21- Menos Um Limite

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- Você já viu uma impressora 3D funcionando?- ele nega com a cabeça.- Tenho uma coisa para te dar, mas terei que imprimir, quer ver?

- Quero!- disse animado e com um sorriso grande.

O coloco sentado na bancada mais próxima da impressora. Depois digito as especificações na máquina e coloco para imprimir. Apenas 10 minutos, já que é algo bem simples. Vejo que Adam olhava para a máquina trabalhando com um brilho interessado no olhar. Se ele não fosse tão quieto, eu poderia dizer facilmente que ele é algum irmão ou primo da Hope bem mais novo, porque a aparência é muito semelhante. Mas já a personalidade não parece nem um pouco, quieto, calmo e tímido demais.

A máquina apita, avisando que terminou. Abro a impressora e tiro um amor-perfeito branco de dentro. Adam observa a "flor" com atenção enquanto entrego para ele. Ele olha cada detalhe, provavelmente só notando que é de "plástico", fora isso é igual a original. Então ele olha para mim e sorri de orelha a orelha, algo tão puro.

- Quando fui pela primeira vez num evento do clube de artes você me deu uma flor. É a sua primeira vez no hospital, certo? Então é minha vez de te dar uma flor.

- Obligado!- É... que sorriso mais puro.

HOPE Point of View

(10 anos atrás, três semanas depois)

- Seu sorriso é muito puro.- falei olhando para Helen, que estava rindo divertida enquanto eu fazia cócegas nela.

- O-O que... você quer dizer com isso?- falou entre os risos.

- Só que é puro.- eu não dabia bem explicar, mas era o que eu achava, uma pureza sem igual. E eu adorava esse sorriso.

Helen tenta se desvencilhar de mim, mas não consegue. Ela se debate de tanta cócegas e tenta segurar minhas mãos, mas sou rápida e não deixo. Nem me lembro porque comecei a fazer isso, achonque foi algo que ela reclamou da nossa tenda não ser tão grande quanto a dos outros. Ah lembrei, ela disse que Mel dormiria sozinha e que a barraca dela era bem maior. Eu respondi que Helen poderia ir dormir com ela se quisesse, minha namorada traíra disse que ia sim. Mas até parece que eu ia deixar!

- Chega! Chega! Eu não vou mudar de barraca! Vou ficar aqui com você!- para o ataque de cócegas e sorrio vitoriosa. Nós iríamos acampar por três dias, até parece que eu iria deixar que Helen não dormisse comigo.- M-Mas só se prometer que não vai fazer nada de noite.

- Não.

- Não?

- Não. Eu não prometo nada porque eu quero te beijar e te abraçar. E fazer o que quiser dentro dos limites.- eu não esqueci que hoje posso quebrar mais um limite. Depois desse só tem mais dois passos, e aí eu posso finalmente ter o que quero já tem meses.

Depois disso, todos nós comemos uns marshmallows e mais alguns coisas que trouxemos. Bebemos um pouco, mas não o suficiente para deixar ninguém perto de ficar bêbado. Quando já estava bem tarde da noite, cada um foi para sua respectiva barraca. Helen entrou primeiro, eu fui alguns minutos depois. Quando entrei, ela estava já deitada, virada de costas para onde eu deitei e parecia já dormir... mas eu sei que ela não está. Seria possível que ela está com receio do que eu faria? Eu sei que agora tenho carta branca para dar um próximo passo, mas só faria se ela estivesse confortável. Totalmente confortável.

Abracei a cintura dela e a puxei até que seu corpo tivesse junto ao meu. Ela não diz nada, nem faz algum movimento para me afastar. Lhe dou um beijo na nuca, Helen arrepia toda. Ela sempre se arrepia quando faço isso, é a única parte de seu pescoço que é mais sensível, já eu tenho um pescoço bem mais sensível, sei lá porque. Lhe dou outro beijo naquele local, mais um arrepio, mas sem nenhuma fala.

- Ei, princesa. Eu quis que ficássemos na mesma barraca para podermos ter mais privacidade e um momento mais íntimo, mas eu não quero que isso te deixe desconfortável. Se quiser... eu durmo com a Mel ou o Gale.

