8 - Distração

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[LOUIS POV]

Faz cinco minutos que eu e Harry saímos de casa em seu carro. Estamos em silêncio no momento e eu estou tentando não focar em suas mãos dirigindo, pois esse puto resolveu usar todos os seus anéis e agora eu não consigo me concentrar. Por isso estou olhando pela janela. Já deve ser quase cinco da tarde e o sol começa a se pôr na linha do horizonte.

-Louis, coloque uma música - ele murmurou, me dando um susto com sua voz grossa.

Rapidamente liguei o rádio e procurei alguma música qualquer que tinha ali. Derrepente Another Love invade os altos falantes do carro. Encaro Harry com um sorriso de surpresa.

-Eu amo essa música!

-Eu sei, você ainda é viciado em Diários de um Vampiro? - ele disse sorrindo, mas sem tirar os olhos da estrada.

-Claro que sim Harry! E se eu não me engano eu que baixei essa música...

-Sim, foi. Eu deixei ela aí porque me lembra você - seu semblante é sério, demonstrando que ele não está mentindo. Sorrio e abaixo o vidro deixando o vento quente entrar pela janela. O céu de fim de tarde com tons de amarelo e laranja. Olho para o lado e ele também está sorrindo, algumas vezes de canto de olho, vejo que ele está me encarando.

- And I'd sing a song, that'd be just ours
but I sang 'em all to another heart,
and I wanna cry, I wanna learn to love,
but all my tears have been used up - cantei alto, nem me importando com Harry ao meu lado. Este que quando eu olhei estava sorrindo, ele deu aquele sorriso, aquele que ilumina todos a sua volta, aquele sorriso que faz seus olhos brilharam como nunca, aquele sorriso com covinhas. Me sinto muito feliz por conseguir distraí-lo, por fazê-lo sorrir.

Fazia tempo em que eu não me sentia assim. Como um adolescente novamente, com esse frio na barriga, com essa felicidade de estar do lado da pessoa que eu gosto... corrigindo, que eu amo. Como estou sempre focado em meu trabalho, não tenho tempo para sair e me divertir - e aposto que Harry também - o ambiente no hospital em si é meio pesado, as pessoas morrem, muitas vezes nossos pacientes, e isso acaba se "impregnando" em mim. Por isso estar saindo com Harry hoje está sendo especial. Sorri ainda mais, e deixei o sol iluminar meu rosto.

-Mas eu ainda não shippo o Damon com a Elena - meu sorriso morreu assim que a frase deixou a sua boca.

-Cala a boca Harry, antes que eu te tire desse carro - acredite, essa discussão estupidamente infantil já aconteceu várias vezes. Eu sei que ele não está falando sério, mas é legal fingir estar bravo. Quando isso acontecia antes acabava em... deixa para lá.

-O carro é meu! - ele ainda está sorrindo. Esse estúpido.

-Não me importo. Não faz sentido, você não shippar, eles tem química! Eles praticamente inventaram a química Styles. Lembra aquela cena na Murder House? Pois é, aquilo é incrível.

-Eu discordo de tudo - ele está tirando com a minha cara.

-Você nem tem argumentos, cala a boca Harry - cruzei os braços e me virei para a janela. Não vou dar o braço a torcer, eu geralmente ganho a discussão pelos meus argumentos estupendos.

-Oh Loooou, você ficou bravo! - nós paramos no sinal e ele começa a tentar apertar as minhas bochechas, tento afastar suas mãos do meu rosto, mas não desfaço meu semblante sério. Logo o sinal abre e ele se afasta e volta a dirigir.

Depois de alguns minutos chegamos até a sorveteira no centro da cidade. Eu não disse mais nenhuma palavra à Harry, oras. Eu sei que estou sendo meio infantil, mas não estou realmente bravo com ele e ele sabe.

Descemos do carro e Harry abriu a porta para eu passar primeiro. Lá dentro é quente e confortável, fomos em direção ao balcão para fazer nossos pedidos.

MEDICINE | Larry Stylinson  [ PAUSADA ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora