46° Putz, virei Madrasta

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— É o papai, sabia? — Jughead havia dito com uma delicadeza que amoleceu meu coração.

— Papai...pa-pai... — Odette sorriu e chacoalhou seus cabelos castanhos curtos. Seguro sua mãozinha que balançava no ar.

Passamos à tarde por ali. Quanto tempo mais ficávamos, mais notamos a negligência que Alice tratava a filha. Quando Odette mostrava desenhos ou quando estava com fome. Jughead e eu conversamos sobre isso, não levando muito a sério, achando que era uma coisa daquele momento. Também tinha frieza na relação de mãe e filha. Eu soube da história da Alice não querer ter filhos e só teve a garotinha por que era contra abortos. Passamos a noite no quarto de hóspedes do apartamento.

— Odette é muito bonitinha. — Havia dito no escuro, deitada ao seu lado. — Ela parece você quando acaba de transar.

— O que...? — Ele riu com confusão e eu junto por não ter explicado direito.— Ta dizendo que minha filha tem a minha cara quando acabo de transar? Porra, Betty.

— Não. — Parei de rir. — Você fica todo mole, sonolento e de paz com tudo. Desestressado. Esse momento em você é um todo nela. Saca?

— É... Agora eu imagino ela uma hippie revolucionária. — Rimos baixinho. Ele colocou a mão em minha cintura apertando. — O que você acha da gente adotar a Odette?

— Tipo, ela ir morar com a gente...? Lá no apê em Chicago? — Eu fiquei surpresa.

— Sim. Alice pode dar a guarda pra gente. Você viu ela durante toda essa tarde? Se não fosse a gente, Oddie ficaria entediada e muitas outras coisas. — Ele falava sério. — Mas se você não quiser...

Tínhamos dinheiro pra porra e posso dizer que nossa vida estava equilibrada. Por que não? Pensei.

— A gente vai ter que comprar uma casa. — Sorrio mesmo sabendo que ele não veria, mas saberia. Ele me tomou pelos braços me beijando.

Putz, virei madrasta.

  Na manhã seguinte conversamos com Alice. Pensei que ela expressaria algum tipo de tristeza ou negação, mas faltou ela sair dali igual ao Flash para buscar as malas para que fossemos embora e já preparava o dinheiro da pensão. Coitada da Odette. Ficamos muito felizes. Ia demorar alguns dias para os documentos saírem e levarmos a criança.

***
  A menina era cuspida o pai. Diferente de Odette que tinha os olhos de avelã da mãe, Brigite tinha olhos azuis esverdeados com um amontoado de cabelos negros preso em um rabo de cavalo. Ela já conseguia andar sem ficar tropeçando.

  Diana, que era reitora e mãe da criança, não gostou muito da nossa presença. O olhar mostrava isso. O marido dela parecia uma pessoa de paz. Marcos era bem arrumado igual a mulher, só que de poucas palavras. Os dois gostavam muito da menina. Eu estava hesitando sobre a história de pai, imagina o Jughead então. Ele queria levar Brigite também para Chicago, mas a mãe amava a filha. Como não foi o caso da Alice.

Eu cutucava o Jughead em uma forma de sinal para que contasse logo, até que ele tomou coragem e chamou Diana de canto. Eu não escutei a conversa mas vi as expressões da mulher. Raiva, medo e desespero se misturavam. Obviamente ela não gostou da ideia.

Marcos só podia ser muito lerdo para não ver a semelhança entre Jughead e Brigite. A menina não tinha nada haver com ele.
De tarde, o Jones deixou escapar sem querer "Vem aqui com o papai" na sala de estar onde estava todos. Só digo uma coisa: Naquela hora não passou nem Wifi. Todo mundo escutou perfeitamente. Se Marcos ouviu, ele não expressou nada. He knows.

— E agora? — Eu tinha perguntado enquanto andávamos pelas rua de NY.

— Bom, não seria certo pra Bri passar um ano com a mãe e um ano comigo. Tudo vai complicar quando ela começar a estudar. — Ele enfia o sorvete na boca e meus dentes sensíveis doem por ele.

— A gente podia sequestrar a criança e mudar de país. — Dou a ideia olhando ao redor.

— É uma puta ideia. Eu pintaria meu cabelo de rosa e você de verde, então viveriamos como nômades. Fácil assim. — Ele sorri negando com a cabeça. Eu rio.

— Ela vai passar as férias de meio e fim do ano comigo. — Jughead fala.

— É um começo. Ela pode entender quando for maiorzinha.

***

Saímos de Chicago sem criança e voltamos com um filho.

Enid e Carl ficaram super animados, principalmente esse último. Já que não podia ter filhos, ele de repente criou um super afeto com as crianças. Odette se acostumou facilmente com o novo lar e garanto que ali ela seria muito feliz.

Como vocês viram, não dei detalhes da nossa jornada. Por que foi um resumo tranquilo do que aconteceu antes da merda. Antes de tudo foder de vez. Antes dessa porra ir pra casa do caralho.

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Eai Gente. Como a Betty disse, foi um resuminho desse espaço de tempo. Eu JURO que em breve vai ter hot. Tbm desculpe a demora, ando mto ocupada. Mas votem e comentem. Obrigado a todos que vieram😘

Bye Bye💥

PRAZER MORTAL °RiverdaleWhere stories live. Discover now