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Assim que chegou em casa, Choi In parou na frente da porta, esperando para ver se escutava alguma coisa, mas apenas havia silêncio. Com o pingo de esperança que lhe restou, girou a maçaneta vagarosamente e entrou logo na sala, vendo que não havia ninguém ali.

Sorriu largamente, tirando os tênis e fechando a porta, não esquecendo de trancar e tirar a chave, levando-a consigo. Subiu rapidamente pela grande escadaria, indo diretamente para o quarto de seu irmão, mas parou ao ouvir algo cair no chão, e o barulho vinha do quarto de seus pais.

Com medo, andou até estar em frente à porta de madeira escura, tentando ouvir algo por ali.

-- Não, Ha-min, os seus filhos são uns imprestáveis! O Choi mais novo fica mais na escola do que em casa, com certeza está vadiando por aí. E o mais velho só quer saber de entrar pra faculdade de dança. Dança uma merda, isso é coisa de viado, Ha-min! – A voz grave e claramente embriagada do homem se fez presente, e cada vez mais se aproximava da porta. O esverdeado julgava que sua progenitora estivesse encostada ali, e desejava que a maçaneta não fosse girar naquele momento.

-- Então expulse-os de casa, Junseob! Deixe que eles vivam às próprias custas. O San já conseguiu a bolsa pra faculdade, mesmo se expulsarmos ele, o garoto ainda vai ter lugar pra morar. Mas o outro não, se expulsarmos ele, vamos deixar ele à beira da vida e ele não vai poder fazer nada, ninguém vai acreditar nele.

-- Mas e se ele for na delegacia, Ha-min? Eu não quero ser preso por causa das suas loucuras. – O garoto deu um passo para trás, sentindo os olhos ficarem encharcados, e logo as lágrimas começaram a descer.

-- Ele não vai, além de ser burro, é medroso que nem uma criança, é mais que óbvio que ele vai deixar isso passar. Nunca vi um filho meu ser tão ingênuo.

-- Ha-min, e se ele procurar o Jiung? O San vai ficar na faculdade, mas o Jiung ainda está no terceiro ano e com certeza sabe como nossos filhos estão.

-- Ele sequer deve se lembrar da existência do irmão, Junseob! E se o Jiung o achar, com certeza não vai ser para ajudá-lo.

As palavras foram ficando cada vez mais distantes para o mais novo, que seguiu rapidamente para o quarto do irmão, sem se importar com o barulho que faria no corredor. Ao que chegou na porta do mais velho, bateu ali exatamente 7 vezes, vagarosamente, e a maçaneta girou. O esverdeado sentiu seu braço ser puxado, e em seguida estava no chão do pequeno cômodo.

-- Eles fizeram algo com você? – A voz baixa, mas preocupada se fez presente ali, e o mais baixo sentiu braços lhe contornarem o corpo, em um abraço caloroso.

-- Não fizeram nada, mas estavam falando sobre nós e acabei escutando. Sannie, você sabe onde o Jiung está? – O questionamento fez o garoto de cabelos rosados parar onde estava, o olhando confuso.

-- Por que quer saber? Eles falaram sobre o Jiung? O que falaram?

-- Que ele sabe como a gente tá e que... que eles vão expulsar a gente de casa quando você entrar na faculdade. Sannie, eu não vou ter pra onde ir, eu preciso achar o Ji Hyung... – A voz embargada do menor fez o coração do mais velho se quebrar em milhões de pedaços, e logo apertou o abraço.

-- Então vamos achar o Jiung antes do final do ano. Mas, por favor, me prometa que, assim que estiver em segurança e o Ji for de maior, você vai denunciar os dois. Eles não são nossos pais, Innie, eles são monstros. Você não merece isso, entendeu?

Concordou com um breve aceno de cabeça, se levantando com a ajuda do irmão, e seguiram até a cama de solteiro que ficava no canto do quarto.

-- Eu posso dormir aqui? Não quero passar pelo corredor de novo, vai que eu dou de cara com ele...

I (don't) wanna kiss youOnde histórias criam vida. Descubra agora