vinte e cinco

Começar do início
                                    

— Uau — eu digo, realmente impressionada.

Agnes abre um sorrisinho ao ver a minha cara de boba. 

— Os pais do Finley, o anfitrião da festa, são cheios de grana — informa ela, enquanto damos uma volta por aí. — Eles têm uma siderúrgica ou algo assim. Enfim. O que importa é que as festas do Finley são memoráveis. Quem tem dinheiro tem tudo. 

— Não o mais importante — murmuro. 

— Que seria? — ela ergue a sobrancelha. 

— Amor — dou de ombros. — Quando se é rico, você não sabe em quem confiar. Tipo… estão ali do seu lado pelo que você é ou pelo seu dinheiro?

Agnes parece refletir. 

— Tem razão. Mas viemos aqui para nos divertir, não para filosofar, então vamos encontrar alguma coisa para beber — determina ela, ansiosa, o que me faz rir.   

Encontramos a cozinha com muita facilidade. Há cinco expositoras de bebidas cheias de cervejas, e fica a critério nosso beber direto da garrafa ou pegar um copo vermelho. Eu opto pela garrafa, assim como Agnes. Não sou muito fã do gosto da bebida alcoólica, mas como dizem que você apenas se acostuma com o sabor, estou a fim de embarcar nessa jornada hoje. 

— Vamos dançar um pouco — Agnes novamente segura a minha mão e me puxa para fora. 

Vamos até o tablado, onde a verdadeira festa está acontecendo. Estão todos dançando e se esbaldando com a comida que parece uma mistura de fast food, petiscos de frutos do mar, salgadinhos e frutas. Só consigo pegar uma rodela de kiwi antes de Agnes me puxar para o centro do tablado para dançar. Está tocando "Look At Her Now", da Selena Gomez, e eu deixo a letra da música me dominar e as batidas moverem o meu corpo. 

Uma sequência de músicas eletrizantes se segue, me fazendo rebolar, pular ou jogar os braços para cima e apenas movimentá-los no ar. Até que "Streets", da Doja Cat, com uma batida mais sensual e mais lenta começa a me envolver. Fecho os olhos e passo as mãos pelo corpo enquanto meus quadris se movimentam lentamente em um ritmo sensual. É como se um leão enjaulado tivesse acabado de se libertar, e estivesse correndo como se sua vida dependesse disso, temendo ser preso novamente. 

— Seu bad boy selvagem não para de olhar para cá. 

A voz de Agnes me desperta do transe. Lanço um olhar para ela antes de olhar ao redor, discretamente, procurando pelo tal bad boy. E lá está ele. E está olhando diretamente para mim com os olhos azuis profundos brilhantes, escorado em uma parede da casa, usando jeans e camisa simples, mas tão bonito… 

Nossos olhares se encontram e ele pisca antes de beber mais um gole de cerveja direto da garrafa, com os anéis prateados brilhando em alguns dos dedos longos. 

— O que está esperando? — ela me cutuca com o cotovelo. — Vai lá. 

— Mas… — hesito. — Mas e você?

Ela revira os olhos. 

— Ai, me poupe. Daqui a pouco eu arrumo um gatinho e você não vai ver mais a minha cara. Vai, aproveita, pega o seu gato na frente de todo mundo! 

Acho graça. Agnes ama um escândalo, ainda mais se for uma fofoca das boas que é capaz de deixar todas as garotas ao nosso redor com inveja. 

— Tudo bem — concordo. — Juízo, hein? 

— Digo o mesmo, mocinha. 

É a minha vez de revirar os olhos. Eu sempre tenho juízo.

Ando até Ryan com cuidado para não tropeçar. Graças a Deus Agnes me deu um toque para não usar salto alto. Imagina que brega seria vir de salto para uma festa na praia. 

Indecente • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora