CARROSSEL - Ano da Formatura

Capítulo 32

─ Esse negócio de valsa é um porre. ─ reclamou Alicia, enquanto se enfileiravam com os pais para entrar no salão ─ Não gostei disso nas festas de 15 anos, não gostei na formatura do 9º ano, e não gosto agora.

─ Mas na hora que o Paulo pega ela pela cintura e sai rodando, fica sorrindo que nem besta. ─ Valéria disse baixinho, mas a amiga ouviu e mandou uma cara feia ─ Te amo, coisa fofa.

─ Vamos lá, ordem alfabética. Adriano, Alicia, Bianca, Carmen, Cirilo, Daniel, Davi, Jaime, Jorge, Kokimoto, Laura, Marcelina, Margarida, Maria Joaquina, Mário, Paulo e Valéria. ─ a cerimonialista passou conferindo ─ O 3ºA entra na frente, depois vocês.

─ O meu salto tá enfincando na grama, moça... Não dá para ficarmos aqui no cimentado e vamos formando a fila na hora de entrar? ─ reclamou Bibi.

─ Que seja, apenas estejam em ordem na hora de entrar. ─ pediu a mulher, se afastando falando ao microfone preso na sua lapela.

─ Qual o lema da empresa mesmo? Fazer a noite mais feliz das nossas vidas? Com esse bom humor aí? ─ apontou Jaime.

─ Mário, a sua gravata tá toda torta. ─ Natália arrumava a roupa do enteado, que ria ─ Obrigada pelo convite para dançar com você essa noite. No nono ano você fugiu dessa parte, fiquei feliz por querer ter esse momento.

─ Era difícil ver eles com as mães e não ter a minha. ─ explicou o rapaz, dando um sorriso de lado ─ Mas no fim... Eu tenho uma segunda mãe, não é? Acho que eu e ela merecemos viver isso.

A mais velha sorriu, emocionada, o puxando para um abraço. Um pouco para o lado, Marcelina os observava com um sorriso orgulhoso, sendo abraçada pelo próprio pai, que lhe deu um beijo no rosto.

─ 3ºA, hora de entrar! ─ a cerimonialista apareceu ─ Vamos lá, a música vai começar.

E então, um a um, os alunos da outra sala entraram. Do lado de fora, só podiam ouvir os aplausos e ovações que iam ocorrendo do lado de dentro.

─ Ai, eu quero chorar. ─ suspirou Laura.

─ Garota, você não começa ou eu meto a mão na sua cara. Eu não aguento mais chorar hoje. ─ estrilou Alicia ─ E chorar vai borrar essa maquiagem irritante que vocês me obrigaram a fazer, e eu vou ter que deixar vocês retocarem isso. Então se controle, mulher.

─ Muito bem, 3ºB... Hora de vocês entrarem! ─ a cerimonialista se aproximou ─ Adriano, Alicia... Vamos, acelerado.

─ Tem caixinha de sugestões para a empresa? Porque eu vou sugerir dar maracujina para essas mulheres. ─ resmungou Davi, fazendo Rebeca rir.

Assim como havia acontecido com a outra sala, entraram um a um, recebendo palmas, gritos, assovios e ovações, especialmente de seus familiares. Foram se postando em roda, junto com seus pais, esperando que a última da fila, Valéria, entrasse.

Quando afinal estavam todos postados, ansiosos, o cerimonialista deu início à valsa. A com os pais seria a valsa clássica, padrão, mas é claro que havia gente emocionada.

─ Pai, eu brigo com as minhas amigas por chorar, e vem você? ─ reclamou Alicia.

─ Desculpa, filha. É só que... Depois do ano difícil que nós tivemos, com a morte do seu avô, e com tudo o que aconteceu com você esse ano, é uma alegria imensa estar aqui. Te ver aqui. Ver tudo o que você tem à frente... Faz o meu coração transbordar de orgulho, Alicia. ─ declarou Geraldo, vendo os olhos dela marejarem ─ Quando você nasceu, eu achava que tinha ganhado uma princesinha. E eu realmente ganhei. De boné, tênis, skate no pé, e arrotando igual a Fiona.