FORMIDABLE | Joshler

CAPÍTULO 8 | Mágica

Tyler acordou com parte de seu rosto sendo iluminado por conta de uma fresta da janela. Ao abrir os olhos, viu seu amigo dormindo ao seu lado, numa posição que o deixava parecendo um bebê. Joseph passou seus dedos nos fios vermelhos de Josh. Aproximou-se mais para sentir o cheirinho doce que seu cabelo tinha.

“Esse sonho não pode acabar.” — Pensou o garoto — “Eu te amo tanto, Josh Dun. Por favor, não vá para longe de mim. É provável que eu morra sem você, seja por tristeza ou por outros motivos horríveis que apenas você me protege. Talvez a segunda opção me mate antes que a primeira”.

Como se pudesse ler os pensamentos de Tyler, Dun abriu seus olhos lentamente. Ao perceber que seu amigo estava o observando, abriu um sorriso.

– Tyler, a gente realmente se beijou?

– Sim. Você... se arrependeu?

– Não. Eu estava com medo de ter sido apenas um sonho.

Os garotos se sentaram na cama para se beijarem novamente.

– Josh, ontem foi meu primeiro beijo.

– Também foi o meu. – O garoto ficou um pouco envergonhado. – Quer dizer, eu já dei um selinho numa garota mas não gostei.

– Ainda bem. – Tyler riu.

– Eu nem sabia como beijar, deve ter sido uma bosta.

– Não foi! Não que eu tenha alguma experiência em beijos. Mas se foi ruim, um dia a gente descobre.

– Sabia que apenas ontem eu descobri que gosto de meninos? Quer dizer, eu descobri que gosto de você.

– E só ontem eu percebi que realmente estava apaixonado por você.

Os dois deram um rápido selinho.

– Tyler, você sofria bullying por ser gay, não é?

– Sim. Eu não queria te contar isso quando te conheci, mas acho que você foi percebendo com o tempo.

– Sim.

Josh se levantou da cama e calçou seu tênis branco.

– Preciso ir no hospital. Não sei quanto tempo ficarei sem visitar minha mãe. – Infelizmente, a expressão dos garotos mudou completamente.

– Eu ainda não acredito que tudo isso aconteceu por uma besteira. Josh, me perdoa. A culpa foi toda minha.

Dun segurou a mão macia de seu amigo, fazendo carinho nela com seu polegar.

– Por que você não vem comigo no hospital? Quero falar para minha mãe que encontrei o amor. E que agora existe mais alguém que me ama, além do Jim.

– Josh, você é incrível.

– Vamos, por favor.

– Tudo bem. Vamos aproveitar o que nos resta. Vamos chorar apenas na hora que for necessário. Precisamos aprender a ser ainda mais fortes.

•••

Os garotos estavam a caminho do hospital, quando o celular de Josh toca. Era um número que não estava salvo, mas o garoto sabia bem que pertencia a seu pai. Suspirou profundamente e atendeu a ligação.

– Onde você está? Por acaso fugiu?

– Deveria.

– Infelizmente você vai continuar morando aqui comigo.

– O quê?

– Nem a sua família quer cuidar de você. Mas não pense que vou te dar moleza. Vou te mandar para outra escola.