O Andarilho do Purgatório

Capítulo XI - Mansão Sinistra

"Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito".

Colossenses 3:14

Victor desperta logo no início da manhã com Diana envolvendo-o por trás ainda dormindo profundamente. Para não a acordar, ele se move de maneira sutil e então volta a cobri-la com o edredom nesta manhã que se ergue bastante fria. Fazem dez dias desde a festa e nesse meio tempo estudam possibilidades, mas mais especialmente a eles mesmos. Ele entra no banheiro e encosta a porta para um banho que o desperte de fato e enquanto isso, o demônio usa de um comando de voz para ouvir as notícias do dia.

O galante usa moletom preto com meias e vai para a cozinha preparar algo para a sua manhã, começando por uma xícara de café que vai embalar seu vigor para cozinhar o resto. Deixando seu celular sobre o balcão, estende a mão para o teto em direção ao meio da sala onde um conjunto de inscrições começam a aparecer em camadas circulares a partir do lustre que fica acima da mesa de centro. Os inscritos brilham em energia púrpura tão como seus olhos e dali alguns segundos se apagam como se não houvesse nada, mas de perto é possível ver os desenhos em baixo relevo no teto.

- Vic, tá em casa?! – pergunta Diana abrindo a porta do quarto de calcinha e blusa bem larga de lã com sua espada escondida por trás.

- Estou! – diz Victor. – Me desculpe! – completa e a porta se fecha novamente.

Acordando em meio a um susto, Diana não vai conseguir dormir de novo com a cabeça pulsando, momento que decide ir de uma vez para um banho para acordar. A proteção colocada na área da casa por Victor faz com que as entidades que não são convidadas a entrar no espaço, na forma de uma bolha invisível, sejam imobilizadas e sua energia espiritual suprimida dando alguma segurança para que possam estar mais tranquilos na ausência do outro.

- Bom dia... Me desculpe de novo. – diz Victor para Diana que mesmo depois do banho continua com a cara amassada.

- Dia... Agora já foi. – diz Diana bocejando e se sentando em um dos bancos no balcão.

- Eu tenho uma boa notícia para compensar. – diz Victor.

- Vai fazer strogonoff com batata frita? – pergunta Diana.

- Eu posso, logo antes de irmos visitar o apartamento novo. – diz Victor.

- Está pronto? – pergunta Diana.

- Quase, o que acha? – pergunta Victor e Diana está olhando para o nada. – O que foi? – pergunta.

- Depois que falou que pode fazer strogonoff eu não ouvi mais nada. – diz Diana rindo fazendo Victor rir também. – Podemos ir ver, só precisamos fazer a proteção lá também. – completa.

- Tá no pacote... Dá pra seguir uma vida quase normal assim. – diz Victor.

- Só se for pra você. – diz Diana sorrindo. – Vai sair hoje pra outro lugar? – pergunta.

- É a primeira reunião com os diretores hoje. – diz Victor.

- Entendi... Está satisfeito em como as coisas estão caminhando? – pergunta Diana.

- Saber que estamos agindo para proteger o que acreditamos me deixa satisfeito. – diz Victor. – E você? – pergunta.

- Uhum... – soa Diana se esticando. Ela pega uma bolinha anti-stress com as duas mãos e se concentrando, a mulher branca começa a fazer levitar o pequeno objeto controlando o fluxo de vento que gera equilibrando a energia entre as mãos.