Eu afrouxo o aperto em sua cintura, imediatamente sua mão vai para cima da minha, segurando firme. Ela leva minha mão até a região de seu coração e noto como ele batia rápido. Ela está nervosa pelo que falei... eu deveria ter prometido que não faria nada. Acho que ela não levou tão na brincadeira como eu levei. Tento acalmá-la fazendo cafuné em seu cabelo e dando beijos castos em seu pescoço e parte do ombro. Leva alguns minutos para que seu coração bata mais calmamente.

Helen se vira para mim, vejo seu rosto corado e sua expressão um tanto tímida. Talvez seja melhor deixar a ideia de mais intimidade para outro dia, quando ela tiver mais confortável. Espero conseguir disfarçar meu pequeno desapontamento, pois não quero que ela se sinta obrigada.

- E-Eu acho...- ela corta sua fala. O momento de silêncio é longo, mas eu não a apresso.- Acho que se eu... quebrar o limite, como na outra vez... eu fico mais tranquila.

- Você não precisa se sentir obrigada, princesa. Já disse que podemos fazer tudo no seu tempo.- ela esboça um sorriso pequeno, mesmo esse sorriso é tão puro quanto seus sorrisos mais largos.

- Estamos numa relação, não acho justo que só você tenha que se empenhar em sair da sua zona de conforto.- a certeza emnsua voz até me foi estranha, devido ao assunto.- Eu gosto que tenha paciência e que se importe com o que sinto, mas não quero que você ache que...- ela coloca uma mão em minha barriga e move um pouco para cima, então para.- que eu também não quero me empenhar. Eu só preciso de um pouco mais de coragem.

- Não posso fazer nada com você.- falei com um sorriso.- Não quando está sendo tão fofa.

Helen não me respondeu, voltou a fazer aquele longo silêncio. Eu sei que ela está pensando no que fazer ou no que falar. Como sempre, ela é meu oposto: calma e pensativa. Para minha enorme surpresa, e bota enorme nisso, de repente ela segurou meus ombros e me fez apoiar toda as costas na "cama/chão", para logo em seguida sentar no meu colo. Arregalo os olhos sem acreditar, senti meu rosto corar um pouco, não exatamente de vergonha, mas porque ela estava estava em cima de mim.

- Então... e-eu vou fazer algo com v-você.- se seu tom fosse mais firme e seguro, com certeza teria saído como algo totalmente sexual e sensual, mas como o tom era tímida e incerto, saiu como algo bem fofo até.

Mas bem, se é assim que vai acontecer, quem sou eu para dizer não? Ela se inclina até poder me beijar, e logo deita o corpo sobre o meu. Passo a língua por seus lábios, rapidamente consigo permissão para invadir sua boca e explorar cada canto. Passo a mão por suas costas até chegar em sua bunda, que aperto sem timidez alguma. Esse limite já quebramos tem semanas, então não preciso mais me preocupar com ele. Sinto uma mão dela parar na minha barriga, subindo bem devagar. Era óbvio que ela estava incerta se realmente queria fazer isso. A barreira não sou eu, já que não me importo que ela me toque em qualquer lugar.

Depois de alguns minutos nos beijando, Helen finalmente tomou coragem e subiu a mão até tocar meio seio. Já tem tanto tempo que alguém não me toca assim que acabei soltando um gemido só com um simples toque. Ela não sabia bem o que fazer, mas sei que vai pegar o jeito no negócio como fez com o resto. Seguro firme em sua cintura e giro nossos corpos, isso sem quebrar o beijo. Pelo menos minha ideia de mais intimidade deu certo!

HELEN Point of View

(Atualmente)

Quando entrei em meu consultório, vi um buque de flores e uma caixa de cookies em cima da minha mesa junto com um bilhete. Peguei o bilhete e abri: "desculpa não poder jantar com você hoje, princesa. Os cookies são para sobremesa e são do seu lugar preferido! Vou sentir saudades. P.S: ligue para a Cass para saber a novidade. ~Blondie."

Se me falassem que Hope seria uma das pessoas mais românticas que eu conheceria, eu com certeza não teria acreditado quando a conheci. Só espero que ela não esteja aprontando nada. Pego meu celular e ligo para Cass, cuiriosa para saber do que a tal novidade se tratava.

- Alo?

- Oi, Cass. Estou ligado para saber qual é a novidade.- ouço sua risada ecoar pelo telefone, ela parecia em êxtase.

- Diana me pediu em casamento!

Acabando com a Inocência Where stories live. Discover now