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EVOLUTION

Por Peter Parker;

Evolução. Evoluir. Evoluído.

Substantivo. Verbo. Adjetivo.

Isso me resume, basicamente. Certamente.

A evolução do meu organismo, meus poderes, de mim mesmo. Evoluir meus sentidos, meus sentimentos, minha personalidade.

Estou evoluído. Esse é o ponto.

Meus poderes estão mais fortes, poderosos realmente. Isso pode ser muito bom, ou muito ruim.

E talvez - só talvez - eu esteja cansado. Mentalmente. Fisicamente. Psicologicamente.

Estou me sentido vivo, morto, feliz, triste, com raiva, calmo e com dor.

Estou confuso em como parece que meu corpo está se reestruturando. E isso me traz dor, porque estou sentindo cada parte dele mudar lentamente, me deixando tonto.

Eu não sei o que sentir. Não sei como reagir. É como se eu tivesse sendo reprogramado. E isso dói, droga!

Tento me concentrar em decifrar o que está acontecendo com meu corpo.

Fecho os olhos e sinto meu cérebro ter uma interligação com minhas costas, porém era algo estranho, como se glândulas estivessem sendo formadas ali. A dor era imensa.

Meus dentes pareciam quebrar. Me segurei para não gritar com a sensação deles se espicharem e estourarem dentro da minha boca. Cuspo todos meus dentes na pia do banheiro. Tento respirar direito e olho meu reflexo no espelho.

Meus dentes estavam crescendo novamente, porém eram como mil facas brotando das minhas gengivas. E isso doía também. Muito.

Ofego ao ver meu reflexo ir se tornando um vulto azul. Olho para os lados e percebo que é minha visão.

Sinto uma substância estranha em minhas veias. Porcaria, está piorando.

Ouço mil e uma vozes de uma vez em um raio de um quilômetro. Aos poucos vai aumentando as vozes e chego a conseguir ouvir até os pássaros do Central Park.

Minhas costas ardem e sinto uma vida ali, estranha. Ouço ruidosamente minha camisa se rasgar e a tal vida sair dali. Aquilo consegue me tirar do chão e eu então começo a ter uma necessidade de tomar... sangue?!

Respiro fundo e volto ao normal. Olho ao redor tentando lembrar o que aconteceu. Vejo sangue, cofres e ouço vozes. Eu invadi um banco de sangue?! Porcaria!

Me levanto e percebo que, de uma forma, o sangue me acalma.

Virei uma aranha, que coisa boa!

Perceba a ironia.

Enfim, resolvo pegar uma sacola de sangue para caso meus poderes surtem de novo. Logo em seguida, pulo pela janela que tinha ali próximo e grudo na parede, subindo até o teto. Suspiro cansado e sinto que preciso fazer algo com meus poderes.