Novos começos significam novas pessoas, novas experiências, novos sentimentos. Significa estar pronto para viver tudo de uma forma diferente do que já fez. Recomeçar no mesmo lugar não é um verdadeiro recomeço, pelo menos não para Rose. Esse foi o m...
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O processo de recomeçar envolve deixar tudo o que tinha e era para trás, e é exatamente isso que Rose Grace Simmons faz ao se mudar de Bournemouth para Birmingham. Tal mudança não foi motivada apenas pelo desejo de ser alguém novo, mas por não ser mais quem era antes. Talvez isso soe como uma coisa igual, mas não é.
Partir para um novo lugar, com pessoas diferentes, significa que ninguém conhece sua versão antiga, e assim, ninguém pode te julgar por suas escolhas ou qualquer outra coisa que aconteceu antes. Isso era tudo que Rose mais desejava. Não queria mais receber os mesmos olhares que recebeu durante anos pelos abandonos que sofreu e tudo o que carregava em sua bagagem emocional.
Rose não conseguia se lembrar do primeiro abandono que sofreu, mas isso não significava que aquilo não a traumatizara de uma forma inimaginável. Era apenas um bebê de dois meses quando fora abandonada por seu pai, Thomas Simmons, um homem com pouco menos de 30 anos que alegou "não estar pronto para ser pai", mesmo que a garota não fosse sua primeira filha. O abandono não atingiu apenas a Rose, mas ao seu irmão mais velho, Brandon, que do dia para a noite perdeu sua única figura paterna, e anos depois precisou ser uma para Rose.
Amélia, que antes possuía apenas o rótulo de ser uma professora de história para crianças, de repente, se encontrara sozinha numa casa na calorosa cidade de Bournemouth. Durante muito tempo fez tudo o que podia para criar os dois filhos da melhor forma enquanto equilibrava o restante de sua vida. Ao crescer, Rose admirava tudo o que a mãe fez para ela e o irmão.
Apesar de reconhecer e agradecer por tudo aquilo que aconteceu, a garota não queria que aquilo fosse a única coisa que a definisse. Não queria que a olhassem e reconhecessem como a garota que foi abandonada e viveria com aquele trauma para sempre, apesar de aquilo tudo ser realidade. Tentava o tempo todo mudar o que aconteceu há mais de 20 anos, até que aconteceu de novo. Fora abandonada novamente, mas dessa vez com palavras dolorosas sendo atiradas em sua direção como facas afiadas.
Dessa vez, o causador do desastre se chamava William Hughes, ex-namorado de Rose. O casal de jovens se conhecia há cerca de dois anos e pareciam um casal adorável para quem olhava de fora. Em alguns momentos, até eles mesmos pensavam ser aquela união perfeita que remetia a filmes mágicos da Disney ou coisa parecida, mas a verdade é que nem tudo é o que parece.
William pensara que poderia suportar todos os traumas que Rose carregava em seu coração, acreditava que seria o responsável por fazê-la se sentir amada novamente, mas percebeu que traumas não partiam do dia para a noite, e nem eram levados com a correnteza, eram questões reais que atingiam as partes mais profundas de alguém. Tudo isso parece algo bonito na teoria, mas, na prática, as coisas eram muito diferentes.
O homem poderia acabar a história que tinham como casal de uma forma boa, ou pelo menos nada destrutiva para Rose, mas é claro que ele teria que terminar no meio de uma briga, dizendo palavras horríveis para a garota e se arrependendo logo em seguida, mas arrependimento nenhum cicatrizaria as feridas que foram abertas.
