário. Estou disposta a poupar algumas páginas até comprar outro diário. Pego o aparelho e vejo o nome da minha mãe piscar na tela. Um gemido de insatisfação escapa involuntariamente pelos meus lábios. Faz dois meses que a estou ignorando. Será que ela nunca desiste?
Como das outras vezes, recuso a chamada. Ainda não estou pronta para falar com ela. Sei que mamãe não está disposta a ouvir a minha versão da história. Ela só está me ligando para gritar, dizer o quanto eu sou decepcionante e acentuar todos os meus erros. A vida vai bem demais para eu deixar que ela acabe com o meu humor na noite de sexta-feira.
Alguém bate na porta, e eu fecho o diário antes de autorizar a pessoa entrar. A cabeça do meu irmão surge pela fresta.
— O Ryan está aqui — informa ele. A simples menção a esse nome faz meu coração acelerar.
— Ele veio me ver? — pergunto, ansiosa.
Justin revira os olhos.
— Imagina. Tenho certeza que ele estava entediado em casa e resolveu vir me fazer uma visita porque estava morrendo de saudades.
Pego uma almofada e atiro nele. Justin é mais rápido e fecha a porta, fazendo o objeto se chocar contra a madeira e cair no chão. Seu rosto aparece novamente por entre a fresta, sorridente.
— Engraçadinho.
Ele esboça um sorriso inocente.
— Então… você vai descer? — pergunta ele.
Enrubesço.
— Pode pedir para ele subir? Por favor?
Os olhos do meu irmão se estreitam um pouco.
— Certo… — Ele me encara por alguns segundos. — Juízo, hein?
É a minha vez de revirar os olhos. Ele fecha a porta novamente, e aproveito a deixa para tentar melhorar um pouco a minha aparência, mas não tenho tempo. Costumo ficar bem largada em casa, mas hoje não está tão ruim. Estou usando um baby doll verde de cetim e não estou usando nenhuma maquiagem. O cabelo está uma bagunça, mas não há nada que eu possa fazer agora. Pelo menos estou de banho tomado, com um creme de pele cheiroso e desodorante.
Mais uma batida soa na porta e meu coração vai parar na garganta. Controle-se, mulher!, grito internamente para mim mesma. Não é como se fosse a primeira vez que Ryan estivesse entrando no meu quarto. Mas ainda assim… sinto aquele friozinho na barriga.
