IV › UM LUGAR ESPECIAL COM HARRY POTTER

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─ Você quer sair daqui? ─ perguntou Nina. ─ Eu sei um lugar bem tranquilo.

─ Só nós dois? Sozinhos? ─ ele perguntou rápido demais.

─ Eu juro que não vou matar você para que meu irmão tenha mais chances de vencer.

─ Por que não? Me parece um bom plano ─ Harry deu de ombros. Nina franziu o cenho. ─ Afinal, alguém realmente me quer morto.

─ Que pessimismo.

─ Desculpe.

Para Harry era estranho seguir Nina, que nem estudava em Hogwarts mas dizia que sabia sobre um local tranquilo para passar o restante da tarde. Eles desceram pelas escadas do pátio de entrada para o lago. Daquele lugar, era impossível qualquer outro aluno os ver, e eles também não conseguiam ver ninguém lá de cima. Harry e Nina se abaixaram pela parte mais baixa das vigas que armazenavam os pequenos barcos que sempre vinham os alunos do primeiro ano. Gaivotas podiam ser vistas ao redor do local. Logo estavam dentro do porto subterrâneo de Hogwarts.

─ A Casa dos Barcos? ─ perguntou Harry, sorrindo e examinando o local.

─ Como eu não tenho muito o que fazer por aqui, nesses dias eu apenas perambulei igual um fantasma e encontrei isso. Usei uma passagem em um retrato que cobria a parede da torre da Grifinória, ou seja, podemos entrar aqui por mais de uma passagem.

Nina apontou para uma portinha estreita, quase escondida na parte mais escura do porto.

Os dois se sentaram no chão de madeira, lado a lado, em silêncio, olhando a superfície do lago ou as pequenas ilhas que formavam a passagem diretamente para a ponte coberta de Hogwarts. Observar de baixo era estranho para Harry, que normalmente não viria na Casa dos Barcos.

Momento ou outro, Nina não assistia, mas sentia Harry ajustar a postura e o ouvia batucar os dedos no chão de madeira, nervoso. Ele até estava começando a balançar os pés.

─ Não sei qual sua definição de paz interior ─ disse Nina, ─ mas imaginei que fosse ficar menos pensativo aqui. É tão quieto.

Harry percebeu e imediatamente conseguiu controle sobre o próprio corpo, ajustando a postura uma única vez e olhando para a garota.

─ Me desculpe.

─ Pare de pedir desculpas! ─ Nina exclamou, balançando a cabeça.

─ Aqui é legal, você tem razão ─ Harry confessou para não se desculpar novamente. ─ Mas não consigo parar de pensar no Torneio, em Rony, em dragões, no jantar...

─ Em dragões? ─ Nina encarou Harry, confusa.

O garoto engoliu em seco, balançando os pés novamente, com a ponta dos tênis arrastando na água.

─ Em tudo, entende? Não necessariamente... dragões. Isso não tem nada a ver, eu só pensei nisso.

Era óbvio que isso tinha algo a ver com o Torneiro, mas ela não insistiu.

─ Entendi ─ Nina levantou, erguendo uma mão para Harry, que franziu a testa, mas pegou, também levantando. ─ Vamos sair daqui, você não está nada confortável. Funciona comigo quando não quero pensar em... bem, imaginei que funcionasse com você.

Harry e Nina olharam para suas próprias mãos, ainda apertando uma a outra. Os dois se distanciaram ao mesmo tempo.

─ A culpa é minha ─ Harry confessou, ─ o lugar é legal e você é... uma ótima companhia.

Nina sorriu, tentando não mostrar que estava zombando da gagueira repentina do garoto.

─ Mas, como um campeão, você tem coisas para fazer.

𝐒𝐎𝐔𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 ๑ HARRY POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora