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NOT GOOD

Por Mah;

Peter não se sentia certo sobre o que aconteceu. Sua vida havia parecido tão mais... perigosa desde os acontecimentos de dias atrás. Se sentia um monstro. Daqueles horrendos que se vê em algum filme de terror ridiculamente sombrio e assustador. Como, talvez, a aranha gigante de Harry Potter.

Algo nele o fez pensar em como sua vida era uma completa merda. Vivia salvando todos, se dedicava, sangrava pela salvação de pessoas que nem conhece e até morreria por isso. Ele se sacrificaria pelo universo sem ao menos hesitar. Isso preocupava-o, pois sabia como May sentiria falta dele se o fizesse e como isso abalaria seus amigos como nunca.

Talvez ele devesse poupar-lhes dessas coisas de herói, pois eles não mereciam sofrer por suas decisões, porque ele era a porra de um teimoso que não sabe o que fazer e como fazer. Sente-se mal por os ter levado a essa loucura; mais agora, que seus poderes novos tem a chance excepcional de matá-los.

Algo não está certo.

Isso ele não tem dúvidas.

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Era a aula de filosofia, onde a professora passava um trabalho sobre Agostinho, pedindo que os alunos anotem o que fazer. O Parker logo pega sua agenda e anota ali, ouvindo não só a professora dizendo, como todos os alunos da escola - apesar de abafados.

- Droga - murmura ao perceber que estourou mais uma caneta, manchando suas mãos, sua agenda e um pouco de seu uniforme escolar. Tenta pegar outra caneta, mas a mesma estoura com o nervosismo do garoto. Cinco malditas canetas no mesmo dia. Agora só tinha uma, então decidiu não arriscar e anotar no computador. E adivinha? Ele arranca as teclas do computador.

Desiste de anotar e memoriza na mente o que a professora dizia.

Porém, o que não esperava, era sentir algo voar em direção a sua nuca e, no automático, desvia da bolinha de papel, que bate na cabeça de Betty. A garota se vira e vê, junto de Peter, Abe com a mão meio erguida, como se fosse ele quem tivesse jogado a bolinha - o que era verdade.

- Mas que-

- Abe! Qual é! - solta desacreditada e um pouco raivosa, arrancando uma folha do caderno, amassando e jogando na direção de Abe Brown, mas acerta Thompson. O Parker tampa a boca para segurar o riso, até sentir de novo que iria ser acertado. Desvia da bolinha de Eugene - ou Flash - e percebe que a turma toda começa a jogar bolinhas de papéis uns nos outros, como crianças do quinto ano.

- Chega! - a voz rígida da professora faz todos se assustarem e pararem em um piscar de olhos. - Vocês estão agindo como crianças! Deviam parar de serem infantis, estão no primeiro ano do Ensino Médio, oras! Porque, no meu tempo... - e começa o maior sermão da vida toda dos alunos.