In the end is you and I

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- Porque ninguém me diz o que aconteceu? O que houve com ela? Só me dizem pra falar com ela e ajudá-la mas não falam o por que. - ele se sentia privado de saber as coisas, odiava essa sensação, já havia sido privado de muito durante sua vida.

- Oh, não sabia que não haviam te contado ainda, perdão querido. Acho que minha filha mesma deveria te dizer isso mas eu vou contar e depois vocês conversam melhor. - Shoto confirmou com a cabeça e redobrou a atenção em sua sogra - Você sabe qual a utilidade daquele soro que estava sendo produzido naquele local?

- Sim, eram inibidores de individualidade.

- Isso. E você sabe porque os jovens foram sequestrados?

- Foram usados como...

Um estalo veio a sua mente, ele começou a conectar as informações que tinha com a reação da sua namorada.

"- Tenta criar qualquer coisa mais simples só pra se apoiar pra sair-

- Eu não posso, Shoto! "

Não...

- ... cobaias. Cobaias para... teste do soro... - ele continuou seu raciocínio - Não pode ser, senhora Myo.

- Pois é, e minha filha foi levada como uma cobaia também. - ela tinha o olhar baixo, como se doesse nela lembrar da reação de sua filha entre lágrimas contando o que tinha acontecido.

-Não acredito nisso. Senhora Myo me perdoe, eu não fui rápido o bastante para-

- Shoto, não! Por favor não diga nada desse tipo, os únicos culpados são aqueles homens que agora vão pagar pelos absurdos que cometeram. - ela o cortou para que não se culpasse mais. Não podia deixá-lo carregar esse fardo quando na verdade não era culpa dele - Momo está bem chateada pelo que aconteceu mas a primeira coisa que ela perguntou quando acordou ontem era se você e os outros estavam bem. Ela se preocupa muito com você, você é muito importante pra ela, querido, a faz muito bem e como mãe eu estou muito grata por isso, então tenho certeza que com o seu apoio pode ajudá-la a superar essa situação.

O rapaz olhava a mulher a sua frente como se ainda levasse algum tempo pra processar tudo aquilo. Momo tinha perdido sua individualidade e ele havia a forçado usá-la ontem, por isso ela havia gritado com ele, estava triste e confusa por ter perdido algo especial que só pertencia a ela. Porém Shoto sabia que Momo era muito mais do que sua individualidade e ele com certeza a faria perceber isso.

Ele se ajeitou em seu travesseiro e segurou firme a mão da mulher sobre a sua a olhando nos olhos, passando total confiança e no que iria dizer.

- Eu vou ajudar a Momo, vou dar suporte pra ela e fazer ela entender que nada vai mudar. A individualidade era só um detalhe sobre ela mas não muda a pessoa que ela é, não muda seu espírito, suas vontades e não altera em nada o que as pessoas sentem por ela. Eu vou estar com ela nesse momento senhora Myo, eu prometo.

Myo apenas sussurrou um leve e emocionado "obrigada" de volta ao rapaz. Ela havia ficado com sua filha e sabia o quão doloroso aquele processo estava sendo pra ela e saber que ela tinha um suporte tão importante quanto o jovem lhe acalentava o coração. Momo nunca estaria sozinha.

- A senhora se importa se eu for até o quarto dela? Queria poder falar com ela direito.

- Mas você ainda está se recuperando, tem que tomar cuidado! - tentava convencê-lo, inutilmente pois Shoto já estava decidido.

- Não se preocupe, eu esto muito bem, além do mais são só dois quartos a frente, eu logo estarei de volta.

Sem se prolongar mais Myo ajudou Shoto a descer da cama e ele logo tomou o caminho do quarto da namorada. O hospital estava aparentemente calmo naquele momento, algumas enfermeiras e médicos pra cá e pra lá, então o meio a meio se infiltrou tranquilamente sem levantar nenhuma suspeita. Alguns passos e duas portas depois da sua ele parou e bateu levemente na porta do quarto esperando alguns segundos antes da mesma ser aberta por Ryukyu que abriu um sorriso ao ver o rapaz.

- E aí garoto, como está? Se recuperando bem?

- Estou sim, pronto pra outra. - brincou - A Momo tá aí?

- Tá sim, fica a vontade, eu já estava de saída. - ela se virou olhando a mais nova no quarto - Se cuida querida, se precisar de alguma coisa me fala ok? Até mais! - acenou para Momo e se voltou ao jovem abrindo espaço pra ele - Cuida dela Shoto e se cuida também.

Sem esperar por resposta ela saiu do campo de visão que antes impedia que Shoto pudesse ver a menor e fechou a porta atrás de si deixando os dois naquele quarto de hospital. Eles se encaravam, sem movimentos, sem falas, por que aquele silêncio falava alto, aquele olhar dizia muito. Apesar da imensa vontade que tinha de subir na cama dela e tomá-la pra si num abraço forte ele hesitava pois tinha medo da outra estar brava com ele ou chateada pelo que vinha acontecendo.

O que não lhe passava a mente era que Momo estava da mesma forma, hesitante da reação dele, com medo do que o outro acharia dela agora, medo do que quer que ele fosse lhe falar. O último contato que haviam tido ela tinha gritado com ele e ele a tinha jogado longe para que escapasse, o que lhe passava a mente agora? Felizmente os aparelhos que monitoravam seus batimentos cardíacos haviam sido desligados após ela acordar pois os mesmos denunciariam a frequência que aumentava a cada segundo a mais daquele encarar que parecia durar uma eternidade.

Mesmo distante ele podia ver os olhos dela levemente inchados, havia chorado, era claro. Isso doía nele, doía quase que fisicamente. Ele jurava que abdicaria de seus próprios poderes se pudesse devolver o dela, era horrível saber que haviam matado o maior sonho da pessoa que ele mais amava. Doía...

Num súbito momento re coragem ele quis matar o que lhe matava, a saudades de ouvir a voz doce dela, estava sendo o som mais reconfortante de sua vida nos últimos meses.

- Ei... - Shoto foi o primeiro a quebrar o ensurdecedor silêncio. Ele ainda estava parado na porta apenas a olhando. Os punhos cerrados denunciavam o nervosismo iminente.

- Oi. - a resposta dela veio no mesmo tom brando. Os dedos de sua mão brincavam um com o outro tentando inutilmente acalmar aquela maldita ansiedade - É bom ver que você está bem, fiquei preocupada.

- Ah sim, eu me recuperei bem, talvez amanhã possa ir pra casa já. E você, como está?

"Parabéns Shoto por essa pergunta ridícula, é claro que ela não está bem!" ele pensou consigo mesmo praguejando a pergunta que tinha acabado de fazer.

- Estou melhorando, minhas costelas doem bem menos mas ainda sinto dor de vez em quando por causa da cirurgia, os outros ferimentos foram mais simples, logo vou ficar bem. - ela tinha a mão direita enfaixada até o cotovelo, a mesma da dele e uma pequena bandagem no supercílio esquerdo perto da sobrancelha, e mesmo assim continuava linda, ele pensava. Momo estava sentada na cama coberta por um lençol branco e vestia uma roupa de hospital azul clara igual a do namorado - Sai daí da porta e chega mais perto, se quiser. - ela ainda estava receosa de como agir com ele.

Ele ficou feliz em saber que ela o queria perto e deu alguns passos a frente chegando próximo da cama e parando bem ao seu lado. Momo tinha as duas mãos juntas em seu colo e Shoto ignorando todo receio dentro de si ou sem se importar na reação que ela teria, engoliu seco e levou sua mão direita as dela sobrepondo-as e fechando os dedos entre os da jovem que, para sua surpresa não levou mais que dois segundos para retribuir o contato que ela tanto ansiava, o calor da pele que seu corpo tanto saudava em sentir outra vez, e ali estava ele, finalmente ali estava ele.

Caboou mais um e eu espero q tenham gostado!

Deixa o favoritin aí se puderem, por favor pessoal

Obrigada mesmo por quem ainda está aqui e nos vemos no próximo :D

Making It CountOnde histórias criam vida. Descubra agora